Mostrar mensagens com a etiqueta entrevista. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta entrevista. Mostrar todas as mensagens

1.06.2015

Força, suas leiteiras (#01)

Estarmos informadas sobre a amamentação serve para podermos sermos uma fonte de apoio para as mães que optem por amamentar e que possam passar por algumas dificuldades (nem sempre há problemas).

É também muito importante para não sermos repetidoras de informação incorrecta, porque tal pode ser o factor decisivo para a desistência de algumas mães.

A OMS recomenda o aleitamento materno em exclusivo até aos 6 meses. Além de estarem provados os benefícios da amamentação prolongada (com desmame natural), a OMS também sugere a amamentação até, pelos menos, os dois anos de idade.

A questão é: serão as possíveis dificuldades na amamentação que provocam tantas desistências ou será a falta de informação?

Para tentar ser mais produtiva neste assunto e com a ajuda de uma amiga (Patrícia Paiva, co-fundadora do projecto Mamar ao Peito cujo site está cheio de informação útil), pensei nalgumas perguntas para fazer a uma CAM. Se calhar, começando, pelo princípio:

1 - O que é uma CAM?

Uma CAM é uma pessoa, profissional de saúde ou não, que fez um curso de formação em aconselhamento sobre aleitamento materno. O curso é certificado pela Organização Mundial de Saúde e consiste em adquirir conhecimentos técnicos de amamentação. Normalmente é feito por pessoas que querem ajudar mães a amamentar ou para complementar uma profissão relacionada com mães e bebés.

2 - O que te fez querer ser uma? 

Tudo começou no fórum PinkBlue que comecei a frequentar quando o meu filho tinha cerca de quatro meses. Na altura, amamentava o meu filho em exclusivo e ajudava outras mães com dúvidas iniciais, achando eu que era uma expert no assunto… Sempre foi um tema que me interessou e felizmente comigo sempre correu tudo bem, mas li muito sobre amamentação e no fórum comecei a dar conselhos com base naquilo que lia. Quando o meu filho tinha 5 meses e meio fui mal aconselhada por uma médica, procurei a ajuda do SOS Amamentação pela primeira vez, porque não queria ir contra a opinião da médica sem me informar primeiro. A médica queria que eu desse papas ao meu filho, porque não estava a engordar o suficiente e por ter um percentil baixo. Mesmo depois de ouvir os conselhos sábios da CAM que me atendeu, não consegui ter força suficiente e cedi à pressão, não correu nada bem e não foi por ter iniciado as papas 15 dias antes que ele engordou mais ou subiu no percentil. Acho que foi nessa altura que decidi que queria saber mais sobre o assunto, mas apenas fui fazer o curso quando ele já tinha 8 meses, juntamente com a minha amiga Bárbara Correia, que conheci no fórum também, através do interesse comum pela amamentação e que também me incentivou a fazer o curso.

3 - Por que é que há cada vez mais CAMs? 

Quando fiz o curso, em 2008, quase ninguém sabia o que era uma CAM, mas aos poucos fui assistindo à divulgação desta actividade através de fóruns, sites, artigos em revistas e até na televisão. Hoje em dia, com o facebook, penso que já é um serviço bastante divulgado e quando uma mãe num grupo diz que tem problemas na amamentação, alguém aparece e sugere uma CAM, explicando o que é e dando contactos. Com o aumento da procura foi havendo uma maior oferta de CAMs e, felizmente, hoje já somos umas quantas espalhadas por todo o país.

4 - Quando te pedem ajuda, que meios utilizam?

Sou contactada de várias formas, através do chat ou grupos no facebook, emails, telefonemas… O meus contactos estão no site do Mamar ao Peito que criei em conjunto com a Bárbara. Por isso, muitas mães chegam a nós por aí, ou porque são recomendadas por uma amiga. Se for algo que se consiga resolver por telefone ou chat, o contacto fica por aí, mas em alguns casos mais complicados pode ser necessário um acompanhamento presencial e nesses casos vou ter com elas, se for dentro da minha área, ou encaminho para outra CAM, se ficar fora de mão, ou se ultrapassar as minhas capacidades.

5 - Haveria a necessidade de haver CAMs se os médicos tivessem uma formação adequada sobre amamentação?

Penso que sim, porque não acho que este seja um assunto de médicos, normalmente é um assunto de mães! E o ideal seria que fosse como antigamente, em que a sabedoria da amamentação era passado de mãe para filha e a ajuda vinha das mães, tias ou irmãs que tinham amamentado também.

6 - Existe leite fraco?

Não, não existe leite fraco, o leite que cada mãe produz é adaptado ao seu bebé e, para que este não tenha as propriedades suficientes, seria necessário a mãe estar num estado grave de desnutrição, e aí viam-se primeiro os sinais na mãe e só depois no bebé. O que pode acontecer é haver uma baixa na produção de leite, ou o bebé não estar a conseguir receber leite suficiente e, para se resolver esse problema, é preciso perceber o motivo que o provoca e é normalmente isso que fazemos com as mães.

7 - Por que é que existe uma preocupação enorme em torno do aumento de peso do bebé nos primeiros dias de vida? Por que é que a primeira solução é sempre a sugestão do suplemento e não a correcção da pega?

A preocupação relativamente ao aumento de peso dos bebés faz sentido, porque é um dos sinais de que tudo está bem, uma perda de peso sem motivo aparente ou dificuldade em recuperar o peso pode ser um indicador de que algo deve ser visto e um dos motivos pode ser realmente a amamentação. Mas, normalmente, há motivos que justificam essas dificuldade em recuperar o peso, como um início complicado, um bebé sonolento, uma má pega, amamentação com horários estipulados… As possibilidades são muitas e essas devem ser avaliadas antes de se passar para outra solução.

A solução mais rápida e eficaz é, realmente, o suplemento, porque o bebé ingere mais leite e rapidamente começa a recuperar o peso. Mas antes de se sugerir a suplementação com leite artificial, devem avaliar-se outras questões e apoiar a mãe se a opção dela é amamentar. Compreendo que, por vezes, no hospital ou no centro de saúde, não haja disponibilidade para estar mais de uma hora a falar com uma mãe para tentar perceber o motivo por trás do pouco ou nenhum aumento de peso, mas se não há essa disponibilidade deveria haver um cartão com contactos de CAMs ou um grupo de apoio para dar às mães nessa situação em vez da prescrição do suplemento, se isso acontecesse tenho a certeza que se evitariam muitos desmames precoces.

8 - Existe o vício de mama?

Normalmente associamos a palavra vício a algo prejudicial, por isso não o consigo associar à mama. Há bebés que mamam muitas vezes, porque precisam ou simplesmente porque sim, vai depender da idade do bebé e do tempo em que tem a mama disponível, mas se não lhes faz mal nenhum, antes pelo contrário, não vejo porquê limitar essas mamadas. O que as mães têm de perceber é que o bebé não procura a mama apenas quando tem fome, mas sim por que precisa de contacto, calor, carinho, de nutrição emocional e o fantástico é que a mama consegue dar-lhes tudo isso.

9 - Quais são as vantagens da mama em relação ao biberão?

Além das vantagens nutricionais e de saúde, porque nenhum leite artificial consegue ter todos os nutrientes, nem os anti-corpos do leite materno, há muitas outras vantagens. O leite materno é o único alimento que se adapta ao nosso bebé, modifica-se ao longo da mamada e de mamada para mamada. A ciência ainda não consegue explicar bem como funciona mas a verdade é que o nosso corpo recebe a informação do que o bebé precisa, e vai produzir o leite consoante essas necessidades. Tem também vantagens para mãe, a nível de saúde também e acho que não vale a pena enumerar essas porque são muitas e estão disponíveis na maioria dos sites sobre o assunto. Além das vantagens de saúde, há outras: é mais económico e mais prático e o leite materno é um produto sustentável que não prejudica o ambiente.

10 - É possível uma mãe não ter leite?

Sim, efectivamente existe uma doença que pode afectar algumas mulheres, chama-se hipogalactia, que significa escassez de leite, e tal como várias outras doenças afectam algumas mulheres, esta também pode afectar. A questão é que é uma doença muito rara, apesar de muitas mulheres se queixarem de falta de leite. No entanto, a maioria dessas queixas dependem de outros factores e não de uma questão patológica. E tal como indiquei, muitas vezes é essa a função das CAMs, identificar o problema e ajudar a mãe a ultrapassá-lo.


(mais perguntas e respostas em breve)

1.04.2015

Mães que tudo sabem (#02) - Margarida Neuparth


A Margarida Neuparth, para mim, era uma rapariga muito simpática que conheci num trabalho que fizemos as duas no Algarve para a rádio onde trabalho (aturou-me durante 15 dias, coitadinha).

Depois, aos poucos, fiquei a saber que além de professora de dança, era modelo fotográfico e que estava apaixonadíssima pelo namorado que era jogador de futebol. 

Agora é mãe do Santiago ("Santi") e o pai é o tal namorado da altura: Adrien Silva. Grande Adrien que ontem marcou dois grandes golos contra o Estoril. Um deles foi uma autêntica obra de arte! 


1 - O que é que o Santiago está a fazer enquanto respondes a isto? 

Está a dormir. Caso contrário não conseguia pegar no telemóvel sem ter que o dividir com ele! 

2 - Que cuidados tiveste durante a gravidez ou... que crimes cometeste e que até te souberam bem? 

Segui à risca aquilo do "não comer saladas fora de casa, o que até me deu algum jeito porque não gosto lá muito de saladas e assim tinha uma desculpa! De resto, fiz todas as asneiras a nível alimentar a que tinha direito (tipo comer dois croissants de seguida e dizer que um era para o bebé).



3 - Tanto te dava ou até preferias um menino? Qual era o nome pensado para menina? Preferes não dizer para não te roubarem a ideia?

Sinceramente, preferia uma menina, chamava a minha barriga de "Matilde" e tudo. Todos os dias conversava com a minha "Matilde", até ao dia em que soube que vinha aí um rapaz. Fiquei um um pouco em choque e até me custou um bocadinho mudar o nome... Agora, já estou completamente rendida (excepto quando vou as lojas e vejo a roupa de menina).


4 - Disseste numa entrevista (aqui) que o Adrien é um pai muito atento, mas... aqui entre nós: tens que lhe pedir para ele ir mudar as fraldas ou vai a correr sozinho (e com o miúdo, senão.. não dava, claro)?

Por acaso, na maior parte das vezes, pega mesmo no Santiago e faz sozinho! I'm a lucky woman! A verdade é que também depende muito de que hora do dia é que estamos a falar... Se é que me entendes! 




5 - Preferias que o Santiago fosse jogador de futebol como o pai ou professor de dança, como a mãe? 

Vou ter que responder a típica resposta de mãe: "quero que ele seja o que quiser, e o que o fizer mais feliz", mas claro que se puder ser isso e ganhar um bom ordenado é melhor para não ter que nos "cravar".

6 - Não te vou perguntar se já recuperaste a tua forma física, porque te tenho no Facebook e só me apetece esganar-te. Posso esganar-te? Só um bocadinho? Isso é tudo genética ou é muita dança no bucho?

Também não é bem assim, porque os efeitos do Instagram me têm ajudado e muito (ehehe). Começar a dar aulas outra vez tem sido uma grande ajuda a voltar à minha boa forma física e também já fiz algumas dietas daquelas malucas, que só consigo fazer uma semana (uma semana duma, 4 dias de outra). A verdade é que ajudou, na mesma, a ir ao lugar mais rápido! 


7 - Farta de que associem futebol ao Santi? Aposto que tens aí uns quantos comentários que ouviste de imensa gente que achou que estava a ser super original e criativa... Conta! 

Não há NINGUÉM que não diga "ahhh vai ser jogador de futebol como o pai?!". O coitado do miúdo não pode abanar as pernas que dizem logo "já ta a dar pontapés como o pai!". Neste Natal recebemos 8 bolas (mais do que os meses do Santiago), uma baliza e uma mochila que diz "quando for grande vou ser jogador de futebol". Por este andar, acho que daqui a uns tempos, vou ter a minha casa transformada num estádio! 

8 - O que foi o mais difícil até agora nesta aventura da maternidade? O parto correu muito bem, por isso... o que foi/é mais desafiante?

Acho que o mais difícil são as noites. Apesar de ter alguma sorte, porque o Santi só come as 6h da manhã, ele perde muitas vezes a chucha e o meu sono nunca mais foi o mesmo e logo eu que sempre fui muito preguiçosa e muito amiga da minha cama, por isso é realmente o que me continua a custar mais!




9 - O que dirias a uma Margarida que estivesse agora a pensar em ter o primeiro filho?

Tem, vais ver que é realmente o melhor do Mundo, mas aproveita e dorme tudo o que podes agora antes que ele nasça! 


10 - O que achas do nosso blogue? Estou só à pesca de elogios porque já me tinhas dito que gostavas e vejo os teus likes nas publicações... Quero que assumas isso publicamente, percebes? Percebes? 

Posso assumir publicamente que dou verdadeiras gargalhadas sozinha em frente ao telemóvel a ler o vosso blog! Adoro, leio tantas coisas que me identifico e isso faz me sentir tão bem e que não estou sozinha... 
De manhã é leitura obrigatória na minha rotina! Faz me realmente sentir bem!




11 - No início não publicavas fotografias da cara do Santiago, mas depois não resististe. O que achas de publicarmos fotografias dos nossos bebés na Internet e o que te fez mudar de opinião?

No início não queria porque não gostava muito de ver o Santiago nos jornais desportivos, mas desde o momento em que o Adrien decidiu levá-lo para a apresentação da equipa no estádio de Alvalade (e esse momento apareceu na televisão e jornais) que achei que já não valia mais a pena "esconder" o meu filho. Não vejo mal em publicarmos os nossos filhos na internet, mas claro em situações que não sejam demasiado íntimas... Respeito, porém, que haja pessoas que não gostam. Acho é "estúpido"  quando põem a foto inteira e depois usam o "paint" ou uma "desfocagem" para tapar a cara: ou põem ou não põem! 

12 - Fica aqui oficializado que o Santiago vai ser namorado da Irene ou dizes isso a todas? 

A verdade é que o Santi já tem varias pretendentes, mas sim, a Irene está no topo da lista!




13 - Já andas a pensar no próximo filho de fininho ou... queres ainda ver se dormes uns bons mesinhos em paz antes de te meteres no próximo?

Eu queria dormir uns bons mesinhos, mas acho que nos próximos anos isso não vai ser possível porque queremos uma família grande. O Adrien antes de ter o Santiago queria 5 filhos, agora já mudou para 3 ou 4, por isso pensamos em ter já  outro no próximo ano!

14 - O vosso restaurante (La Dolce Vita) é bom para levarmos lá os nossos miúdos? Porquê?

Temos dois: um na Expo e outro no Chiado. 
O da Expo é um restaurante que consegue receber muitas pessoas  e, por isso, tem muito espaço para as crianças, tem esplanada, estacionamento fácil, etc.  É muito agradável para ir com a família. 
O do Chiado tem um ambiente mais "chique". É claro que também acolhe muito bem as crianças, mas é melhor para um jantar romântico com o pai, por exemplo!
Em ambos os restaurantes há pizza, por isso podemos dar-lhes o rebordo para eles se "calarem" um bocadinho e ficarem a mastigar aquilo ou, então, podem também dar um pouco de massa da pizza crua  para se entreterem a fazer moldes! Na expo temos muda fraldas e posso dizer que o Santiago já o usou muitas vezes!




15- A mãe é que sabe?

Sem dúvida alguma que a mãe e que sabe! Sinto me que me tornei numa "super" mulher, sinto que há poderes em mim que não tinha dantes e agora sou capaz de tudo. Sinto que mesmo quando estou a explodir, há sempre uma força extra que nunca existiu e agora veio de não sei onde e me ajuda sempre que preciso! 
Sou mais feliz, sou mais completa, tenho mais olheiras, tenho o coração mais cheio, não sei tudo..... Mas sou mãe e a Mãe e que sabe!! 



12.14.2014

Blogger da semana (#02) - Cocó na Fralda

É só um dos blogues mais lidos em Portugal e é fácil perceber porquê: uma mãe com quatro filhos - sim, 4! - com muito sentido de humor e que escreve sobre tudo e mais alguma coisa.

Cocó na Fralda

Se não conhecem, não sabemos o que ainda estão aqui a fazer. Psiiit, quietinhos! Vão lá visitar depois de lerem a entrevista que a Sónia Morais Santos, mais conhecida por Cocó, deu ao a mãe é que sabe.


Sónia, é verdade que és conhecida na blogosfera como "a Cocó"? Gostas? (não de cocó, entenda-se)
E não é que gosto? Nunca pensei vir a gostar que me chamassem "cocó" mas acabei a achar querido. E quem quiser ofender-me tem a vida facilitada! Chama-me Cocó com má intenção e eu respondo toda satisfeita. :) 

Tens um dos blogues mais lidos de Portugal e 4 filhos, um deles recém-nascido. Como é que consegues? (estamos de boca aberta porque sabemos o trabalho que (só) um filho dá e calculamos que não tenhas amas de leite, babás ou um ghostwriter)
Não tenho nada disso, é verdade. Neste momento, por exemplo, estou a responder a esta entrevista com o Mateus deitado nas minhas pernas. E na verdade não tenho só o blogue! Também trabalho. Continuo a ser jornalista (enquanto não tiver que pagar para trabalhar - e está quase - continuarei na profissão) e já retomei um dos meus trabalhos. Acho que ser eléctrica ajuda muito. Quando não estou a fazer mil coisas sinto-me inútil e começo a deprimir. Excepto quando estou de férias - aí gosto mesmo de não fazer nada!

"Manel, Martim, Madalena e Mateus... o quinto, será Moisés, Marco, Maria ou Mariana?" ou "Estás a criar uma equipa de futebol?" Estás fartinha de ouvir bocas deste género?
Ahahahaahah. Não estou farta. Acho graça. E, falando sério, se houvesse quinto e pudesse ser uma menina, seria a Maria do Mar.


Sempre sonhaste com uma família numerosa? 
Sim. Lembro-me de inventar um irmão (antes de a minha irmã nascer, o que só aconteceu quando eu já tinha 11 anos), ao qual a minha mãe tinha de dar beijinho de boa noite. Queria tanto ter irmãos! E sonhava que vivia num orfanato, cheeeeeeeio de miúdos por todos os lados. Quando comecei a brincar aos pais e às mães, eu tinha sempre uma grande família. 

Quando parar? Quando se chega aos 4, fará assim tanta diferença chegar aos 5?
Não creio que faça muita diferença, sobretudo porque os mais velhos já estão crescidos e noutra etapa da vida. Às vezes as pessoas pensam "4 filhos???" mas esquecem-se que não são 4 bebés! O Manel já tem 13 anos, tem um nível de autonomia enorme. O Martim vai fazer 10 em Janeiro… Além disso, ajudam imenso, bem como o Martim. De resto, acho que ter uma família numerosa faz com que cada filho aprenda a importância de todos ajudarem. Só assim é possível.

Qual a diferença de idades entre irmãos? Como soubeste que seria uma boa altura para o segundo filho e assim por diante?
O Manel e o Martim têm 3 anos de diferença, a Madalena tem 4 anos de diferença para o Martim, e o Mateus tem 5 anos de diferença para a Madalena. Eu acho 3 anos uma boa idade de diferença. No caso do Mateus, ele devia ter chegado mais cedo mas demorámos um bocadinho a conseguir. :) Agora também acho girissima a diferença de idades entre o Manel e o Mateus, por exemplo. 13 anos. O Manel já olha para ele com um paternalismo que reconheço, uma vez que a minha irmã é mais nova que eu 11 anos.

Quatro filhos: quando um quer gelado, querem todos? E se não houver 4 epás? Como gerem esses "quereres"? (pronto, sabemos que o bebé Mateus ainda não tem "quereres", desde que tenha o estômago cheio, está tudo ok)
Sim, quando um come é uma guerra: têm todos de comer, senão "é uma injustiça" e fica tudo amuadíssimo. O que vale, no caso dos gelados, é que cada um gosta de um diferente. Em relação a outras coisas, roupa por exemplo, às vezes um recebe e os outros não e basta explicar que aquele recebeu porque estava a precisar. 

Sentá-los à mesa nos restaurantes é como jogar mikado? Ao mais pequeno erro, vai tudo abaixo?
Nada disso. É facílimo. Eu e o pai à frente um do outro, o resto é só sentar. Nunca demos abébias a fitas do tipo "eu quero ser aqui, tu és ali".


Há algum que se arme em esperto e que diga que não quer usar as roupas do irmão, mas que quer roupas novas?
Não. O Manel é que, sendo o mais velho (e por isso, não herdando de ninguém), agora só quer roupas de marca. Nós damos uma ou outra mas depois, vemos o preço de camisolas da Zara, damos-lhe o dinheiro e ele põe o resto, com as mesadas e dinheiro que vai ganhando, para comprar as de marca. Tem de perceber que não há cá manias. Uma ou outra sim senhor, mas todas? Só com o dinheiro dele. Os outros não são esquisitos. 

O teu seguro tem um prémio mais elevado por não se calarem um bocadinho no carro quando vais a conduzir?
Devia ter, devia. "Falta muito? Falta muito? Falta muito? Falta muito? Oh, mãeeee, ele bateu-me! Não ele é que começou!" Nem sei como é que não tenho acidentes… :) 

Como é ter os miúdos todos em actividades e dar conta do recado sem se esquecer de nenhum num sítio qualquer?
Nem sei. Há um dia da semana em que a Madalena tem Inglês e o Martim tem ténis. Tenho de a deixar, de o levar, de voltar para a ir buscar e, às vezes, de seguir para o ir buscar a seguir (outras vezes vai o pai). Depois há 3 dias por semana em que o Manel tem futebol, em dois deles a Madalena também tem natação. Aí é outra confusão. Tenho de a deixar na natação, sair com o Manel (que se equipou na casa de banho da piscina), levá-lo, e depois voltar. E há outro dia em que os dois rapazes têm guitarra. Agora, com o Mateus, ando para todos estes sitios com ele atrás. O que vale é que ele dorme o tempo todo. Mas é verdade: às vezes tenho medo de me esquecer de algum e estou sempre a rever mentalmente onde é que deixei cada um, para não correr o risco de deixar alguém para trás (ou no carro, que é o meu pânico).

Para conciliar tudo com alguma sanidade mental, tens de ser rígida nas regras ou precisas de desdramatizar a confusão e ser mais liberal?
Completamente descontraída. Há um caos organizado, digamos. Sou muito pouco rígida, caso contrário já teria enlouquecido.  

Começaste o blogue em 2008. Como é que tens tido paciência para gerir as pessoas mais... "especiais", vá, que vêem na caixa de comentários um ringue de boxe? 
É uma questão de hábito. No início doía-me imenso. Queria que percebessem que estavam erradas a meu respeito, que eu não era aquilo que estavam a dizer. Depois percebi que há pessoas que querem odiar e escolher um alvo. Por isso, podemos dar voltas e mais voltas que elas já têm aquela ideia pré-concebida sobre nós. De maneira que aprendi a desvalorizar. Esqueço. Mas esqueço mesmo. Ao fim de um minuto já nem me lembro da idiotice. Acho que é um bocado como os médicos: ganha-se calo. E eu prefiro concentrar-me em quem vem por bem, em quem tem boas energias. 

Qual o balanço que fazes do blogue?
Um balanço muito bom. Conheci muitas pessoas que hoje são amigas, mas amigas mesmo, publiquei um livro (Cocó na Fralda, da editora Matéria Prima), depois o "A Culpa não é sempre da Mãe (Esfera dos Livros), participei em causas importantes para ajudar pessoas ou instituições que precisam, procuro dar um empurrão a algumas pequenas marcas, consegui mudar a política de um hospital, que não deixava os pais assistirem às cesarianas e, depois de uma denúncia que fiz no blogue (de um pai VIP a quem se abriu uma excepção), o hospital passou a deixar todos os pais assistirem (o Ricardo, depois disso, já assistiu ao nascimento da Madalena e do Mateus)… enfim, acho que o blogue, que começou só para me divertir, acabou a trazer-me coisas que jamais imaginei e, como acho que devemos devolver o bem que nos acontece, tento sempre ajudar os outros.

Obrigada! Não te roubamos mais tempo, vai lá namorar o Mateus e os teus outros três filhotes! E muito sucesso com o blogue, somos fãs!

 

11.25.2014

Mães que tudo sabem (#01) - Carolina Patrocínio


Carolina Patrocínio foi mãe há oito meses, ou há sete meses e 30 dias, para sermos mais precisas.
A Diana nasceu no dia 26 de março de 2014 e nós temos acompanhado todos os passos da bebé mais fofa do mundo (logo a seguir aos nossos, claro!).
Será que a vida da Carolina deu uma volta de 180 graus? O que mudou na vida da apresentadora? Imaginam-na uma control freak ou uma mãe super descontraída?

De uma coisa não tenham dúvidas: a Carolina é que sabe.




Como soubeste que estavas preparada para ser mãe?
Tenho a sensação de que sempre soube. A maternidade nunca me assustou talvez por sempre ter tido vivido com a minha mãe que esteve grávida grande parte da minha adolescência. O facto de ter um sobrinho também acelerou o apelo da maternidade. Não estive propriamente à espera de um sinal que me dissesse que já estava preparada. Estava só mesmo à espera de me casar e dar andamento à coisa! (risos)

Quem foi a primeira pessoa a quem contaste que estavas grávida?
À minha irmã mais velha, Mariana.

Qual foi a primeira coisa que compraste para o bebé?
A primeira coisa que comprei foi passado bastante tempo.. já estava grávida de quase seis meses. Comprei um tapa fraldas num mercado qualquer de Natal só pela pressão de ainda não ter comprado nada. Mas a verdade é que nunca o usei porque não sei onde o guardei! (risos) Como na altura ainda não tinha nada pronto, nem o quarto, nem as gavetas de roupa, devo-o ter deixado em algum saco provisório que nunca mais apareceu. No meu caso ficou provado que comprar cedo demais e comprar só por comprar não dá bom resultado.

Tinhas preferência por menino ou menina?
Para ser sincera não me lembro bem. Mas talvez sim… apesar de não ter sido nada muito assumido nem denunciado. Acho que na altura tinha preferência por um rapaz devido à vontade do Gonçalo.

A tua gravidez foi muito comentada porque nunca deixaste de fazer desporto e porque fizeste barriga mais tarde do que o habitual. Como geriste isso?

Com a maior naturalidade possível e confesso que com algum gozo à mistura devido à ignorância de algumas pessoas que faziam os comentários mais descabidos. Comentava-se na altura que eu teria um bebé prematuro, raquítico e descolamentos de placenta devido ao exercício que fazia… enfim, só cenários macabros. A preocupação do meu médico era precisamente a oposta, pois sabia que a bebé tinha um percentil grande num corpo pequeno como o meu. Nunca tive contrações prematuras, dores ou desconforto provocados pelo desporto. A verdade é que, apesar de ter treinado literalmente até ao dia antes do parto, a bebé estava de tal modo confortável dentro da barriga que nasceu no final do tempo, grande e gorda. 


Quantos kgs ganhaste?
8kg.

Ias com medo para o parto ou calma?
No dia anterior estava aterrorizada de medo, não preguei olho. Acho que fui para o hospital com uma directa em cima! Tudo o que o médico me tinha dito para não fazer… supostamente devia ter tido uma boa noite de descanso, tomado um bom pequeno almoço e ido para o hospital cheia de energia para um dia que se avizinhava longo por ser um parto induzido. Mas quando saí de casa, com a mala pronta, fiquei estranhamente calma e segura… senti-me preparada e tudo correu bem.

Cesariana ou parto normal?
Parto normal, sem sombra de dúvida.




Amamentaste a Diana. Foi fácil? Algum conselho para as futuras mamãs?
Sim, amamentei. Confesso que nos primeiros dias não foi nada fácil. A subida do leite foi sem dúvida das experiências mais difíceis com que tive de lidar no pós parto. Mas a verdade é que não ia de todo preparada nem informada sobre o assunto, daí hoje em dia aconselhar sempre as futuras mães a lerem sobre o assunto. Tive uma subida drástica e repentina e não soube agir da melhor forma. Da próxima vez já não me apanham na curva. Vou fazer tudo direitinho.

Como recuperaste o teu peso?
A treinar muito e a ter algum cuidado com a alimentação… mas o segredo reside nos meses da gravidez e não no pós parto. Não há milagres em 15 dias com um bebé recém-nascido nos braços se não se tiver tido cuidado ao longo dos 9 meses.

Agora que foste mãe, sentes que te dão mais credibilidade?
Nem por isso. Não acho que isso afecte a nossa credibilidade perante os outros.






Custou-te muito regressar ao trabalho e deixares a tua filha com outras pessoas? Como geriste isso?
O facto de não ter um trabalho das 9h às 19h faz com que não tenha que estar fora de casa o dia inteiro. No entanto, também não pude usufruir da tradicional licença de maternidade, por isso tive que ir gerindo as minhas ausências, deixando a bebé entregue às avós. Aos 8 dias de vida da Diana tive uma sessão fotográfica para a SWATCH em que a tive que levar comigo. Aos 15 dias levei-a para França de avião. Tudo se consegue com vontade e algum sentido prático. A primeira grande ausência foi só aos 5 meses quando fui viajar com o meu marido para a Tailândia durante 8 dias.



És uma mãe control freak ou mais descontraída?
Descontraída… bastante mesmo. Segundo a minha família, muitas vezes 'peco' por demasiada despreocupação. Deixo a bebé andar pelo chão em todo o lado (gatinha na rua, no chão dos restaurantes, nos parques) mexe em tudo, suja-se com tudo, vai à praia e à piscina... não tenho nada a obsessão pelas bactérias ou pelas doenças. Desde que nasceu que leva lambidelas do nosso cão Kruger, apanho-lhe a chucha do chão e não esterilizo biberões nem nada que se pareça. Ela está óptima, desenvolvida e recomenda-se. Anda no berçário e felizmente ainda nunca ficou doente!   


És das mães que aproveitam todos os silêncios para falar da Diana? É difícil controlar, não é?
Entre mães é muito difícil controlar-me! Mas fora do contexto tento não ser chata.

O que é que mais gostas na tua filha?
De ser super despachada, simpática e ter uma enorme destreza física. Mas confesso que adoro o facto de, hoje em dia, eu ser o auge da vida dela. Mal me vê entrar em casa começa a dar guinchos de histerismo como se eu fosse a maior alegria de sempre. Acha-me a pessoa mais engraçada do Mundo, ri-se às gargalhadas com tudo o que digo ou que faço e está constantemente a mostrar-me as novas gracinhas.



Aprendeste algo novo sobre ti, agora que foste mãe?
Percebi que consigo sobreviver com menos horas de sono e que tenho uma paciência infinita.

Pergunta da praxe: para quando o próximo?
Para o ano. Mas não digam ao meu chefe (risos) Estou a brincar... Quando queremos planear demasiado as coisas podemos cair facilmente na desilusão. Por isso não gosto de agendar tudo ao milímetro. Gostava de ter filhos que fizessem a diferença de dois/três anos para serem próximos uns dos outros. Mas quando chegar a altura logo se vê se tenho as condições reunidas.

Da próxima vez o que é que vais fazer diferente?
Em primeiro lugar o contexto familiar será diferente. Vou ter o meu marido a viver em Portugal comigo, coisa que não aconteceu quando estive grávida da Diana e até ela ter dois meses de idade. E vou ter decididamente acompanhamento profissional no dia da subida do leite.


A mãe é que sabe?
O instinto de uma mãe não se compra, não se transmite, não se ensina. Uma mãe vê, ouve e sente melhor. Sabe sempre antes dos outros e raramente se engana.