1.31.2015

Sintra a três

Recebi uma mensagem dele. "Vê onde vamos passar o fim-de-semana." Perguntei: "a fingir ou a sério?" "A sério", respondeu. Era uma imagem do Hotel Tivoli Palácio de Seteais. Que sonho!
Sempre adorei Sintra, um sítio romântico, óptimo para um passeio a dois, mas nunca esperei viver o verdadeiro conto de fadas. Sintra a três fica ainda mais bonita.


O hotel era de sonho, senti-me no século XVII, mas com aquecimento, claro. Estávamos os três tão, mas tão felizes que a Isabel não chorou nem um segundo nesses dias. Adormeceu no meu colo e ficou a dormir comigo até à meia noite. Depois deitei-a e só acordou às 7h da manhã. Dormiu a noite todinha (e como eu já tinha saudades disso).
No domingo, fomos passear até à vila, passámos na feira de São Pedro, nas lojas de antiguidades e enfardámos, claro, travesseiros e queijadas como se o mundo fosse acabar. Foi bom. Tão bom.


a Mãe dá (#05) - Livros Joana Gama - Vencedoras

Tomem lá com a descrição do livro outra vez para quem não ganhou pense em encomendá-lo para a Irene ter dinheiro para mais roupinhas. Se comprarem 2000 deve dar para lhe comprar um gorro na Primark.




Estou toda grávida - Crónicas de uma vida anunciada" é a perspectiva de uma outsider sobre algo que está a acontecer inside her.


A maria-rapaz lá da escola que nunca quis ter filhos está agora ansiosa por ter um e está a ver a sua barriga a crescer.

É o crescendo de uma mentalização, o derreter de um cubo de gelo e um escorregar emocional no que é a maternidade. Isto, pela miúda que usava um boné da Nike quando queria estar bonita para ir para as aulas.

"Irrita-me a forma como falam com as grávidas no sites e nos livros. Tratam-nos como se fossemos uma espécie de Carris metal: somos úteis para transportarmos pessoas, mas suspeita-se sempre de um atraso."

"Na última consulta, a Dra. tinha dito que era uma menina, mas que só tinha 80% de certeza. Agora vimos o pipi! Não da Dra., claro."

"Estou a adorar estar grávida! A ver se não me afeiçoo muito a este estado de graça, senão depois passo os dias a ver se consigo voltar a pôr o miúdo ao pé das minhas trompas."



Ora bem! Agora que já levaram com a publicidade (parece o Youtube), vamos lá ao que interessa (pelo menos à Ana Sofia da Costa Sampaio e à Vânia Cristina Correia Janeirinho):


As vencedoras são....


Ana Sofia da Costa Sampaio e Vânia Cristina Correia Janeirinho!

Que surpresa! ;)

Enviem, por favor, asap, um mail para amaeequesabeblog@gmail.com com a vossa morada que, para a semana, quando for ao alegro vos envio o livro :) e autografado (mesmo que não queiram, lamento). Se for para darem a outra pessoa, digam para essa pessoa não levar com o vosso nome! ;)

1.30.2015

Já os enfiamos dentro de um saco e tudo!

Tal é o nosso desespero maternal com as temperaturas que até já os enfiamos dentro de um saco e tudo quando vão dormir.

Não sei mesmo o que fazer.

Se ligo o aquecimento central, fico a achar que, no mês seguinte, vou andar também a leite materno por não ter mais dinheiro (blergh).

Se lhe ponho um pijama mais felpudo, pode ter frio durante a noite e já não a posso enfiar dentro do saco, senão ainda derrete (ela destapa-se toda com mantas e coisas desse género).

Se lhe ponho um pijama dos fininhos, tenho medo que fique com frio a meio da noite, mesmo que os aquecedores estejam ligados.

Se quando lhe quero vestir o pijama felpudo ainda não tiver desligado os aquecedores e quiser mamar, fica logo a suar e não consegue adormecer.

Já pensei em ligar só o aquecedor do quarto dela mas parece que arranja maneira de fazer barulho todo a noite se for o único que estiver ligado.

Já pensei em comprar um aquecedor a óleo só para o quarto dela, mas ficará ainda mais caro?

O pior de tudo isto é que vivo esta paranóia todos os dias. Parece que não me consigo decidir. Todos os dias arranjo uma teoria diferente e um tipo de pijama diferente para vestir.

Isto é só o primeiro Inverno, não é? Depois já me estou a borrifar e ponho-a a dormir automaticamente com uma coisa qualquer, certo?

Já agora, aqui ficam os saquinhos de dormir da Irene que comprei no Ikea:



Devem ter os habituais nomes de um velho com catarro a tossir.  




Dúvidas na Gravidez (#03) - Quantas fraldas e de que tamanho?

Eish! Lembro-me tão bem de querer fazer um stock de fraldas até ela ter 18 anos (podia precisar, sei lá) e querer aproveitar todas as feiras do bebé e afins para nos embucharmos disso. 

Agora sei várias coisas: 

- As fraldas do tamanho mais pequeno não são necessárias durante muito tempo, se é que são necessárias de todo. É o tamanho certo para levar para a maternidade (a não ser que dêem à luz a um homenzinho de 10 kg), mas não duram muito mais. Apostem o vosso dinheiro no tamanho a seguir. 

- Não vale a pena andarem loucas a aproveitar as promoções de fraldas de todos os tamanhos. Da minha experiência: está sempre a haver descontos e não se muda de tamanho tão rápido (a não ser que o vosso bebé aumente 2kg duas vezes por semana - é impossível, acho eu)

- Para quê fazer stock de fraldas como se nunca mais fossem sair de casa? Até podem não sair durante imenso tempo (no meu caso a pedi recomendou que a bebé não saísse muito de casa até ter as vacinas), mas a comida tem de continuar a aparecer em casa, não é? Compras online, avós a trazer, mandar o marido ir... seja como for, as fraldas vão continuar a aparecer, não precisam de se abrigar como se o mundo fosse acabar. 

- De vez em quando mudam a estrutura das fraldas e os químicos. Querem mesmo ficar cheias da "fórmula" anterior? E se, depois, afinal, até preferem as de outra marca qualquer? 

Quantas fraldas e de que tamanho?

Resposta aqui da campeã: Não se preocupem com isto. Comprem uma embalagem média do tamanho mais pequeno e depois duas grandes do tamanho a seguir e siga para bingo, a vida não pára e são dois dias e... "inserir mais frases clichés aqui". 

Filha gaga ou ciciosa?

Quando estava grávida, dava por mim a imaginar vezes sem conta a carinha da minha bebé. A sonhar com o cheiro, a pele quentinha. Tinha curiosidade em saber como seriam os olhos dela, a boca, o nariz, a cor do cabelo.

Mas uma das maiores pulgas atrás da orelha era a de como seria a voz da Isabel.
A primeira vez que chorou, foi das coisas mais lindas de sempre, e tal como num filme, acalmou com o som da minha voz.

Nos primeiros meses, parecia um ratinho, tal era a suavidade dos esgares e do choro.

Depois, ouvi a primeira gargalhada. A primeira foi a dormir no meu colo, uma emoção sem igual. Na segunda vez (e a que conta) estava com a Joana Gama e as miúdas na piscina e até chorei.

Com uns 5 meses, já "cantava" quando eu cantava e imitava as minhas expressões, coisa que derrete qualquer coração. Tenho gravado, um dia mostro.

Agora palra imenso mas ainda não consigo perceber bem a sonoridade da voz... Será calminha e doce? Ou forte e despachada?

Agora o que gostava mesmo de saber é se irá herdar alguma das deficiências de fala dos pais. Ainda estava grávida e a brincar dizíamos que a Isabel ia ser gaga e ciciosa, o melhor de dois mundos: a mãe é gaga, o pai é cicioso. 

Que eu saiba, a gaguez não se "pega", mas a verdade é que a minha melhor amiga da primária andou uns tempos gaga à minha conta. Já ser ciciosa, duvido. Só se for de vez em quando, para gozar com o pai, como eu.

Se tiver estes ou outros problemas de fala, das duas uma: ou aprende a conviver com eles e fica desinibida e descomplexada como os paizinhos dela ou vai para a terapia da fala. Fiz terapia uns longos anos e melhorei imenso (sim, eu era gaga ao ponto de precisar de bater com a mão na perna para a palavra sair). Verdade, verdadinha.

Como será que vai ser a voz dela? E será que vai ser afinadinha? Queremos tanto que fiquem bebés no nosso colo para sempre mas queremos tanto vê-los crescer! Que esquizofrenia!

1.29.2015

Sim, vou deixar-te morrer

Aviso desde já que se vai falar de morte. Quem teve um dia mau, quem se quiser rir e esquecer dos problemas, clique na cruzinha do lado superior direito (ou do esquerdo, se for sortudo e tiver um Mac). Ou vá ler este texto da Joana Gama. Vá ver um filme, vá ver uma série.
Aqui vai falar-se de um dos textos mais bonitos e mais tristes que já li. Este (no Público). "Sim, vou deixar-te morrer" é um murro no estômago e faz-nos pensar na eutanásia, nos cuidados paliativos, no sofrimento de algumas mães confrontadas com o sofrimento, em vão, dos filhos. 

Começa assim:
"- Que Deus ilumine as pessoas que estão a criar esta lei da eutanásia para crianças e as faça desistir - pediu o padre.

- Não, meu Deus, não posso desejar isso. O que mais lamento é que o Tomás tenha sido obrigado a passar por aqueles três últimos dias - pensou para si.

Num destes domingos, no final da missa, Vanda voltou a recordar o dia em que levou o filho ao hospital para morrer. Sabia que aquele bebé de um ano e meio, a quem já nem sequer podia pegar ao colo, não era mais o seu Tomás. Olhava e via um corpo minúsculo e inchado, pálpebras fechadas, deitado numa maca, a gemer sempre que lhe tocavam e com dificuldade em respirar. "Nunca mais acordou, nunca mais abriu os seus olhos grandes, nunca mais sorriu. A dor já tinha tomado conta dele. Se logo nesse dia tivessem dado alguma coisa para ajudar o meu filho a partir... Foram mais de 48 horas. Ouvia as máquinas constantemente a apitar e só tinha vontade de puxar aqueles fios todos para que tudo acabasse o mais depressa possível." A médica já estava com uma injecção na mão quando o coração de Tomás bateu pela última vez. "Sabia que era proibido, mas ia ficar só entre nós. Acabou por não ser preciso".

Ainda estão aí? Já sentem um nó na garganta e vontade de chorar? Pois, comigo foi igual. 

Vanda Alcobia, portuguesa, emigrou para a Bélgica há 15 anos. Na Bélgica, a lei da eutanásia foi recentemente alargada a menores de 18 anos, sendo que o pedido tem de partir do próprio, conscientemente, e cumprir apertadas regras. 

Mas a história de Vanda e de Tomás não é a única a deixar-nos comovidos. Izabela, de 18 anos, "deverá morrer quando desabrocharem as primeiras flores da primavera". Com poucos meses de vida, alimenta-se através de dois tubinhos ligados ao estômago. Deixou de andar e de falar, mas consegue comunicar com a mãe, que diz, "a minha filha está consciente". Em breve "vai começar a tomar morfina porque as dores são cada vez mais fortes". Para esta mãe a eutanásia não é uma hipótese. Mas já falou com a filha sobre isso: "Achas que é bom ou mau?", perguntou-lhe. "É mau", recebeu como resposta."

A mãe de Rafael também é contra a eutanásia. "O meu filho nunca me disse que queria morrer e fomos tão felizes naquele mês de Dezembro. Vivemos coisas juntos que nunca irei esquecer". A mãe, Elsie, vendou um pequeno apartamento em Bruxelas e no último mês de vida, Rafael concretizou os seus sonhos possíveis, entre eles, ir à Eurodisney.  

Depois, morreu em casa. "O meu filho morreu no nosso ninho, nos meus braços, ao pé dos seus brinquedos; nem se pode comparar este conforto com a frieza de um hospital."

Na Bélgica, um menor que esteja a ser acompanhado pelos cuidados paliativos pode escolher morrer em três sítios: no hospital, em casa, ou num dos centros de repouso para crianças. 

A realidade portuguesa é outra. "Em Portugal, os cuidados paliativos funcionam muito mal, para menores e adultos. Morre-se mal aqui. As crianças morrem nas instituições de saúde onde estão internadas ou em casa. Tudo dependerá da sorte que tiverem. E é isso que está mal: ser obrigado a depender da sorte para ter uma morte menos má, seja-se adulto ou menor", critica Laura Ferreira dos Santos, professora da Universidade do Minho, que estuda há vários anos questões relacionadas com a eutanásia.

Muitas são as vozes que se ouvem nesta reportagem: mães, técnicos de saúde, especialistas, professores, políticos. Diferentes os pontos de vista. E no meio disto tudo, ficam as dúvidas, perante as histórias mais tocantes que alguma vez li sobre este tema. As dúvidas e os medos. 

Agora, que sou mãe, sinto tudo de maneira diferente e imagino-me a ter de fazer escolhas. Não consigo. Não quero.

A jornalista Sofia da Palma Rodrigues ganhou um prémio com este trabalho. É fácil perceber porquê. Arrepiante, do início ao fim. Vão ler a reportagem. Vale muito a pena.

O pai perfeito

Desde a infância que sonhamos com o "foram felizes para sempre" e presumo que a maioria de nós queira mais do que um sorriso pepsodent e uma conta recheada num homem. Procuramos o homem perfeito: o melhor namorado, marido e, se não for pedir muito, o melhor pai para os nossos filhos. 
Queremos o príncipe encantado, bonito, musculado e detentor de uma espada, mas isso só não chega e acabamos por preferir que seja um Shrek: trapalhão, mas um bom pai de família. 



Segue-se uma pequena lista que condensa o que queremos num pai (dos nossos filhos):

1) alguém que não tenha medo de por as mãos no cocó 
Mudar a fralda é das coisas mais fáceis do mundo. Se eles vos dizem que não têm jeito (desculpa a ver se pega) façam-nos treinar num nenuco. Se é difícil no início, esperem para ver quando eles se tornam nuns leões indomáveis ou até mesmo quando começam a comer peixe na sopa (mola no nariz).

2) alguém que os adormeça 
Contar uma história (mesmo que as personagens tenham nomes como Lisandro López, Artur e Ola John), fazer quilómetros a balançá-los no colo, dar-lhes festinhas e aconchegar na caminha é coisa de pai, tanto quanto de mãe. Isso e quando os filhos acordam a meio da noite, essa não é tarefa exclusiva da mãe, espertinhos!

3) alguém que lhes dê colo 
"Está a chorar" é a frase que não queremos ouvir. Até porque não somos surdas. O pai da criança tem de saber levantar o rabinho do sofá e ir confortá-la, mimá-la e acalmá-la.

4) alguém que lhes dê banho
Tirando as primeiras vezes em que eles são tão pequeninos que por pouco não escapam por entre os nossos dedos, não há nada que saber - o pai da Isabel teve de lhe dar banho logo no primeiro dia que até andou de lado. Remédio santo.

5) alguém que lhes dê a papa 
Tirando os 6 primeiros meses de amamentação exclusiva, os pais não se devem acanhar na hora da papa. Têm tanto jeito como nós para cantar, fazer aviões ou até mesmo fazer o pino para eles comerem.

6) alguém que faça sopa 
Mesmo que vos perguntem 10 vezes o que leva a sopa, repitam 10 vezes, encorajem-nos, digam-lhes que se safam muito bem. Os tempos do homem que se sentava à mesa e era o primeiro a ser servido pertencem, e ainda bem, ao passado.

7) alguém que os vista  
Mesmo que conjuguem riscas com bolas, rosa com vermelho ou que ponham um bolero por cima de um pullover, a iniciativa deve ser elogiada. Eles vão lá. Ou não, mas não faz mal, até tem graça.

8) alguém que tenha paciência
Paciência é palavra de ordem. Paciência para os filhos e para as mães, mas ai deles se nos dizem alguma coisinha. "Estás impossível" é coisa para verem os nossos dentes cerrados nos próximos séculos e terem direito a cartão vermelho. Querido, não sei se reparaste mas acordei às 06h30, fui trabalhar, fui buscá-la, dei-lhe banho, ela fez birra, pu-la a dormir, limpei a casa toda, fiz o jantar, estendi a roupa, ela acordou, perdi o apetite e tu chegaste só agora. Parece impossível, mas estou impossível, estou. 

9) alguém que seja um exemplo
Não é novidade que os filhos são esponjas e um reflexo do que veem. A forma como se trata os outros e como se lida com os problemas, o amor e o carinho que se transmitem, a humildade, o exemplo de esforço e dedicação: tudo isso está sob o  olhar deles.

10) alguém que não cumpra estes 9 requisitos, mas que se esforce para tal
Ninguém é perfeito, por isso não há pais perfeitos: até o Shrek é feio e porco. Mas há uma enorme diferença entre tentar e estar-se a marimbar. Um pai perfeito é um pai imperfeito que quer ser o mais perfeito possível.


*imagens We Heart It

A miúda vai estatelar-se toda!

Estou calmamente em pânico. Sei que vai acontecer algo de mal, muito mal, mas ainda estou estupidamente em negação. Não sei porquê, não entendo como é que o meu cérebro funciona (se é que... enfim). 




Não tarda, a miúda vai conseguir por-se sozinha em pé em cima da cama e estou cheia de medo de vários acidentes: 

1 - que ela bata com o focinho na grade da frente sempre que perca a força nas pernas

2 - que ela bata com a cabeça na grade de trás sempre que perca a força nas pernas

3 - que ela se atire lá para baixo!

O estrado não dá para ir mais para baixo. O meu marido já anda, discretamente a por o tapete mais para ao pé do berço para, no caso dela cair, não abrir a cabeça, mas não sabemos o que fazer, dentro do aceitável e não comprar um colchão de casal para forrar o chão do quarto dela


Os bebés atiram-se mesmo para fora da cama? Ou só conseguem fazê-lo já com uma idade aceitável para ir para uma cama de gente? 

Help!


1.28.2015

buáaabuáaaBuáaaBUÁÁÁÁ! (Intercomunicadores)

Praticamente todas as que estamos aqui ganhamos um super-poder (entre muitos outros) quando passamos a ser mães. (In)felizmente acordamos sempre que os nossos bebés fazem um barulhinho  que seja (a não ser que estejam a dormir na casa dos hóspedes, no caso de serem muito finas.

Ficamos sensíveis a cada barulho. A cada segundo em que não estão a respirar, por causa da respiração deles ser tão inconsistente nos primeiros dias (e, aliás, foi por causa disso que a Irene foi despachada para o quarto dela logo ao segundo dia de vida, como expliquei num post - foi há muito tempo, não me apetece ir ver onde está, mas procurem que vale a pena, eheh).

A verdade é que quando estamos a dormir, acordamos com eles. E se eles estiverem acordados, não conseguimos dormir em condições, a não ser que arranjemos maneira de nos fecharmos num bunker. 

Para o que é que precisamos de intercomunicadores?

No meu caso porque sou muuuito preocupada em acordá-la e, por isso, adoro poder fechar a porta do quarto dela (no início também fechava com medo dos gatos, mas injustificadamente) e poder estar mais à vontade no resto da casa. 

Depois porque podemos ter pessoas em casa e termos volumes mais altos à nossa volta e não estarmos sintonizados no bebé e, neste caso, não há que correr riscos.

Podemos também, sendo assim, fechar também mais portas (da cozinha, por exemplo) e desempenharmos outras tarefas muito barulhentas (passar sopa, fritar bifes, etc.). 

Não senti e não sinto necessidade de ter um intercomunicador com vídeo. A bebé, se precisar de mim, chora ou chama ou eu oiço quando ela se mexe. 

Quando for mais velha, se calhar sim, para ver se está mesmo a dormir e fingir que tenho super poderes e que adivinho o que ela anda a tramar.

De resto, fica aqui a minha experiência para as outras mães. :) 

Ah! Confiem em vocês! Acordamos mesmo com eles e, se não acordarmos, eles choram mais alto, muito antes de falecerem ou de sentirem que foram abandonados! 

Dúvidas na Gravidez (#02) - Coto umbilical com álcool?

Ui! Coto! O raio do coto!

Lembro-me perfeitamente da Irene ter vindo com a mola no tal coto umbilical. A mola que parecia daquelas herméticas que se compram no Ikea para fechar pacotes de bolachas ou sacos de congelação. 

O Frederico (mê marido) estava sempre doido que aquilo caísse porque dizia que a miúda ficava "horrivel assim", "parecia extraterrestre" e tinha sempre medo de a magoar. 

Nota: Aquela pele está morta. Não magoamos coisa alguma. A não ser que pressionemos a mola contra a barriga, isso deve doer. Se fizermos isso na nossa barriga com uma mola de roupa, também é normal que doa (não na minha, nem devo sentir de tão flácida que está). 

Temos é de tratar muito bem da higiene do coto por causa do pedaço de pele que está vivo e que estará na parte anterior à mola. 



Coto umbilical com álcool?

Durante muitos anos (ainda estamos num momento de viragem) a teoria foi a de limpar com algodão ou uma compressa esterilizada o coto umbilical com álcool, para evitar possíveis infecções e para queimar a pele, de maneira a que caia mais depressa. Não era um álcool qualquer, é álcool a 70% que pode ser comprado tanto nas farmácias como na secção deste tipo de coisas no hipermercado.

Agora, a teoria é outra. Diz-se que o álcool é muito agressivo e desnecessário. O ideal será lavar o coto umbilical (a parte anterior à mola) no banho (ou com as compressas, se for um banho à gato), tal como o resto do bebé, sendo o mais importante assegurar que fica muito bem seco, para não criar fungaria e coisas do género por causa da humidade. E pronto. Nada mais. Naturalmente cairá o coto umbilical.

Foi o que fiz e gostei. Com o meu irmão mais velho, fizemos com álcool e esta experiência parece-me muito mais natural e agradável. Se fosse o nosso coto umbilical com esta idade, o que preferíamos fazer? Também me parece.

É normal que nas maternidades ainda aconselhem o uso do álcool porque as actualizações do pessoal não são assim tão frequentes em relação às novas recomendações/directivas. 

Resposta aqui da campeã: Comigo correu muito bem só lavar no banho e secar muito bem. Não precisei do álcool e preferi assim. 

Conversa de mães (#03)

Então e do que falam as mães entre si? Das melhores escolas e do método Waldorf? Da importância da alimentação? Da homeopatia? Da educação positiva?

Não. Disto:
Se depois disto ainda nos quiserem continuar a seguir, gabo-vos a paciência.

1.27.2015

Quando ela for grande...

A Joana Gama lançou-me o desafio em modo de provocação aqui. Não quero que a Isabel use fofos até aos 18 anos, mas pelo menos até aos 15 vai ter de ser, temos pena... E claro, meias até ao joelho, carneiras, gola de meio metro e laçarote XXL na cabeça.
Um dos maiores desejos para a minha filha é que descubra que se recebe muito mais quando se dá.
Quero que a minha filha goste de ver chover lá fora e que queira chapinhar nas poças, com umas galochas amarelas. 
Que goste de rapar as taças com os restos de massa dos bolos até ficar com o nariz cheio de chocolate e que me ajude a fazer bolachas de gengibre. 
Que dance comigo, faça rodas e abane o bumbum ao som de músicas pirosas e que goste de cantar no carro enquanto viajamos os três. 
No fundo quero que a minha filha experimente, veja o mundo, saiba como cheira uma bugavilía e não tenha medo de apanhar uma lagartixa, mesmo que o rabo dela se separe do corpo.

Quero que a Isabel goste de se ver ao espelho e que não tenha complexos, como a mãe dela teve. 
Quero que seja decidida, mas que saiba voltar atrás e fazer de novo sempre que for preciso. 
Que não se sinta fracassada quando perde, mas que saiba erguer-se. 
Gostava que a minha filhe fosse ambiciosa e que a sua maior ambição não fosse nem ser rica nem famosa, mas sim ser uma: uma pessoa na sua individualidade, com voz crítica, criativa, diferente.

Espero que ela tenha sempre sonhos por cumprir, não para ser eternamente insatisfeita, mas para sentir que há muito mundo por descobrir e que pode ser tudo o que quiser. 
Que não seja uma totó mas que não tenha vergonha de o parecer, que saiba brincar e não se leve demasiado a sério. 
Que não perca nunca aquela gargalhada, que é o melhor som que eu já ouvi na vida.

E vocês, o que é que querem que eles sejam quando forem grandes?

Inventam tudo (#06)

Epa, giro, giro era inventarem um carrinho de bebé que se transformasse em triciclo e até em carrinho de compras! 

HAHAHA Joana, que disparate sem nexo nenhum!

Ora, baixem lá a bolinha! Comam e arrotem! (pronto, foi infantil, excedi-me um pouco)


Senhoras e senhores, cá está o BabyOom. Pelo que percebi, ainda está apenas em projecto, mas mesmo que se comercialize, cheira-me que não é para a bolsa aqui dos tugas. Cheira-me...

Vvvvvvvvvvvvvvvv (som do secador)

O meu marido ainda hoje adora o som do secador. Diz que se lembra da mãe estar a secar-lhe o cabelo, com ele sentado na sanita e de adormecer com cabeça encostada ao peito dela. Gosta do quentinho e do barulho. 

Quando estava grávida e secava o cabelo, ele aproveitava quando saia do banho e, apesar de não precisar, passava com o secador pelo corpo também. Digo "apesar de não precisar" porque calhou-me um velhote com tanto pelo quanto uma manga: nenhum! Demasiada informação? Sim, sempre. 

O meu pai também (acho que era o meu pai, nunca me lembro bem), depois de eu ter o pijama vestido, também me punha um bocadinho o secador por dentro do pijama e eu adorava o balão de ar quente. 

Pelos vistos, o namoro do ser humano com o secador é ainda anterior à nossa infância. Vem de quando éramos bebés. Nunca tinha ouvido falar disto até começar a investigar maneiras de acalmar recém nascidos (para quem ainda não seja mãe, eles choram muito e nem sempre é maminha ou fralda suja). 

E não é que o som do secador é muito parecido com o barulho que eles ouvem dentro do nosso útero e, proporcionalmente, no mesmo volume? 

Há a teoria de que os bebés deveriam só nascer 3 meses depois, que deveríamos ficar grávidas durante um ano se isso não fizesse com que nos esvaíssemos em sangue pela coisinha (adoro!), porque nessa altura os bebés já estão mais desenvolvidos cerebralmente (e não só) e o parto não seria tão traumático (para eles). A Natureza faz com que eles nasçam mais cedo, mas é pelas mães, segundo essa teoria. 

Às vezes, essa inquietude "traumática" e desesperante (para nós) do recém nascido, faz com que mediquemos a torto e a direito os nossos bebés achando que "só podem ser cólicas". Eventualmente essas "cólicas" acabam por passar e, erradamente, atribuímos a um determinado medicamento ou probiótico em vez de ser o próprio bebé que se encontra mais "situado". Estou a gastar imensas aspas, eu sei. 

Durante os três meses seguintes (cá fora), eles sentem que não pertecem a lado algum e têm saudades do útero. Por isso, o swaddling (embrulhá-los numa manta, bem apertadinhos e fazer shhhhh bem alto ao ouvido), o som do secador e outros, visto que reproduzem as condições do útero, fazem com que fiquem mais calmos.

Experimentei isso com a Irene e resultou. Usava isto quando estava desesperada (não é que eles sejam insuportáveis, mas nós, mães, estamos a passar por muita coisa ao mesmo tempo e torna-se, às vezes muito complicado):


Claro que não é o secador em si que é milagroso, o som do aspirador também resulta (não tenham medo de os acordar enquanto aspiram a casa se forem recém nascidos, até ajuda) e o som do exaustor. Lembro-me de precisar de ir fazer xixi e de a por na espreguiçadeira ao pé do exaustor para poder fazer xixi durante um bocadinho, sem me stressar. Abençoados aparelhos.

Depois não só lhes passa como voltamos a estar bem da cabeça e a conseguirmos ser criativas e ter instinto para os afagar, mas este é um óptimo truque de emergência!

Funciona quase com todos, verdade?

1.26.2015

Quando ela for grande...

Rir. 

Queremos (sim, porque não me fecundei sozinha) que a nossa filha, além de se rir e muito, saiba fazer rir. 

Tanto o pai como eu achamos que ter sentido de humor é uma das características mais importantes também por aglomerar tantas outras que são imprescindíveis. 

Queremos que ela seja a maior. 

Não a maior no sentido do porte do pai, claro. 

Quer dizer, se quiser ser balofa e andar a mamar comprimidos para o colestrol todas as segundas, quartas e sextas, também pode, mas vou avisá-la de que o Visacor está caro. 

O pai acha que é muito importante que ela aprenda a partilhar, que é um dos valores mais importantes. 

A mãe (eu) não se pronuncia em relação a isso porque é bastante fuça em tudo o que faz, fez a faculdade sem emprestar apontamentos a ninguém. 

Eu quero que ela seja capaz de sonhar (tal como o pai é), que tenha vontade de tentar concretizar coisas que pareçam difíceis e que seja uma mulher segura de si (porque tudo o resto que vem com isso é só bom, não tem é muitas amigas mulheres se assim for, mas não faz mal). 

Quero que ela não use decotes e que, mais importante que tudo o resto, não fume Águia, que esse tabaco fica mal a qualquer um, não dá estilo como os outros. 

Espero que nunca chegue atrasada a lado algum, porque não há traseiro para esses manfias. Ah! E que nunca diga que escreve "voçes" assim por "estar na net".

O resto eu depois falo com ela que já me estou a enervar. 

Aposto que a outra Joana quer que a Isabel vista fofos até aos 18 anos...

Afinal havia outra (#03) - Para as Marias, com humor

Quando, às 14 semanas de gravidez, o médico anunciou que vinha aí uma menina, o pai ficou desapontado. Para ele, só podia ser menino – o menino que ia levar todos os domingos desta vida ao estádio da Luz. Mas não, era menina. E então substituiu o trauma por uma teoria interessantíssima acerca de um ser com apenas 14 semanas de gestação: “E se ela fizesse stand-up? E se ela fosse mesmo boa a fazer stand-up? Era do caraças!” – sendo que o pai delas nunca diz caraças, diz a outra palavra…
Nessa altura, eu estava preocupada com outras coisas. Era a primeira filha e o meu espírito estava constantemente a ser assaltado por dúvidas avulso: Será que estou a comer o que é suposto para ela crescer bem? Será que vai ser saudável? Vai nascer de parto natural ou cesariana? Pensava também, e desculpem-me a futilidade, se iria ser bonita. Não sei porquê, mas tinha medo que a miúda viesse feia. E se calhar veio, mas para mim - que sou mãe dela - é gira que se farta!
Mas para o pai o importante era ter sentido de humor. E - vá-se lá saber se ele fez alguma promessa à Nossa Senhora das Piadas ou o raio – a miúda tem mesmo sentido de humor. É uma característica dela, muito vincada e que ela vai aperfeiçoando da mesma forma que aperfeiçoa a forma de desenhar ou de falar – agora anda feliz porque já diz “prato” em vez de “pato”. Na verdade diz “perato”, mas ninguém tem coragem de corrigir.
E a mais nova não é diferente. É muito trapalhona a falar mas é muito expressiva, muito física e gozona – portanto, esta coisa do humor só pode estar em grande no código genético delas.
A relação do pai com elas também inclui as rotinas dos banhos, das refeições, do deitar e do “ralhar”, quando é preciso – não há cá polícia bom e polícia mau! Mas é, sobretudo, uma relação de brincadeira e de conversas parvas. Tenho não um, mas três palhacinhos em casa – e não duas, mas três crianças. Às vezes isto é uma canseira desgraçada, mas a maior parte do tempo é muito fixe e divertido.
Um dia ele lembrou-se de gravar uma dessas brincadeiras e assim nasceu o primeiro vídeo das Marias, este:

Seguiram-se outros e em todos vemos o pai a provocá-las, a Maria Rita a reagir e a Maria Inês a borrifar-se para tudo – tal como na “vida real”.
 



O pai diz na brincadeira que os vídeos vão servir para as envergonhar perante os namorados. E diz a sério que os faz para que elas possam lembrar-se dele, da infância e das brincadeiras deles. E isto derrete-me o coração.
São criticados por uns e elogiados com carinho por outros. Aliás, foi assim que percebemos que têm mais de bom do que de mau. Há pais que repetem estas brincadeiras com os filhos em casa e depois contam-nos como correu. Outros dizem que elas mais tarde vão vingar-se – como a médica que, na sexta-feira, viu a Maria Inês na urgência e esperou pelo fim da consulta para dizer “Então, Maria, as tuas melhoras e vê lá se começas a engendrar um plano com a mana para tramar o papá!”
Para mim, são pequenos quadradinhos de BD que ilustram a vida cá por casa – lugar onde tentamos, todos os dias, não levar a vida demasiado a sério.
 Catarina Raminhos, mãe da Maria Rita e da Maria Inês


Olhá magra!

Quando vejo uma recém-mamã magra com um bebé de meses ao colo, começo logo a perguntar-me se não será a irmã mais velha ou uma babysitter. Como é possível tanta força de vontade?
Sim, sim, esta sou eu, nem percebo a dúvida...
Aquela história de perder peso estando a amamentar comigo não colou. Primeiro, porque no primeiro mês só sentia fome e fazia lanchinhos a tudo o que era hora. E bolachinhas durante a noite. E torradinhas. E tostas. No terceiro mês, já estava a recuperar o peso quase todo que tinha perdido na maternidade.
A sério que vocês, magras, não tinham vontade de devorar tudo o que apanhassem pela frente? Mas quê, estavam tão exaustas que adormeciam a comer, era isso?

Começar a trabalhar afastou-me da minha filhota, mas, graças a Deus, também me afastou da despensa (não tenho despensa, mas tenho comida). Afastou-me também da comidinha que a minha avó fazia, do arroz doce e dos chocolates. Sim, eu comia chocolate a amamentar porque fiz o teste e a filha não tinha mais cólicas à conta disso (dei-me ao trabalho de testar isto, já estão a ver o quão gulosa sou). Deu-me horários (que para perder peso é fundamental) e voltei a ter regras. A levar lanchinhos saudáveis (como cenouras, queijo Vaca que Ri light, nozes, goji e alpista, como lhe chamava) para ir picando entre refeições e nunca me dar fome ao ponto de querer devorar um hambúrguer com batatas fritas. E cogumelos. E molho para o pão. E... tenho de parar com isto!!!

Inscrevi-me na ginástica pós-parto e lá me disseram que era normal ganhar peso nestes meses em casa. Ufa, não estava sozinha. O facto de me agarrar aos pacotes de bolacha confortou-me mas não me ajudou nadinha no que à perda do peso diz respeito.
Só lá para o sexto mês é comecei a levar isto a sério. Queria perder os quilos que faltavam e, já agora, mais uns quantos e perder alguma massa gorda e a gordura visceral (que é perigosa!). E, mais importante de tudo, tentar ter uma boa alimentação porque quero conseguir dar o exemplo à minha filha. Como lhe incuto um estilo de vida saudável se lhe peço para fazer o que eu digo e não para fazer o que eu faço?

Nutricionista comigo, plano feito e, claro, nada de loucuras de fechar a boca porque queria continuar a amamentar. E porque não acredito em dietas parvas. Ganha-se o peso que se perdeu todo num instantinho e ainda mais algum. Falo com conhecimento de causa e até tenho vergonha de explicar por que é que até hoje não consigo comer maçãs... Vá, eu conto: já fiz - o mais grave é que foi já na idade adulta - a dieta das maçãs em que só podia comer, isso... maçãs. Vá, já tenho as orelhas quentes, parem lá de me chamar parva.

O meu plano desta vez era perder dois kgs por mês, nos dois primeiros meses, e depois um por mês, até chegar ao peso pretendido. Assim foi. Juro: não custou nada. Desde que comam (o truque é não passar fome), é possível! Têm é de comer coisas saudáveis e tentar ir cortando nalgumas coisas. Por exemplo, no meu plano, ao jantar, começava por um grande prato de sopa. Peixe ou carne grelhada com salada. Nada de hidratos de carbono à noite. Não é difícil, garanto! É tudo uma questão de hábito.

Agora, há nutricionistas que se opõem ao "estrago da semana". A minha não e fiz os tais estragos porque para mim era importante comer um docinho uma vez por semana e nada disso afectou a perda de peso. 

Claro que ainda há muito a fazer: desporto. Fundamental. Mas calma, magras, não me peçam tudo, isto tem de ir devagarinho. Pus-me a fazer o Treino Focus T25 em frente à Tv, adorei e aconselho, mas não tenho a força e a determinação para o exercício físico como tenho para fechar a boca.
Mas vou ter. Ai vou, vou. Que este corpo feito de gelatina vai ficar uma rocha. Ou não me chamo Joana Paixão Brás.

Ajuda, ajuda, ajuda. Digam-me que me vou viciar, que vou adorar, porque quando estou a mexer este corpinho só me apetece chorar.
(E o mais triste é que fiz desporto a vidinha toda até ter começado a faculdade. Como se uma coisa impedisse a outra... Burra!)

*Imagens do We Heart It

1.25.2015

Tu é que és!

Depois das piores coisas para dizer a uma grávida (que escrevemos aqui), achei engraçado compilar também quais as piores coisas para dizer a uma recém-mamã. 

No fundo, tudo é péssimo de se dizer a uma recém-mamã, mas a fingir que não, porque pode haver quem não saiba disso e assim também não passa a saber. 

É tudo péssimo porque estamos extra-sensíveis e não queremos estar com outras pessoas que não as que nós escolhermos estar e, por isso, tudo o que seja extra, nesta altura, bem que podia ser passado a ferro por um alfa-pendular que tanto nos fazia. 




"Ai! É tão parecido com o pai!" - A não ser que haja dúvidas sobre qual o ser masculino que terá fecundado a mãe (e nos achem porcalhotas portanto), é chato saber que tivemos 9 meses a carregar um ser e a fazê-lo crescer que depois sai com a cara da pessoa que menos esforço fez (com a cara do outro que só nos regou um bocadinho com a sua semente e passou os restantes meses no sofá a olhar e a poder fumar). 

"Tão pequenino!" - Isso quer dizer o quê? Que acham que vai ser anão? De certeza que não estão a dizer isso com contentamento pelo facto de ter demorado menos tempo a sair por ser mais baixo.

"Tão magrinha!" - Sim, a miúda ainda nem sabe respirar convenientemente e já lhe estão a por problemas com o peso. Se, aos 3 meses, achar que ter o peso da Ana Marques é que é o mais desejável, depois falam vocês com ela e, se puderem, com a Ana Marques, porque sinto um misto de pena e inveja e não consigo lidar mais com estes sentimentos contraditórios.

"Ele tem é fome!" - Obrigada. Obrigada. Nesta altura em que a maior parte das mães ainda está a ganhar confiança com a amamentação é importante ouvir uma pessoa "de fora" a atirar bitaites sobre coisas que acha que não passam pela cabeça de uma mãe. FYI, "ter fome" é a primeira coisa que passa pela cabeça de uma mãe quando um recém-nascido chora, não é: "Olha lá, por que é que o Sumol de Ananás não sabe a Ananás?".  

"Cá para mim, é sono!" - E a pergunta? Onde está? Ninguém fez? Então, por que é que houve resposta? Se calhar, o melhor era ter ficado caladinha, não? Tudo o que passe pela cabeça de uma pessoa que esteja a olhar para o nosso filho, já passou pela nossa. E, provavelmente, só ainda não a pusemos a dormir porque temos alguém POUCO OPORTUNO ainda de visita. Se o bebé recém nascido chora, é para sair de fininho.

"Assim não fica com frio?" - Fica, por isso é que o vesti assim. Gostava que ele experimentasse ter frio para ficar grato por todas as vezes em que não tiver. Só tem dois dias de vida, mas acho que ele vai saber retirar o melhor desta experiência. 

"Tu ainda não perdeste peso nenhum, que giro!" - É tão giro que quase que me babei de tanto rir. Como é que, no meio deste cenário de ter acabado de por um ser vivo no mundo, tu vais olhar para o meu peso, como se importasse, como se a vida da minha filha (ou a minha), neste momento, dependesse disso? Precisas de rebaixar uma mãe em pós-parto para te sentires menos descabida neste mundo? 

"Vais-lhe dar mama outra vez"? - Porquê? A mama é uma borracha e gasta-se se eu a usar muito? Ou ela fica com a boca em forma de teta para o resto da vida? Os primeiros meses são importantíssimos não só para estabelecer uma boa amamentação, mas também para o bebé não se sentir desamparado da mãe. Dá-se mama sempre, mesmo que seja 30 segundos depois. Não é a tua mama, pois não? É? Se for, é um bocado esquisito e não gosto que metas tetas alheias na boca do meu filho. 

Por isso... "TU É QUE ÉS" E DEIXA-NOS EM PAZ! 

Dúvidas na Gravidez (#01) - Toalhitas ou compressas com água lavante?

Deve ser o maior período de insegurança de uma mulher, a seguir a... Não! Acho mesmo que é mesmo este!

Como sabemos que vamos ter em mãos um ser-vivo que queremos que além de que continue vivo, também seja feliz, ficamos calmamente em pânico durante os 9 meses (até antes). 

Toda a gente manda bitaites sobre isto e mais alguma coisa. Com o tempo os estudos mudam, as teorias, só as avós é que mantêm a mesma opinião porque "no tempo delas fizeram assim e ninguém morreu" - a verdade é que a taxa de mortalidade infantil era mais alta (ehehe, mas não é para culpar ninguém!). 

Fomos mães há pouco tempo, achamos que ainda não mudou muita coisa (ou, mesmo que tenha mudado, fica aqui registado que já temos cabeça de avós) e, portanto, aqui vai o que me lembro que me preocupava: 



Toalhitas ou compressas com água lavante? 

Sim, toda a gente usa toalhitas. Ninguém morreu por usar toalhitas mas, a verdade, é que após 10 meses de Irene, estou a ponderar voltar à agua lavante (como quando ela era recém nascida): além de lavar o rabo e não tirar só a cor do cocó das nádegas, ela nunca esteve assada enquanto eu a limpava com as compressas.

Hoje em dia não posso dizer a mesma coisa das toalhitas. Além de que, se temos de usar muitas vezes o creme reparador por estarem assados, é sinal de que temos de mudar alguma coisa e, muitas vezes, são as toalhitas. 

Também dei por mim a pensar (uau) "se as toalhitas nos fazem mal aos pipis porque mudam a nossa flora vaginal (sim, isso existe e não é porque tenhamos margarina no pipi) e isso faz com que apanhemos mais candidíases e afins, por que hei de correr esse risco com a miúda?".

Água lavante é como se lhe desse banho. Melhor do que isso? O quê? 'Tá bem. Os pediatras e dermatologistas são fãs das compressas com água lavante, é moda, mas tem sentido. 

Ah! Continuo a usar toalhitas para quando saio com ela à rua, aí já não tenho destreza cerebral para andar com o frasco da água mais as compressas atrás, lamento.

As compressas são mesmo muito baratas e acaba tudo por ficar bem mais barato que as toalhitas, além de que não necessitamos de estar sempre a comprar água lavante. Podemos depois usar o frasco com agua da torneira e um bocadinho de gel de banho deles que faz o mesmo efeito.

Resposta aqui da campeã: Toalhitas quando se sai de casa. Compressas em casa. A preguiça é só mais de conceito porque não dá trabalho nenhum molhar 5 compressas de uma vez e usá-las para limpar "um daqueles". 

Inspirações para a festa de anos

Eu e a Joana Gama andamos de volta da festa de anos das miúdas. Queríamos ter pouco trabalho, mas vai-se a ver e até se perde algum tempo de volta dos pormenores. Pelo menos para mim, umas fatias de Panrico e uns Dancakes não são concebíveis. Não para a festa do primeiro ano da filha.

Tudo bem que a festa não é para ela e que nunca se irá lembrar, mas por que não festejarmos nós o facto de a termos há um ano nas nossas vidas? Por que não tentar fazer uma mesa linda e com coisinhas saborosas para os convidados?

Não sou a melhor das donas de casa, mas nestas coisas dou o meu melhor. Posso não saber fazer um bolo de pisos e de camadas, com recheios (e graças a Deus, já tenho quem faça por mim), mas posso pensar nos cupcakes, na decoração, nos brinquedos para os miúdos mais velhos se entreterem, num spot para as fotografias...

Espaço baratinho já está reservado (sim, que aqui em casa era impensável), lista de coisas a comprar feita, lista de pessoas feita, já só falta... tudo. Fazer pompons para o tecto, (no que é que eu me vou meter?), arranjar uma gaiola de ferro para decoração, hélio para encher balões, garrafinhas para flores, bandeirolas de tecido que não custem os olhos da cara e mais uns bons 20 pormenores, que esta cabecita não pára.

Tema: Primavera (passarinhos, flores...)
Cores: Rosa claro e verde água

Entretanto já vi tantas fotografias no Instagram e no We Heart It que pelo caminho me desviei um bocadinho da rota inicial, mas já voltei às inspirações iniciais.

Se tiverem mais ideias para me confundirem mais um bocadinho, be my guest!











1.24.2015

Truques para eles comerem que nem uns bois.

A hora da refeição nem sempre é muito fácil para nós: eu preferia dar de mamar a estar a aborrecer-me a dar-lhe a colher à boca e ela, apesar de gostar de comer, acho que fica enfadada rápido de estar ali.

Como quero ao máximo evitar televisões e ipads e afins (quase 10 meses e sem nada disso, yeahh), tento sempre arranjar maneiras para lhe enfiar umas quantas colheres goela abaixo, sem que ela repare. 

Atenção que não sou nada a favor de lhe espetar a sopa toda só porque tem de ser, aliás, até falo disso neste post ("Come a papa, raio do miúdo, come a papa") que, não sei porquê, é tradição nossa querer que eles comam a quantidade que nós queremos quando nos apetece e eles também são pessoas. 

Mesmo assim, reconheço que às vezes ela fecha a boca e desvia a colher só porque está enfadada de estar ali e não por não ter fome. Enquanto não há birra, continua a levar com a sopa que até anda de lado (por acaso não anda, nem de lado... nem de frente, nem gatinha). 

Estes livros têm sido, nos últimos dois meses, as melhores alegrias à hora das refeições (estou em casa todos os dias com a Irene, tenho de lidar com almoço e jantar). Se ficam cheios de sopa? Ficam. Se tenho que os apanhar umas dez vezes por colher? Quase. Se vai a sopa toda sem birras e ainda um bocado da fruta? Sim senhora.

O Peekaboo é mágico. Depois de dois meses a usá-lo todos os dias, ainda ontem vi, pela primeira vez, a página de uma flor (devia estar colada a outra por ter muita sopa). O do Jardim Zoológico tem sons, o que é óptimo para ela se rir de boca aberta e espetar mais uma colher e o do Bolinha é um bocado fracote (tem poucas páginas e pouca interactividade), mas dá sempre para variar mais uma vez e entretê-la para a fruta. 

Isto é serviço público, mães. Vão por mim. 

Além de que não estamos a dar a comida feitas robôs, assim interagimos com eles na mesma e até se torna uma actividade muito divertida (bom, se calhar, tirar o muito e trocar por algo). 

Como fazem por aí? Já estão fartas disto e dão-lhes por meio intravenoso? São extremamente adeptas do BLW (temos de fazer um post sobre isto) e nem sopa lhes dão?