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10.27.2017

Dizer que sim às fantasias.

A Irene, como já vos contei, gosta de dizer que é o Rafa e o Tomás. Muda de voz, postura, forma de andar, tudo. No início, fiquei algo reticente mas, olhando mais atentamente, dá para perceber que é uma brincadeira. A melhor brincadeira de sempre para ela. 

Só há Carnaval uma vez por ano, mas a Irene escolhe o que vestir todos os dias (dentro de algumas opções que pré-selecciono) e às vezes parece ir mascarada. 

No outro dia mascarei-a de bruxinha. Não queria remetê-la para nada muito assustador como monstros e fantasmas que depois dêem mais trabalho a explicar do que diversão. 

Ficou a-do-rá-vel. Não acham?

(mais em baixo no post, dicas para disfarces dos miúdos, um vídeo que fizémos para o Carnaval)






E aqui está o vídeo ;) 




Fatos - Imaginarium 


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10.26.2017

E se o Natal fosse mais cedo?

Ahhh!! Sonho de qualquer criança. "Afinal não tens de esperar até Dezembro, porque... o Natal é já hoje". 

Quando era mais pequenina lembro-me de viver as festas de Natal da empresa e da escola como dias de Natal e é isto mesmo que é o Concerto de Natal do Ruca. Uma oportunidade de mergulhar no espírito natalício, vendo os olhos deles a brilharem por verem o bonequinho da televisão ali em cima do palco e, no fim, se calhar até abraçando-o.


É o equivalente a vermos o Jackson Avery em palco a dançar em tronco nu e, no final, podermos ir dar-lhe um abracinho com o corpo todo, digo eu. 

Fomos o ano passado e além das miúdas se terem divertido muito, é algo de que a Irene ainda fala. É sinal de que foi bom, como vocês sabem. 




Temos convites para vos oferecer para o Concerto de Natal do Ruca. :)

Aqui no blog: um duplo para Lisboa e um duplo para o Porto. 

Lisboa, 12 de Novembro  e Porto 26 de Novembro. 




O que têm de fazer? 


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  • Comentar este post com a cidade onde queres ir ver o Concerto de Natal do Ruca + identificar três amigas. 


                       


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E depositar 100 euros na minha conta. ;)

Simples. 

Divulgarei os vencedores em resposta à participação no post. Easy ;) 


Mais informações sobre o espectáculo aqui







Ainda vivemos na pré-história?

Não é costume levar a minha filha ao centro-comercial. Confesso que, quando vou às compras, prefiro que seja um momento mais para mim, em que posso ter headphones e fazer escolhas devagarinho, sem ter que me preocupar com mais nada, nem sobre maneiras de dizer não à Irene que não lhe vou comprar aquilo ou isto.

É normal que ela queira tudo. Isto do consumismo apela muito a este lado mais pequenino nosso. O desejo imediato de algo que não precisamos para sentir aquele high de novidade e posse, mesmo que acabe esquecido 20 minutos depois algures dentro do carro ou dentro de um armário. 

Ela tem 3 anos. Vê coisas que são postas propositadamente ao nível dela, coisas com desenhos que são apelativos, músicas e que alimentam um mundo de fantasia que se retroalimenta com o merchandising. São tudo truques para gastarmos dinheiro que nos custou a ganhar com a ausência da vida dos nossos filhos. É dinheiro que custa o dia inteiro no trabalho e eles o dia inteiro na escola. É dinheiro que nos faz responder a mails fora do horário e a atender a telefonemas enquanto eles nos pedem para nos sentarmos e olharmos para a casa de Lego que estão a fazer. 

Este dinheiro, mesmo que seja um euro aqui e um euro aqui tem de ser gasto em nós, para algo que nos faça sentir algo mais que um kick momentâneo ("nem sempre" - penso eu se receber a newsletter da Zara). 


Não é habitual ir com ela, mas fui. Ao sair das escadas há uma máquina daquelas que tem uma garra e que tira bonecos. Quando se põe um euro, tem-se duas vezes para tentar e, na hipótese de não sair o boneco, legalmente estão protegidos porque dão um rebuçado, deixando de ser assim um jogo de "sorte ou azar". 

É, aos meus olhos, triste que este tipo de indústrias viva degradando o sistema de pensamento da criança e que tal seja sempre estrategicamente posto, como uma armadilha, para não dar para fugir. Claro que depende dos pais o que decidem ou não decidem (ou, se nem sequer se apresenta como algo a pensar como em muitos e isso é com cada família, claro), mas acho que devíamos ter uma sociedade mais protectora das crianças.

Bem sei que há crianças que nem têm o que comer, que nem têm com quem passear, sei tudo isso. Porém, não podemos deixar de olhar para tudo com vontade de fazer parte da mudança, mesmo tendo consciência e dor de que existem sempre problemas maiores e tão maiores. 

O tipo de publicidade para crianças na televisão (evito os canais de desenhos animados com publicidade por causa disso), os produtos à altura deles, os desenhos animados feitos já a pensar no merchandising... Fazemos parte de um esquema muito, muito grande e em que o objectivo é deitarmos fora o dinheiro que nos custou horas de distância dos nossos filhos e mais dinheiro a pagar quem toma conta deles por nós. 

Podemos não pensar nisto porque já temos de pensar em tanta coisa, mas podemos também pensar nisto e tentar criar um futuro diferente, com outros automatismos mais saudáveis para os nossos filhos. O automatismo de beber água, de arrumar as coisas que desarrumam, de serem solidários, empáticos... 

Parece que não, mas acordei bem disposta. Esta merd* das máquinas e de haver armadilhas que nós, homens, pomos para nós mesmos é que, às vezes, me deixa um pouco revoltada.

Tendo consciência, claro, que terei os meus telhados de vidro. Sempre. 






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10.23.2017

Sou uma farsa.

Não sou blogger, sou uma farsa. Blogger no sentido que mais vejo a ser-se blogger hoje em dia (no meu circuito de pessoas e interesses, claro) é ter uma noção de estilo muito própria ou, então, ter um prazer incrível a ver tudo o que outras bloggers fazem e ter uma espécie de condão que, ao unir tudo, parece que o resultado é sempre uma casa de catálogo. Ou uma modelo. Que nervos.


Quando estava junta com o pai da Irene, a ideia era deixarmos de morar em minha casa. Estávamos a construir uma casa juntos e com todo o tempo e impedimentos que isso demora ou tem, não podia tratar a minha casa como casa. Estava sempre à espera de saber o que é que nos ia acontecer. Não gostava desse sentimento, dessa falta de controle e de não poder investir nesta casa sabendo que seria um desperdício de dinheiro.

Felizmente assunto arrumado. A Irene e eu vamos ficar aqui durante muitos anos e, por isso, está na altura de completar a casa. 
Perguntei-lhe, sabendo a resposta claro, qual era a cor que ela queria no quarto e foi: cor-de-rosa com brilhantes!

Avisei-a que os brilhantes eram bastante improváveis, mas afinal não! Não se conseguem ver bem nas fotografias, mas a parede das riscas está cheia de brilhantes lindos que, quando bate a luz, ficam mesmo... encantadores. 





Luz de presença da Mr. Wonderful


O que mais me surpreendeu foi o serviço da Pigmenti Total. O Pedro, dono, é um amigo meu. Certifiquei-me com ele de que tudo o que correu cá em casa era procedimento normal dos empregados (quem me pintou o quarto da miúda foi o Miguel, um primo dele, um querido) e é. Não me sujaram minimamente a casa. Tudo muito bem isolado, protegido, varrido e limpo. Não fosse o cheiro a tinta durante uns dias (lá teve a miúda que dormir comigo - que chatice #soquenão) e quase nem repararia que tinha havido "obras". 

Este trabalho é tão simples para o Pedro que acho que até ficou algo decepcionado, ahah. Ele é para o arrojado no que toca a projectos e mostrou-me possibilidades super interessantes e modernas. Acho que desde que se sonhe, é possível. Até tinta de ardósia às cores ou mesmo tinta para fazer as estrelas que brilham no quarto em vez dos autocolantes que também se notam durante o dia.

Tomei balanço e aproveitei para dar um toque tanto na parte da secretária na sala de jantar (a casa sempre foi um T2 porque não queria ter filhos, o escritório é agora o quarto da Irene que viram ali em cima) como no corredor do hall. Nem imaginam a minúcia das garotas (simpáticas) da Triângulo d' Ideias... Mediram tudo ao milímetro. Que profissionalismo, lá está, recomendação do meu amigo Pedro. 



Isto é uma piada privada (para mim, já que é a minha casa, faz sentido). No meu trabalho, como criativa, estão sempre a pedir-me soluções "fora da caixa", "disruptivas" e "fun". No fundo, depois, até nem querem, mas gostam de pensar que sim. Mas pronto, é linguagem comum da malta que pede coisas. Faz-me rir. A parte de ser vinyl e não viníl foi para ser ainda mais disruptivo, ahah. 

Simples e a password só eu sei o que é (por acaso já me esqueci, mas a ideia era boa, tenho a certeza que sim, devia ser tão disruptiva e fun que me esqueci)

Quase que parece quarto de filha de blogger? E a casa, também? Sei que um dos truques é puxar o branco ao máximo para não parecer que moro numa casa antiga, isso fiz. :)

Ficam as recomendações da Pigmenti Total e da Triângulo d'Ideias para as vossas febres de Querido Mudei a Casa, mas sem ter o Gustavo a vendar-vos (o que poderá ser bom ou mau consoanate os gostos e horas de sono, ahah).


Querem que convença esta malta a fazermos um passatempo e oferecer um vinil e um quarto a alguma de vocês? Estariam interessadas? ;)



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Caiu das escadas (mas está bem).

Vocês vêem tudo em câmara lenta quando eles estão a cair? Eu vi. Vi a parvoíce toda e ainda nem ela tinha caído, já me estava a culpar e a odiar. 

Fomos aos correios e, para a entreter, levei bolinhas de sabão - para dizer a verdade vão sempre na mala dela que vai para a escola. Estávamos a fazer bolas de sabão quando, com o vento, começam a ir para mais longe. A Irene, feliz, atrás delas para as rebentar. O chão passou a escadaria e, quando dei por mim, estava ela prestes a cair. 

Claro que houve uma senhora querida que conseguiu chegar lá primeiro e que a levantou antes de mim (obrigada!), mas custou caramba. Ainda eram umas quantas escadas e estou sempre a avisá-la para coisas tão parvas e improváveis que me esqueci desta possibilidade. 

Não controlamos tudo, não dá. 

Ela está bem. Foi a primeira queda grande sem ser nos joelhos, mas caramba. Que parvoíce sendo "evitável". 


Serve este post para vos lembrar quando estiverem a fazer bolinhas de sabão para verem se há escadas por perto. 


Isabelinha e a Necas há um ano e tal (é, Joana?)
Ainda nem sabia andar, que amor.


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10.20.2017

As minhas coisas preferidas.

Armada em Oprah. Tenho os mesmos bingo arms e gosto igualmente pouco de dar abraços. Sem ordem.


Máscara de Nutrição Intensa 



Apesar de desde muito pequena querer ter o cabelo mais claro, tudo o que fazia para isso não o danificava (cheguei a por betadine e vê-lo a escorrer pela touca da natação). Agora que tenho parte do cabelo descolorado apercebi-me que ele estar seco não é uma obrigatoriedade. Nunca tinha usado máscaras por ter o cabelo fino, mas quase que estou com o cabelo normal depois de ter usado esta. 


Exfoliante Corporal Revitalizante da Freshly Cosmetics 


Tenho lidado muito bem com ele, não exfolia só, também deixa a pele hidratadinha. Me gusta. 


Máscara de pestanas Better Than Sex da Too Faced


Além do peso da embalagem ser perfeito e do toque também. É a escova que mais se adapta às minhas pestanhas, não exagerando na quantidade para as ter separadas e longas. Love it. 


As Timberland do Liceu



Embora agora já não as use desapertadas e já não pareçam amarelas sequer. Hoje fui buscá-las e estou a matar saudades. 


A minha higienista


A Patrícia da All Dental Family dá-me uma boa esfregadela e eu adoro. Adorei a clínica, muito familiar. Em Oeiras, ao pé da casa onde eu cresci. E, além disso, a Patrícia tem uma paciência enorme. Adora crianças e reza a lenda que todas adoram estar com ela. 


O novo quarto da Irene



Desde a primeira casa que conheci da Joana Paixão Brás que fiquei com a ideia de pintar o quarto da Irene. O Frederico e eu tinhamos imensos planos, um plano para uma casa nova, tudo correu de forma diferente e tive a sorte de conhecer o Pedro e o Miguel da Pigmenti Total e que além de terem feito um trabalho excelente de pintura no quarto, também não sujaram NADA. Tudo arrumadíssimo e limpinho. Assim até me atiro para outras divisões. 


Sumos naturais



Já não é este o packaging, mas deixei de beber leite (não lido bem) e sabe-me muito bem um sumo destes pela manhã num copo de vidro. Pequeno almoço perfeito. 


Legumes biológicos à porta


Agora que estou sozinha com a Irene, poupar tempo é  importante para poder estar mais com ela. Receber os legumes biológicos de confiança à porta de casa, é excelente. Já subscrevi vários cabazes mas nenhum tão rico, variado e barato como o da Bio Cabaz. Obrigada, Nuno.


Spotify

Não paro de ouvir música o dia inteiro. No trabalho, em casa com a Irene (ajuda-me a abrandar ou a esquecer o dia - consoante o que escolha)... Escolho o que me apetece ou o que me mandam para ouvir. 

Galochas


Hoje a Irene já calçou as galochas e foi toda contente (para a casa do Pai, que está doente). Tenho umas iguais da Igor. Ficam bem com tudo, especialmente as amarelas, remetem mesmo para chuva... que chegou. Que bom! 


RUDE



Ando-me a passar com esta marca. Super natural, com um packaging que me mata e, ainda por cima, óptima. Compro online e são a minha parte preferida das compras. Ainda por cima decoram as minhas prateleiras da cozinha - muitas delas ainda nem experimentei, confesso. 


SEMPRAVIAR


Não sei cozinhar, longe disso, mas o David Carronha tem um projecto espectacular que é o Sempráviar: receitas super práticas e rápidas para todo o tipo de refeições. Além de ter vídeos muito divertidos. Experimentem segui-lo aqui



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10.19.2017

O meu son(h)o tornou-se realidade.

Nem imaginam o quanto sofri com o sono da Irene. Foram 3 anos terríveis em que o pouco que resta da minha sanidade mental foi pelo cano abaixo. 

De repente - é verdade que tem estado doente, mas já aconteceu noutras vezes - a Irene pede-me para ficar a dormir mais um bocadinho. Pede para ir para a cama da mãe às 6h da manhã e depois continua a dormir até às 9h. 

Durante todas aquelas noites que eram um terrror em que os meus piores medos desciam sobre mim e a minha pior versão de mim mesma "acordava" de manhã a sentir-se culpada por não estar em condições para ser mãe, nunca pensei que isto fosse possível. 

Foram 3 anos morta. Sem condições. A aguentar-me mesmo praticamente a soro e em que tudo descambou à minha volta. Menos o sorriso, mas muito tive que lutar para o manter. 

Escrevo para vos dar esperança de que um dia tudo será melhor. Foram 3 anos, custaram muita coisa, mas agora valorizo estas manhãs mais do que tudo e todas as horas em que ela não acorda e chama por mim. 




Tudo o que já escrevemos sobre sono aqui.

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10.18.2017

Não queria esta família.

Mãe para um lado, pai para o outro. Nunca mais se falaram. Avó que me ensinou a amar e que falece aos meus seis anos. Avô que vai falecendo e que vou assistindo aos fins-de-semana na casa dele enquanto estava com o meu pai. Outra avó, que ainda hoje me veio a voz dela à cabeça (a forma como me chamava e me dizia olá e não só os piparotes na cabeça que me doiam por ter as unhas grandes). 

Natais em que o dia 24 era cheio de família (que grande parte nunca me senti muito ligada, antes pelo contrário) e o dia 25 que deixou de existir com o pai vá-se lá saber porquê. Aniversário do pai também desapareceu, deixei de poder estar. Só um telefonema, tal como no Natal. Dia 25 na casa da família de um pai que me acolheu. Pessoas que mal sei o nome, por não ter relação, mas que me trataram tão bem. 

Natais rápidos de muita gente que de muitas maneiras mostrava que não queria mais ou que não queria estar. Aniversários esquisitos. Páscoas desconfortáveis onde o meu refúgio - e mesmo assim, houve alturas em que me foi tirado - era o meu quarto. 

Gritos. Discussões. Eu fazer de mensageira. Indirectas. "Porque é que não pedes ao teu pai?". "A tua mãe é isto e aquilo". 

Sem relação. Sem poder quebrar por sentir que era amparada. Quando a obrigatoriedade cai, vêm os afectos, a realidade. 

E a verdade é que quem se gosta não se junta só porque tem que ser. 

Eu não queria esta família. 

Apesar. Apesar de ainda ontem ter visto no meu irmão a frescura e beleza de quem não sentiu os cortes na pele. Sorria. Lindo. Anjo de luz. A iluminar. A fazer o coração de todos a funcionar. O João, que me recebeu, que apareceu sempre no último momento. No último momento que me salvou por não ter mais ninguém. Aquele último momento onde a culpa me fazia sentir que tudo o que havia mal no mundo era por eu não ser suficiente aos olhos de quem não me parecia amar. 

Tudo o resto, injustamente mas naturalmente, enterrado algures. Enterrado com tristeza, amargura, solidão, medo. 

Não queria esta família. 

Mas.

Mas, quando entro no carro com a Irene, antes de me sentar no lugar do condutor, bafejo o vidro dela e desenho um coração como o meu pai me desenhava quando a minha mãe me levava para longe com ela, porque "tinha que ser". 

Mas, quando no outro dia olhei para a Irene vi que o nariz dela parece um bico de passarinho e, como a minha mãe me fazia, pus-lhe o dedo horizontalmente por baixo e disse-lhe "descansa o bico". 

Mas, quando ontem fui adormecê-la li o livro que a minha avó que me ensinou a amar e a brincar me deu. 

O livro em que ela escreveu uma dedicatória talvez por saber já que me ia deixar tão cedo. O livro onde até escreveu à mão os números para eu saber também como se escreve à mão. 

Que cuidado. Que carinho.










E hoje, hoje veio a voz da minha outra avó querida quando me dizia "Olá" e punha Rosa à frente do meu nome. Nunca gostei, mas hoje tive saudades, muitas. 


Pior é quando se tem saudades do que ainda existe e parece que temos as mãos agarradas ao coração que, se o largarmos, se parte. 


Não queria esta família, mas é esta família que fez com que consiga partilhar convosco o que sinto, para que todos sintamos mais, sejamos mais e percamos menos. 

Todos os dias. 

Irene
Tenho um coração onde tu cabes e onde te podes espreguiçar à vontade.

a Mãe está aqui.


Obrigada, mãe, por teres guardado o livro da avó Irene.


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10.17.2017

Já és menina.

Oh minha filha que, apesar de te chamares a ti própria de Tomás e de Rafa, te tornas uma rapariga tão crescida. 

Quando dormes na minha cama e te vejo essa coxa grande de menina atravessada ou quando tomas banho e inclinas a tua cabeça para trás sentido o comprimento do teu cabelo que, com muita vaidade tua, quase que toca nesse rabo que já só para dormir tem fralda.

Essa menina que já apanhei a ser vaidosa ao espelho. A inclinar a cabeça para se contemplar, para se sentir mais bonita. 

Essa garota que já sabe como mexer com os meus sentimentos e sabe que palavras como "é o último", "vá lá", "só um bocadinho", "eu prometo que" me derretem o coração. 

Esta miúda que já compreende muitas razões e que já sabe esperar nalgumas coisas. A garota que quer usar os ténis iguais aos da mãe mas que também quer ir de chinelos como o pai gosta de usar. 

A menina que pergunta muito porquê e que quer saber mesmo porquê. A miuda que, quando pergunto, tenta explicar o melhor que pode e até já começa frases com "imagina, se eu...". 

Eu imagino, filha. Tenho tido pouco tempo para isso no meio de tirar a carne para descongelar, preocupar-me contigo e comigo, mas eu imagino. 

Já tens 3 anos e meio e já és uma menina tão grande. O pai disse-me no outro dia que te foste vestir sozinha. 

És muito doce. Estás atenta a quem te rodeia e queres o bem de toda a gente. 

Quero ajudar-te em tudo o que puder. Quero que te vejas como eu te vejo. Esta paixão, este amor tão intenso que não muda só porque tu ou eu estamos com birra. 

Gosto muito que sejas uma menina e dou-te o colo que precisares à hora de jantar. Tenho a sorte de também me conseguires dizer o que precisas, mesmo que esteja mais desligada seja pelo que for. 


Fotografia - Yellow Savages 


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10.16.2017

Quando é que isto pára??????

Muita  força muito grande para todos aqueles que estejam a sofrer com os incêndios (estamos todos mas, caramba,... ). 

Só de relembrar: 

800 246 246 é o número da Protecção Civil para informação sobre os incêndios. 

A Segurança Social informa que dispõe de locais onde disponibiliza apoio psicossocial direto, de emergência, às populações afetadas pelos incêndios :


Postos de apoio:

· Viana Castelo
o Monção – no Pavilhão Gimnodesportivo de Monção

· Guarda
o Seia – nos 2 Pavilhões Gimnodesportivo de Seia
o Gouveia - no Pavilhão Gimnodesportivo de Gouveia e no Seminário de Gouveia

· Coimbra
o Vila Nova de Poiares – Irmandade Nossa Senhora das Necessidades
o Lousã – Quartel dos Bombeiros da Lousã
o Penacova - no Pavilhão Gimnodesportivo de Penacova

Poderá ainda ser contactada a Linha Nacional de Emergência Social (LNES), através do número 144, gratuito, para informação acerca destes locais onde está a ser prestado o apoio.

*Não ponho fotografias. Não é preciso.

10.15.2017

Não há lobos maus, Irene. Os lobos têm é fome.

Tenho-me vindo a aperceber (através de vários inputs) que o ser humano vai naturalmente pelo caminho mais fácil - não necessariamente o que lhe trará os resultados que ele precisa. Vai por aquilo que lhe parece apetecer ou por aquilo que lhe parece verdade. 

Só que já estamos emoldurados pelas molduras dos nossos pais que foram as dos nossos avós ou que, então, foram precisamente o contrário.

A minha cabeça funciona por gavetas: a do bom e do mau, a do melhor e do pior, a do a favor e contra, a do branco e preto, a do rico e do pobre, a do gordo e do magro. Tanto quanto me tem parecido, é assim que a maior parte de nós funciona também. 

Parece que nos facilita trabalho, mas só complica. 

Complica porque quando falhamos, achamos que somos uma porcaria. E quem é uma porcaria nunca é bom. É horrível porque quando reparamos que não somos magras, achamos que somos gordas. É uma tristeza porque também o somos assim com os outros depois. 

A Irene perguntou-me ser era má e eu respondi-lhe que toda a gente é tudo. 

Tal como o lobo mau só tem fome, gosta é de comer porquinhos. 

Aquele menino que te deu uma palmada não é mau porque te bateu, tem o "senhor medo e o senhor zangado" na cabeça tal como tu e eles falaram muito alto. Tu também já bateste nos teus amigos e não és má por isso. 

Isso não faz com que deixe de doer. Dói quando se recebe uma palmada e não se deve magoar ninguém. 

Dói quando a mãe grita por estar zangada, não é? A mãe não é má por ter gritado, mas como sabe que te dói, tenta não o fazer ao máximo. 

Bom, não lhe disse tudo isto. Tenho vindo a dizer consoante as oportunidades.

Reparo que até a comida como por partes (a carne toda primeiro e só depois o arroz...) e que um dos meus maiores fascínios são artigos de papelaria, organizar coisas. 

Nem tudo tem de ter uma gaveta, não somos uma coisa ou outra. Somos tudo, vamos sendo.

E o que sofremos com as etiquetas, até só na nossa cabeça...? Ao ponto de as impingirmos aos outros? E quanto disto se reflete naquilo que vivemos enquanto somos mães e nos dedos que apontamos às outras?

Unir.


 


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