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2.21.2019

Elas são tão felizes na escola (e eu também)

Se há coisa que nos deixa a respirar fundo e a sentir que fizemos a escolha certa é encontrar A Escola para os nossos filhos. Quando digo escola, digo infantário, digo creche. As minhas filhas têm 4 e 2 anos e há um ano e dois meses que estão na escola com que mais me identifico até ao momento. Haverá melhores, muito possivelmente, e isso será sempre muito subjectivo. Neste momento, é a melhor para elas, dentro dos factores possíveis. 



A escolha da escola terá, quanto a mim, mais tópicos a considerar do que o local onde nos dá mais jeito, o orçamento ou a facilidade com que terá vaga. Claro que se faz o que se pode e o que se sabe. Eu nem sempre tive esta abertura, preocupação e nunca ninguém me ajudou a encontrar algo que me enchesse as medidas. Nem eu sabia quais seriam as minhas medidas. Na mudança de Santarém para Lisboa, procurei alternativas. E, graças a uma psicóloga amiga de amiga (obrigada Joana), cheguei a esta escola. Tenho mesmo pena de não vos poder dizer qual é, mas é das coisas que eu prezo por aqui: nem dou morada de casa nem nome da escola. Mas posso falar-vos do modelo. E dizer-vos que é uma IPSS. 

A escola das minhas filhas inspira-se na filosofia Movimento Escola Moderna. Já ouviram falar? Se calhar se vos falar da famosa Escola da Ponte, em Vila das Aves, já identificam. A ideia foi substituir a hierarquia no conhecimento (professor; alunos), adquirido de forma passiva, por um ambiente fortemente comunitário, onde a cooperação e a livre expressão fossem os principais valores, respeitando a individualidade das crianças e incentivando o espírito crítico. A Isabel já tem conselhos de turma, onde decidem TODOS as actividades e planos. A aprendizagem baseia-se em Projectos que partem da curiosidade deles. Isto pode parecer complexo para crianças de 4 anos, mas acreditem que não é nada. Vou dar um exemplo: vão ao Oceanário no próximo mês; então o projecto actual é sobre o Peixe Lua. Um grupo tem de investigar para descobrir as questões às perguntas que os próprios se colocaram. Um dia chegou a casa a explicar-me que o peixe lua tem esse nome por ter a forma circular e vinha toda entusiasmada porque era enorme e chega a pesar 900kgs. Esta procura pela informação dá-lhes autonomia e torna-os desenvoltos, curiosos, aposta na comunicação entre todos (e com os pais, em casa), além de todos colaborarem, da sua forma. Gosto muito! Muito mesmo! Fazem muitos trabalhos manuais, muitas histórias, muita brincadeira e também muitos passeios. CCB (vão já amanhã e já foram imensas vezes), teatro S.Luiz, pavilhão do conhecimento, circo, teatros (a Luísa foi na 2a ao S.Jorge), Gulbenkian... passeiam imenso! 


E muitas outras coisas: os pais podem entrar quando quiserem, assistir, ir à cozinha. Há período de adaptação (já passámos por uma escola que não tinha e exigia horários 9h-16h muito extensos, do meu ponto de vista, para quem ali está pela primeira vez e não conhece ninguém...), o que foi fundamental para a adaptação da Luísa (para a Isabel, é um bocado indiferente porque ela NUNCA estranha a entrada em escolas diferentes e quer logo ficar a almoçar e lanchar e tudo). Mas todas as crianças são diferentes e é bom que nos adaptemos a isso. 

É um alívio enorme! Se eu visitasse as instalações, que são velhotas, e não soubesse de todo o trabalho e filosofia, não diria que era A Escola das minhas filhas.

E, à partida, se possível, já decidimos que queremos continuar com o MEM até ao 4. ano, noutra escola (só porque ainda não sei se haverá outras para o segundo ciclo). Uma vez perguntaram-me: “então mas e depois a adaptação a um ensino mais tradicional não vai ser mais difícil?” Sinceramente, penso que não. Mas também não as privaria de algo que sinto completamente benéfico em função do que pode vir a ser o futuro. Acho mesmo que esta base é maravilhosa e que trará frutos, independentemente das escolas por onde venham a ter. 


Já escrevi mais sobre a escola das miúdas aqui. 😍

10.26.2016

Estão a ver este rapazinho que era "mau aluno"? Ganhou uma estrela Michelin!

Havia um rapazinho na nossa turma que, apesar de pequenino, se sentava nas carteiras lá de trás. Era falador, desestabilizador, gozão, a custo fazia os trabalhos de casa, tinha negativas. Na primária, levava não raras vezes estalos e carolos da professora (sim, isto acontecia nos anos 90). Era, diziam, "indisciplinado" e "mau aluno".

Acontece que esse menino, de sorriso fácil, recebeu agora uma Estrela Michelin, no restaurante Adega, em San José, nos Estados Unidos. O meu orgulho nele é enorme e fico também contente pela chapada de luva branca que isto significa. O nosso sistema de ensino não está feito de acordo com as necessidades, interesses, ritmos das crianças. Prepara-nos, aos que conseguem apanhar o comboio a alta velocidade, para os exames, mas não necessariamente para a vida. E ele, que não conseguia estar sentado na carteira, tinha bicho carpinteiro, porque era simplesmente uma criança! Hoje esse desassossego traduz-se num profissional de mão cheia, criatividade, talento, humildade, vontade de aprender, resiliência... imaginem então se tivesse tido um ensino que o estimulasse desde o início! O caminho teria sido tão menos doloroso... Felizmente a força interior (e o incentivo da família, principalmente do irmão mais velho, a quem seguiu os passos) foi superior a tudo isso e ele conseguiu, não um canudo, mas um dos maiores feitos na área que desbravou.



Parabéns, David! Pelo reconhecimento que só os grandes alcançam, mas principalmente pela audácia e por teres ido à luta [parabéns à Jéssica também, claro].

Notícia do DN, aqui.


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