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7.07.2015

Tenho 62 sobrinhos.

Já vos falámos aqui do grupo bimbo no Facebook através do qual eu e a Joana Gama nos conhecemos. Isso, Mamãs de Março de 2014. No início, entrei contrariada porque um amigo que eu e a Joana temos em comum quase me obrigou. Para já, elas já se conheciam quase todas há meses. Depois, mostrar barrigas semana após semana? E pés inchados? E o que comem ao almoço? Really?

Fui apanhada na esquina. Em menos de nada, estava a adorar fazer parte daquilo. Aturar grávidas. Dividir com elas medos e desejos. Fazer amigas, reais, através da internet. Estava a acontecer e eu já não sabia viver sem aquilo. 

Quase dois anos depois, cá estamos. A mostrar os primeiros passos dos nossos filhotes umas às outras, a pedir conselhos para os que são piscos a comer, a divulgar promoções de fraldas... e a combinar encontros. É bom conhecer uma grupeta assim. Somos todas tão diferentes, mas une-nos o amor pelos nossos filhos, os de março e todos os outros (sim, porque nem todas somos mães de primeira viagem - expressão mais bimba de sempre). Umas usam trelas nos filhos, outras nem pensar, umas amamentam, outras já não, umas são assim, outras são assado. Mas conseguimos ser civilizadas, amigas, respeitadoras. Já somos praticamente família!

Mariana
Lucas
Isaac
Beatriz
Rita
Isabel

Mauro e Lia

Enzo e Marco

Martim
Martim e Beatriz
Sem esquecer, claro: a Irene, a Carolina, a Sofia, a Mia, a Inês, a Inês, a Inês, o Diogo, o Vicente, o Rafael, o Gabriel, o Pedro, a Ana Margarida, a Flor, o Simão, o Martim, a Eduarda, a Alicia, a Matilde, a Mariana, o Afonso, a Eva, o Levi, o Sebastião, a Luana, o Miguel, a Maria Francisca, o Rodrigo, a Lara, o Salvador, o André, o Emanuel, o Miguel, a Iara, o Bernardo, a Mafalda, o Francisco, Benedita, a Marta, a Lara, o André, o Dinis, o Afonso, o João, a Marta (aiiii espero não me estar a esquecer de nenhum!).

5.16.2015

Eu tinha uma melhor amiga.

Eu tinha uma melhor amiga, como quase todas as meninas da minha idade. Tinha um nome estranho, mas, por gostar tanto dela, tornou-se num nome incontestavelmente bonito. Chamava-se Priscila. A Priscila morava no rés-do-chão do meu prédio e, às vezes, depois da ama, eu ficava na rua a jogar à bola com ela. Mandava-lhe a bola e ela apanhava, debruçada no parapeito da janela. Tínhamos exactamente a mesma idade e fomos para o primeiro ano juntas. Íamos as duas a pé para a escola. Um dia chateámo-nos e ficámos uns bons 40 minutos sem nos falarmos. Éramos inseparáveis e as nossas mães chegaram a comprar-nos roupas iguais. Lembro-me de um vestido da Benetton a condizer. E assim crescemos. A trocar roupa, a engordar e a ter as primeiras borbulhas. Lembro-me de nos pesarmos na farmácia, uma a seguir à outra, uma pior que a outra. Ela ganhou mamas, eu nem por isso. Eu fiquei mais alta e ela mais baixa. Lembro-me de irmos ao cinema, de fazermos disparates. Quando tínhamos trocos, íamos ao café Montecarlo comprar gomas e pastilhas de melão, que a minha mãe descobria pelo cheiro, a léguas.
Lembro-me da gargalhada bem sonora da Priscila. Dos olhinhos meigos. Lembro-me de quando me veio contar, a chorar, que ia ter irmãos gémeos. Lembro-me dela cuidar deles e de, às vezes, perder a paciência. "São terríveis", desabafava, com um sorriso. Um dia levámo-los ao cinema e não se calaram enquanto ela não os encheu de pipocas.
Lembro-me da primeira grande paixão dela e de estar ao lado dela, no meu quarto, à noite, quando trocou as primeiras SMS de amor. Vibrámos com aquilo. Os primeiros namorados "a sério". Lembro-me de dormirmos juntas, de conversarmos até tarde e de tentarmos controlar o riso, para os meus pais não ouvirem. Lembro-me de passarmos férias juntas, no Algarve. De trocarmos promessas, de nunca nos separarmos, de sermos madrinhas das filhas uma da outra.

Um dia, a Priscila disse-me que ia mudar de cidade. Chorámos muito, não queríamos. Como viveríamos uma sem a outra, se éramos unha e carne? Como colmatar a falta dela, se ninguém me conhecia melhor? Se nos adorávamos e raramente discutíamos? Prometemos que ninguém nos iria afastar. Que iríamos continuar próximas. Que a nossa amizade ia ser para SEMPRE.

A verdade é que a vida acabou por nos separar. Se nos primeiros três anos conseguimos ainda ver-nos algumas vezes, depois fomos perdendo o rasto uma da outra. Mas quando ela me ligou a contar que estava grávida, chorámos juntas. Fui visitá-la poucos dias depois da Carlota nascer. Que saudades da minha melhor amiga. Depois disso, nunca mais nos vimos, já lá vão uns cinco anos. Já tentámos, mas na verdade nunca tentámos mesmo, com vontade. A vida acabou por nos dar outros amigos, outras rotinas, outras vidas. Mas tenho a certeza de que ainda gostamos muito uma da outra e que as memórias não se apagam nunca. Memórias que fizeram de nós aquilo que hoje somos. Uma amizade assim é transformadora. E, apesar de não parecer, é para a vida. Tenho a certeza de que ela me adora e que tem saudades, tal como eu tenho. Sei que um dia ainda vamos estar juntas e que as nossas filhas vão brincar juntas. Quando? Não sei. Um dia...

E quando esse dia chegar, tenho a certeza de que vamos dar um abraço forte e sentir que o tempo não passou por nós. Que somos as mesmas. Que conseguimos ser aquelas meninas, de mãos dadas, no primeiro dia de escola.



É uma amizade destas que eu espero que a Isabel e a Irene tenham. Que sejam a Priscila e a Joana, a emprestar calças de ganga uma à outra. A chorar juntas os primeiros desgostos de amor. A marcar a vida uma da outra para sempre.














As mães delas já casaram até os pares de sapatos (e sem combinar)! Por isso, elas que não se armem em parvas e que sejam as melhores amigas, para não ter de me chatear! Bem, bem.



Ah! Obrigada, Little i, pelos panamás das miúdas!