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1.07.2015

Mães que tudo sabem (#03) - Cláudia Borges

Cláudia Borges apareceu nos nossos ecrãs no Disney Kids, em 2002. A brincar a brincar já lá vão 13 aninhos e a apresentadora da SIC já tem um filho de 4 anos, o Rodrigo, o futuro namorado da Isabel (ele não sabe, nem a mãe dele, mas já andei a conspirar com os astros).

Numa conversa divertida, Cláudia fala-nos da gravidez, da maternidade e das saudades que tem do filhote em bebé.


Como soubeste que estavas preparada para ser mãe?
Desde muito cedo que queria ser mãe. Quando aos 21 anos me juntei com o Samuel, queria logo ter um filho. Ainda bem que ele era mais ajuizado do que eu ;) porque não sei se por essa altura teria maturidade suficiente, ou se a mesma chega quando o bebé nasce.

Como descobriste?
Já andava desconfiada, mas não queria pensar muito nisso, assim evitava desilusões.
A 26 de Março de 2010, entre reportagens, fui ter com a minha médica aos Lusíadas. Queria ter a certeza pois a 28 ia para Andorra em trabalho. Fiz a análise ao sangue e fui-me embora pois tinha de gravar. A Dra Linda ficou de me ligar e, umas horinhas depois, no meio da dita reportagem o telefone tocou. Do outro lado: "minha querida, vais para a neve, mas não te quero em aventuras..." Conseguem imaginar o ar de parva durante as entrevistas?

Quem foi a primeira pessoa a quem contaste que estavas grávida?
Só à noite, depois do trabalho todo feito é que fui ter com a Samuel a estúdio e foi aí que lhe contei que iamos ser pais.


Lembras-te da primeira coisa que compraste para o bebé?
Comprei um babygrow em tons beje. Assim, fosse menino ou menina dava.

Tinhas preferência por menino ou menina?
Não tinha preferência, mas a verdade é que estava convencida de que iria ter uma menina. Na família do Samuel, a maioria são rapazes, e todos diziam que era eu que ia ter uma menina.
Quando o médico disse que era um menino, fiquei super feliz, mas ao mesmo tempo em choque. Mas passou rápido!


Como correu a tua gravidez?
Lindamente! Foi aquilo a que se chama "uma gravidez santa". À parte dos enjoos matinais durante 16 semanas seguidas, não houve sustos, nem desejos doidos nem nada que que travasse a nossa felicidade.
 
Quantos kgs ganhaste?
Ganhei 16kg, o que não foi muito preocupante porque antes de engravidar tinha 53kg.

Comeste a dobrar ou tiveste alguns cuidados?
Cuidados... que vergonha... não tive mesmo. Usava o facto de ser magra para comer de tudo. A Coca-Cola sabia-me pela vida!


Ias com medo para o parto ou calma?
Sabes do que tinha medo? Da epidural! De resto, nada! Queria muito que fosse um parto normal e assim foi. Estava super tranquila e, mesmo com 12h de trabalho de parto, com dores que só nós sabemos, nunca entrei em pânico.

Como recuperaste o teu peso? Era uma preocupação voltar à tua forma o mais depressa possível?
Sinceramente não estava muito preocupada. Passados 22 dias fiz um direto num especial de Natal da SIC, mas de preto ;) tinha barriguinha como seria de esperar. E quando regressei em Março, estava a baixo do peso. Magra de mais! Cheguei aos 49kg, mas não foi propositado! Só quando o Rodrigo foi para a escolinha aos 12 meses é que comecei a treinar.


Custou-te muito regressar ao trabalho depois da licença de maternidade ou nem por isso? 
Tinha tanta vontade de voltar ao trabalho, como de ficar agarrada ao meu "Barriguitas" para sempre.
O Rodrigo ficava com a avó, por isso só estava longe dele o tempo que o trabalho levasse. Mas ia ligando ao longo do dia. Aos 12 meses, quando foi para a escola, é que tudo mudou... os primeiros dias foram uma choradeira pegada! Ele e eu!

O que é mais difícil na maternidade?
Tento não me stressar muito com nada. E aos 4 anos já não há grandes dramas. Mas o Rodrigo teve uma fase péssima... não queria comer nada e confesso que aí achei que ia ficar maluca. Olha que não sei se não fiquei (eheh).

És uma mãe control freak ou mais descontraída?
Nem control freak nem descontraída! Se sou chatinha e exigente, sim, sou!

És das mães que aproveitam todos os silêncios para falar do Rodrigo ou consegues controlar-te?
Quase todas as minhas amigas já têm filhos, por isso acabamos sempre por falar dos pequenotes. Mas controlo-me, há mais temas. Mas vá, prefiro falar do Rodrigo do que do tempo (risos).




O que é que mais gostas no teu filho?
O que mais gosto? Difícil!!! Mas vou tentar... a alegria contagiante, a gargalhada fácil, o facto de não ser preciso muito para ficar entusiasmado e super feliz, as saídas que me deixam de boca aberta, muitas vezes quando estou a ralhar e acabo a rir. E até a teimosia típica de um escorpião.

Qual é a coisa que o Rodrigo te diz que mais gostas de ouvir?
O meu filho, como sabes, tem umas saídas engraçadas, não é fácil! Mas de há umas semanas para cá, dá-me um abraço bem apertadinho e diz "mãe eu gosto tanto de ti! Adoro-te!!".

O teu filho já percebe que a mãe é famosa? 
Não dou grande ênfase a essa questão. A mãe trabalha na SIC, como a mãe de um amiguinho trabalha numa loja ou é professora ou médica.
No outro dia na rua pediram-me para tirar uma foto e o Rodrigo perguntou porquê. Só lhe disse que a senhora me conhecia da TV e ele não fez mais perguntas.



Gravaste o Disney Kids para lhe mostrar?
Ainda não lhe mostrei o Disney, mas já viu vezes sem conta "Uma aventura na casa assombrada" e adora.

Tens saudades de quando ele era bebé?
Tenho!!! Tenho tantas! E por tua culpa, porque andei às voltas com as fotos, fiquei ainda com mais (ahah).


Aprendeste algo novo sobre ti, assim que te tornaste mãe?
Aprendi que uma mãe aguenta tudo! Se doer nós aguentamos, se estamos cansadas, sem dormir, mas é preciso acordar cedo, nós aguentamos! Aprendi o que é sentir dois corações num só! Se ele sofre, eu sofro!

Pergunta da praxe: para quando o próximo?
Quero muito voltar a ser mãe! Sou filha única e não é uma experiência pela qual queira que o meu filho passe. Quando as condições estiverem reunidas, se é que isso existe, vai acontecer!


Da próxima vez vais fazer alguma coisa diferente? 
As pequenas coisas que me deixavam cheia de dúvidas já não me vão stressar. Costumo perguntar ao Rodrigo se me ajuda quando tivermos um bebé – sim, porque ele diz que vamos ter um bebé - e a resposta é rápida e direta: "não lhe mudo a fralda!". Com esta ajuda extra,vai ser ainda melhor

Algum conselho para as futuras mamãs?
Não vale de nada dizer para não stressarem quando eles não quiserem comer, dormir ou quando caírem, porque vão sempre entrar em stress! Mas há um truque que pusemos em prática e que sempre deu resultado! Bebés a dormir a sesta depois das 18h30/19h é quase proibido! Vão ver que o sono chega mais cedo e que a noite será mais tranquila.

A mãe é que sabe?
A mãe é que sabe! Ah pois sabe!!! E se não sabe, desconfia! Não há instinto mais apurado do que o de uma mãe atenta.

Obrigada, Cláudia! 

1.06.2015

Força, suas leiteiras (#01)

Estarmos informadas sobre a amamentação serve para podermos sermos uma fonte de apoio para as mães que optem por amamentar e que possam passar por algumas dificuldades (nem sempre há problemas).

É também muito importante para não sermos repetidoras de informação incorrecta, porque tal pode ser o factor decisivo para a desistência de algumas mães.

A OMS recomenda o aleitamento materno em exclusivo até aos 6 meses. Além de estarem provados os benefícios da amamentação prolongada (com desmame natural), a OMS também sugere a amamentação até, pelos menos, os dois anos de idade.

A questão é: serão as possíveis dificuldades na amamentação que provocam tantas desistências ou será a falta de informação?

Para tentar ser mais produtiva neste assunto e com a ajuda de uma amiga (Patrícia Paiva, co-fundadora do projecto Mamar ao Peito cujo site está cheio de informação útil), pensei nalgumas perguntas para fazer a uma CAM. Se calhar, começando, pelo princípio:

1 - O que é uma CAM?

Uma CAM é uma pessoa, profissional de saúde ou não, que fez um curso de formação em aconselhamento sobre aleitamento materno. O curso é certificado pela Organização Mundial de Saúde e consiste em adquirir conhecimentos técnicos de amamentação. Normalmente é feito por pessoas que querem ajudar mães a amamentar ou para complementar uma profissão relacionada com mães e bebés.

2 - O que te fez querer ser uma? 

Tudo começou no fórum PinkBlue que comecei a frequentar quando o meu filho tinha cerca de quatro meses. Na altura, amamentava o meu filho em exclusivo e ajudava outras mães com dúvidas iniciais, achando eu que era uma expert no assunto… Sempre foi um tema que me interessou e felizmente comigo sempre correu tudo bem, mas li muito sobre amamentação e no fórum comecei a dar conselhos com base naquilo que lia. Quando o meu filho tinha 5 meses e meio fui mal aconselhada por uma médica, procurei a ajuda do SOS Amamentação pela primeira vez, porque não queria ir contra a opinião da médica sem me informar primeiro. A médica queria que eu desse papas ao meu filho, porque não estava a engordar o suficiente e por ter um percentil baixo. Mesmo depois de ouvir os conselhos sábios da CAM que me atendeu, não consegui ter força suficiente e cedi à pressão, não correu nada bem e não foi por ter iniciado as papas 15 dias antes que ele engordou mais ou subiu no percentil. Acho que foi nessa altura que decidi que queria saber mais sobre o assunto, mas apenas fui fazer o curso quando ele já tinha 8 meses, juntamente com a minha amiga Bárbara Correia, que conheci no fórum também, através do interesse comum pela amamentação e que também me incentivou a fazer o curso.

3 - Por que é que há cada vez mais CAMs? 

Quando fiz o curso, em 2008, quase ninguém sabia o que era uma CAM, mas aos poucos fui assistindo à divulgação desta actividade através de fóruns, sites, artigos em revistas e até na televisão. Hoje em dia, com o facebook, penso que já é um serviço bastante divulgado e quando uma mãe num grupo diz que tem problemas na amamentação, alguém aparece e sugere uma CAM, explicando o que é e dando contactos. Com o aumento da procura foi havendo uma maior oferta de CAMs e, felizmente, hoje já somos umas quantas espalhadas por todo o país.

4 - Quando te pedem ajuda, que meios utilizam?

Sou contactada de várias formas, através do chat ou grupos no facebook, emails, telefonemas… O meus contactos estão no site do Mamar ao Peito que criei em conjunto com a Bárbara. Por isso, muitas mães chegam a nós por aí, ou porque são recomendadas por uma amiga. Se for algo que se consiga resolver por telefone ou chat, o contacto fica por aí, mas em alguns casos mais complicados pode ser necessário um acompanhamento presencial e nesses casos vou ter com elas, se for dentro da minha área, ou encaminho para outra CAM, se ficar fora de mão, ou se ultrapassar as minhas capacidades.

5 - Haveria a necessidade de haver CAMs se os médicos tivessem uma formação adequada sobre amamentação?

Penso que sim, porque não acho que este seja um assunto de médicos, normalmente é um assunto de mães! E o ideal seria que fosse como antigamente, em que a sabedoria da amamentação era passado de mãe para filha e a ajuda vinha das mães, tias ou irmãs que tinham amamentado também.

6 - Existe leite fraco?

Não, não existe leite fraco, o leite que cada mãe produz é adaptado ao seu bebé e, para que este não tenha as propriedades suficientes, seria necessário a mãe estar num estado grave de desnutrição, e aí viam-se primeiro os sinais na mãe e só depois no bebé. O que pode acontecer é haver uma baixa na produção de leite, ou o bebé não estar a conseguir receber leite suficiente e, para se resolver esse problema, é preciso perceber o motivo que o provoca e é normalmente isso que fazemos com as mães.

7 - Por que é que existe uma preocupação enorme em torno do aumento de peso do bebé nos primeiros dias de vida? Por que é que a primeira solução é sempre a sugestão do suplemento e não a correcção da pega?

A preocupação relativamente ao aumento de peso dos bebés faz sentido, porque é um dos sinais de que tudo está bem, uma perda de peso sem motivo aparente ou dificuldade em recuperar o peso pode ser um indicador de que algo deve ser visto e um dos motivos pode ser realmente a amamentação. Mas, normalmente, há motivos que justificam essas dificuldade em recuperar o peso, como um início complicado, um bebé sonolento, uma má pega, amamentação com horários estipulados… As possibilidades são muitas e essas devem ser avaliadas antes de se passar para outra solução.

A solução mais rápida e eficaz é, realmente, o suplemento, porque o bebé ingere mais leite e rapidamente começa a recuperar o peso. Mas antes de se sugerir a suplementação com leite artificial, devem avaliar-se outras questões e apoiar a mãe se a opção dela é amamentar. Compreendo que, por vezes, no hospital ou no centro de saúde, não haja disponibilidade para estar mais de uma hora a falar com uma mãe para tentar perceber o motivo por trás do pouco ou nenhum aumento de peso, mas se não há essa disponibilidade deveria haver um cartão com contactos de CAMs ou um grupo de apoio para dar às mães nessa situação em vez da prescrição do suplemento, se isso acontecesse tenho a certeza que se evitariam muitos desmames precoces.

8 - Existe o vício de mama?

Normalmente associamos a palavra vício a algo prejudicial, por isso não o consigo associar à mama. Há bebés que mamam muitas vezes, porque precisam ou simplesmente porque sim, vai depender da idade do bebé e do tempo em que tem a mama disponível, mas se não lhes faz mal nenhum, antes pelo contrário, não vejo porquê limitar essas mamadas. O que as mães têm de perceber é que o bebé não procura a mama apenas quando tem fome, mas sim por que precisa de contacto, calor, carinho, de nutrição emocional e o fantástico é que a mama consegue dar-lhes tudo isso.

9 - Quais são as vantagens da mama em relação ao biberão?

Além das vantagens nutricionais e de saúde, porque nenhum leite artificial consegue ter todos os nutrientes, nem os anti-corpos do leite materno, há muitas outras vantagens. O leite materno é o único alimento que se adapta ao nosso bebé, modifica-se ao longo da mamada e de mamada para mamada. A ciência ainda não consegue explicar bem como funciona mas a verdade é que o nosso corpo recebe a informação do que o bebé precisa, e vai produzir o leite consoante essas necessidades. Tem também vantagens para mãe, a nível de saúde também e acho que não vale a pena enumerar essas porque são muitas e estão disponíveis na maioria dos sites sobre o assunto. Além das vantagens de saúde, há outras: é mais económico e mais prático e o leite materno é um produto sustentável que não prejudica o ambiente.

10 - É possível uma mãe não ter leite?

Sim, efectivamente existe uma doença que pode afectar algumas mulheres, chama-se hipogalactia, que significa escassez de leite, e tal como várias outras doenças afectam algumas mulheres, esta também pode afectar. A questão é que é uma doença muito rara, apesar de muitas mulheres se queixarem de falta de leite. No entanto, a maioria dessas queixas dependem de outros factores e não de uma questão patológica. E tal como indiquei, muitas vezes é essa a função das CAMs, identificar o problema e ajudar a mãe a ultrapassá-lo.


(mais perguntas e respostas em breve)

1.04.2015

Mães que tudo sabem (#02) - Margarida Neuparth


A Margarida Neuparth, para mim, era uma rapariga muito simpática que conheci num trabalho que fizemos as duas no Algarve para a rádio onde trabalho (aturou-me durante 15 dias, coitadinha).

Depois, aos poucos, fiquei a saber que além de professora de dança, era modelo fotográfico e que estava apaixonadíssima pelo namorado que era jogador de futebol. 

Agora é mãe do Santiago ("Santi") e o pai é o tal namorado da altura: Adrien Silva. Grande Adrien que ontem marcou dois grandes golos contra o Estoril. Um deles foi uma autêntica obra de arte! 


1 - O que é que o Santiago está a fazer enquanto respondes a isto? 

Está a dormir. Caso contrário não conseguia pegar no telemóvel sem ter que o dividir com ele! 

2 - Que cuidados tiveste durante a gravidez ou... que crimes cometeste e que até te souberam bem? 

Segui à risca aquilo do "não comer saladas fora de casa, o que até me deu algum jeito porque não gosto lá muito de saladas e assim tinha uma desculpa! De resto, fiz todas as asneiras a nível alimentar a que tinha direito (tipo comer dois croissants de seguida e dizer que um era para o bebé).



3 - Tanto te dava ou até preferias um menino? Qual era o nome pensado para menina? Preferes não dizer para não te roubarem a ideia?

Sinceramente, preferia uma menina, chamava a minha barriga de "Matilde" e tudo. Todos os dias conversava com a minha "Matilde", até ao dia em que soube que vinha aí um rapaz. Fiquei um um pouco em choque e até me custou um bocadinho mudar o nome... Agora, já estou completamente rendida (excepto quando vou as lojas e vejo a roupa de menina).


4 - Disseste numa entrevista (aqui) que o Adrien é um pai muito atento, mas... aqui entre nós: tens que lhe pedir para ele ir mudar as fraldas ou vai a correr sozinho (e com o miúdo, senão.. não dava, claro)?

Por acaso, na maior parte das vezes, pega mesmo no Santiago e faz sozinho! I'm a lucky woman! A verdade é que também depende muito de que hora do dia é que estamos a falar... Se é que me entendes! 




5 - Preferias que o Santiago fosse jogador de futebol como o pai ou professor de dança, como a mãe? 

Vou ter que responder a típica resposta de mãe: "quero que ele seja o que quiser, e o que o fizer mais feliz", mas claro que se puder ser isso e ganhar um bom ordenado é melhor para não ter que nos "cravar".

6 - Não te vou perguntar se já recuperaste a tua forma física, porque te tenho no Facebook e só me apetece esganar-te. Posso esganar-te? Só um bocadinho? Isso é tudo genética ou é muita dança no bucho?

Também não é bem assim, porque os efeitos do Instagram me têm ajudado e muito (ehehe). Começar a dar aulas outra vez tem sido uma grande ajuda a voltar à minha boa forma física e também já fiz algumas dietas daquelas malucas, que só consigo fazer uma semana (uma semana duma, 4 dias de outra). A verdade é que ajudou, na mesma, a ir ao lugar mais rápido! 


7 - Farta de que associem futebol ao Santi? Aposto que tens aí uns quantos comentários que ouviste de imensa gente que achou que estava a ser super original e criativa... Conta! 

Não há NINGUÉM que não diga "ahhh vai ser jogador de futebol como o pai?!". O coitado do miúdo não pode abanar as pernas que dizem logo "já ta a dar pontapés como o pai!". Neste Natal recebemos 8 bolas (mais do que os meses do Santiago), uma baliza e uma mochila que diz "quando for grande vou ser jogador de futebol". Por este andar, acho que daqui a uns tempos, vou ter a minha casa transformada num estádio! 

8 - O que foi o mais difícil até agora nesta aventura da maternidade? O parto correu muito bem, por isso... o que foi/é mais desafiante?

Acho que o mais difícil são as noites. Apesar de ter alguma sorte, porque o Santi só come as 6h da manhã, ele perde muitas vezes a chucha e o meu sono nunca mais foi o mesmo e logo eu que sempre fui muito preguiçosa e muito amiga da minha cama, por isso é realmente o que me continua a custar mais!




9 - O que dirias a uma Margarida que estivesse agora a pensar em ter o primeiro filho?

Tem, vais ver que é realmente o melhor do Mundo, mas aproveita e dorme tudo o que podes agora antes que ele nasça! 


10 - O que achas do nosso blogue? Estou só à pesca de elogios porque já me tinhas dito que gostavas e vejo os teus likes nas publicações... Quero que assumas isso publicamente, percebes? Percebes? 

Posso assumir publicamente que dou verdadeiras gargalhadas sozinha em frente ao telemóvel a ler o vosso blog! Adoro, leio tantas coisas que me identifico e isso faz me sentir tão bem e que não estou sozinha... 
De manhã é leitura obrigatória na minha rotina! Faz me realmente sentir bem!




11 - No início não publicavas fotografias da cara do Santiago, mas depois não resististe. O que achas de publicarmos fotografias dos nossos bebés na Internet e o que te fez mudar de opinião?

No início não queria porque não gostava muito de ver o Santiago nos jornais desportivos, mas desde o momento em que o Adrien decidiu levá-lo para a apresentação da equipa no estádio de Alvalade (e esse momento apareceu na televisão e jornais) que achei que já não valia mais a pena "esconder" o meu filho. Não vejo mal em publicarmos os nossos filhos na internet, mas claro em situações que não sejam demasiado íntimas... Respeito, porém, que haja pessoas que não gostam. Acho é "estúpido"  quando põem a foto inteira e depois usam o "paint" ou uma "desfocagem" para tapar a cara: ou põem ou não põem! 

12 - Fica aqui oficializado que o Santiago vai ser namorado da Irene ou dizes isso a todas? 

A verdade é que o Santi já tem varias pretendentes, mas sim, a Irene está no topo da lista!




13 - Já andas a pensar no próximo filho de fininho ou... queres ainda ver se dormes uns bons mesinhos em paz antes de te meteres no próximo?

Eu queria dormir uns bons mesinhos, mas acho que nos próximos anos isso não vai ser possível porque queremos uma família grande. O Adrien antes de ter o Santiago queria 5 filhos, agora já mudou para 3 ou 4, por isso pensamos em ter já  outro no próximo ano!

14 - O vosso restaurante (La Dolce Vita) é bom para levarmos lá os nossos miúdos? Porquê?

Temos dois: um na Expo e outro no Chiado. 
O da Expo é um restaurante que consegue receber muitas pessoas  e, por isso, tem muito espaço para as crianças, tem esplanada, estacionamento fácil, etc.  É muito agradável para ir com a família. 
O do Chiado tem um ambiente mais "chique". É claro que também acolhe muito bem as crianças, mas é melhor para um jantar romântico com o pai, por exemplo!
Em ambos os restaurantes há pizza, por isso podemos dar-lhes o rebordo para eles se "calarem" um bocadinho e ficarem a mastigar aquilo ou, então, podem também dar um pouco de massa da pizza crua  para se entreterem a fazer moldes! Na expo temos muda fraldas e posso dizer que o Santiago já o usou muitas vezes!




15- A mãe é que sabe?

Sem dúvida alguma que a mãe e que sabe! Sinto me que me tornei numa "super" mulher, sinto que há poderes em mim que não tinha dantes e agora sou capaz de tudo. Sinto que mesmo quando estou a explodir, há sempre uma força extra que nunca existiu e agora veio de não sei onde e me ajuda sempre que preciso! 
Sou mais feliz, sou mais completa, tenho mais olheiras, tenho o coração mais cheio, não sei tudo..... Mas sou mãe e a Mãe e que sabe!! 



12.14.2014

Blogger da semana (#02) - Cocó na Fralda

É só um dos blogues mais lidos em Portugal e é fácil perceber porquê: uma mãe com quatro filhos - sim, 4! - com muito sentido de humor e que escreve sobre tudo e mais alguma coisa.

Cocó na Fralda

Se não conhecem, não sabemos o que ainda estão aqui a fazer. Psiiit, quietinhos! Vão lá visitar depois de lerem a entrevista que a Sónia Morais Santos, mais conhecida por Cocó, deu ao a mãe é que sabe.


Sónia, é verdade que és conhecida na blogosfera como "a Cocó"? Gostas? (não de cocó, entenda-se)
E não é que gosto? Nunca pensei vir a gostar que me chamassem "cocó" mas acabei a achar querido. E quem quiser ofender-me tem a vida facilitada! Chama-me Cocó com má intenção e eu respondo toda satisfeita. :) 

Tens um dos blogues mais lidos de Portugal e 4 filhos, um deles recém-nascido. Como é que consegues? (estamos de boca aberta porque sabemos o trabalho que (só) um filho dá e calculamos que não tenhas amas de leite, babás ou um ghostwriter)
Não tenho nada disso, é verdade. Neste momento, por exemplo, estou a responder a esta entrevista com o Mateus deitado nas minhas pernas. E na verdade não tenho só o blogue! Também trabalho. Continuo a ser jornalista (enquanto não tiver que pagar para trabalhar - e está quase - continuarei na profissão) e já retomei um dos meus trabalhos. Acho que ser eléctrica ajuda muito. Quando não estou a fazer mil coisas sinto-me inútil e começo a deprimir. Excepto quando estou de férias - aí gosto mesmo de não fazer nada!

"Manel, Martim, Madalena e Mateus... o quinto, será Moisés, Marco, Maria ou Mariana?" ou "Estás a criar uma equipa de futebol?" Estás fartinha de ouvir bocas deste género?
Ahahahaahah. Não estou farta. Acho graça. E, falando sério, se houvesse quinto e pudesse ser uma menina, seria a Maria do Mar.


Sempre sonhaste com uma família numerosa? 
Sim. Lembro-me de inventar um irmão (antes de a minha irmã nascer, o que só aconteceu quando eu já tinha 11 anos), ao qual a minha mãe tinha de dar beijinho de boa noite. Queria tanto ter irmãos! E sonhava que vivia num orfanato, cheeeeeeeio de miúdos por todos os lados. Quando comecei a brincar aos pais e às mães, eu tinha sempre uma grande família. 

Quando parar? Quando se chega aos 4, fará assim tanta diferença chegar aos 5?
Não creio que faça muita diferença, sobretudo porque os mais velhos já estão crescidos e noutra etapa da vida. Às vezes as pessoas pensam "4 filhos???" mas esquecem-se que não são 4 bebés! O Manel já tem 13 anos, tem um nível de autonomia enorme. O Martim vai fazer 10 em Janeiro… Além disso, ajudam imenso, bem como o Martim. De resto, acho que ter uma família numerosa faz com que cada filho aprenda a importância de todos ajudarem. Só assim é possível.

Qual a diferença de idades entre irmãos? Como soubeste que seria uma boa altura para o segundo filho e assim por diante?
O Manel e o Martim têm 3 anos de diferença, a Madalena tem 4 anos de diferença para o Martim, e o Mateus tem 5 anos de diferença para a Madalena. Eu acho 3 anos uma boa idade de diferença. No caso do Mateus, ele devia ter chegado mais cedo mas demorámos um bocadinho a conseguir. :) Agora também acho girissima a diferença de idades entre o Manel e o Mateus, por exemplo. 13 anos. O Manel já olha para ele com um paternalismo que reconheço, uma vez que a minha irmã é mais nova que eu 11 anos.

Quatro filhos: quando um quer gelado, querem todos? E se não houver 4 epás? Como gerem esses "quereres"? (pronto, sabemos que o bebé Mateus ainda não tem "quereres", desde que tenha o estômago cheio, está tudo ok)
Sim, quando um come é uma guerra: têm todos de comer, senão "é uma injustiça" e fica tudo amuadíssimo. O que vale, no caso dos gelados, é que cada um gosta de um diferente. Em relação a outras coisas, roupa por exemplo, às vezes um recebe e os outros não e basta explicar que aquele recebeu porque estava a precisar. 

Sentá-los à mesa nos restaurantes é como jogar mikado? Ao mais pequeno erro, vai tudo abaixo?
Nada disso. É facílimo. Eu e o pai à frente um do outro, o resto é só sentar. Nunca demos abébias a fitas do tipo "eu quero ser aqui, tu és ali".


Há algum que se arme em esperto e que diga que não quer usar as roupas do irmão, mas que quer roupas novas?
Não. O Manel é que, sendo o mais velho (e por isso, não herdando de ninguém), agora só quer roupas de marca. Nós damos uma ou outra mas depois, vemos o preço de camisolas da Zara, damos-lhe o dinheiro e ele põe o resto, com as mesadas e dinheiro que vai ganhando, para comprar as de marca. Tem de perceber que não há cá manias. Uma ou outra sim senhor, mas todas? Só com o dinheiro dele. Os outros não são esquisitos. 

O teu seguro tem um prémio mais elevado por não se calarem um bocadinho no carro quando vais a conduzir?
Devia ter, devia. "Falta muito? Falta muito? Falta muito? Falta muito? Oh, mãeeee, ele bateu-me! Não ele é que começou!" Nem sei como é que não tenho acidentes… :) 

Como é ter os miúdos todos em actividades e dar conta do recado sem se esquecer de nenhum num sítio qualquer?
Nem sei. Há um dia da semana em que a Madalena tem Inglês e o Martim tem ténis. Tenho de a deixar, de o levar, de voltar para a ir buscar e, às vezes, de seguir para o ir buscar a seguir (outras vezes vai o pai). Depois há 3 dias por semana em que o Manel tem futebol, em dois deles a Madalena também tem natação. Aí é outra confusão. Tenho de a deixar na natação, sair com o Manel (que se equipou na casa de banho da piscina), levá-lo, e depois voltar. E há outro dia em que os dois rapazes têm guitarra. Agora, com o Mateus, ando para todos estes sitios com ele atrás. O que vale é que ele dorme o tempo todo. Mas é verdade: às vezes tenho medo de me esquecer de algum e estou sempre a rever mentalmente onde é que deixei cada um, para não correr o risco de deixar alguém para trás (ou no carro, que é o meu pânico).

Para conciliar tudo com alguma sanidade mental, tens de ser rígida nas regras ou precisas de desdramatizar a confusão e ser mais liberal?
Completamente descontraída. Há um caos organizado, digamos. Sou muito pouco rígida, caso contrário já teria enlouquecido.  

Começaste o blogue em 2008. Como é que tens tido paciência para gerir as pessoas mais... "especiais", vá, que vêem na caixa de comentários um ringue de boxe? 
É uma questão de hábito. No início doía-me imenso. Queria que percebessem que estavam erradas a meu respeito, que eu não era aquilo que estavam a dizer. Depois percebi que há pessoas que querem odiar e escolher um alvo. Por isso, podemos dar voltas e mais voltas que elas já têm aquela ideia pré-concebida sobre nós. De maneira que aprendi a desvalorizar. Esqueço. Mas esqueço mesmo. Ao fim de um minuto já nem me lembro da idiotice. Acho que é um bocado como os médicos: ganha-se calo. E eu prefiro concentrar-me em quem vem por bem, em quem tem boas energias. 

Qual o balanço que fazes do blogue?
Um balanço muito bom. Conheci muitas pessoas que hoje são amigas, mas amigas mesmo, publiquei um livro (Cocó na Fralda, da editora Matéria Prima), depois o "A Culpa não é sempre da Mãe (Esfera dos Livros), participei em causas importantes para ajudar pessoas ou instituições que precisam, procuro dar um empurrão a algumas pequenas marcas, consegui mudar a política de um hospital, que não deixava os pais assistirem às cesarianas e, depois de uma denúncia que fiz no blogue (de um pai VIP a quem se abriu uma excepção), o hospital passou a deixar todos os pais assistirem (o Ricardo, depois disso, já assistiu ao nascimento da Madalena e do Mateus)… enfim, acho que o blogue, que começou só para me divertir, acabou a trazer-me coisas que jamais imaginei e, como acho que devemos devolver o bem que nos acontece, tento sempre ajudar os outros.

Obrigada! Não te roubamos mais tempo, vai lá namorar o Mateus e os teus outros três filhotes! E muito sucesso com o blogue, somos fãs!