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11.02.2015

Como sobreviver ao primeiro dia de trabalho depois de ser mãe?

O regresso ao trabalho pode ser muito muito complicado. Seria de pensar que, quanto mais tarde, menos nos custasse, mas não. Fui trabalhar quando ela tinha 5 meses e agora quando ela tem 19 e não custa menos. 




Hoje foi o primeiro dia de regresso ao trabalho. Ficam algumas dicas para quem vá passar pelo mesmo em breve: 


Maquilharmo-nos.  - Temos de entrar a matar. Nem é por quem nos vai ver. É por nós. Já vamos ter coisas suficientes para nos deixarmos desconfortáveis que, se tivermos algumas a darem-nos um boost é melhor. Se, no meu caso, tiverem um problema de pele, é capaz de ser mais agradável não parecerem um fiambre passado do prazo. 

Protegermo-nos. - Não queremos que o nosso aspecto físico seja tema de conversa, a não ser que sejamos a Carolina Patrocínio. Vestirmo-nos de maneira a não chamar muita atenção para não levarmos com comentários que, mesmo que não sejam maldosos, como estamos mais em baixo, poderão ser entendidos assim. Vesti uma tenda da Quechua. E há tendas giras. Vocês, mais gordinhas, sabem ;)

Evitar estar sempre a fazer beicinho. - Queremos ser "respeitadas" e, por isso, não devemos mostrar exageradamente a nossa vulnerabilidade. Já sabem que sentimos falta dos nossos filhos. E, se estiverem num local de trabalho como o meu, onde quase ninguém tem filhos, ninguém quer mesmo saber as coisas que temos para partilhar e se já lhes passou a diarreia.

Atenção às fotografias. - Temos de personalizar o wallpaper do computador com uma foto dos filhos? Claro. Também temos de por uma moldura na secretária com uma fotografia? Claro. Sempre gozamos interiormente com essas pessoas, mas agora está na altura de nos juntarmos à manada. Porém, aconselho que não seja no primeiro dia. No primeiro dia não sorrimos a pensar "que saudades". Não sorrimos sequer a olhar para elas. 

Evitar olhar para o relógio. - Claro que vamos olhar. Claro que sim, mas seria melhor não estarmos constantemente a olhar para o "dantes". "A esta hora estava a dar-lhe o lanche". Evitar fazermos isso a nós próprias, não podemos ser as nossas principais inimigas. 

Não esperar uma festa. - A vida continuou enquanto fomos parir e de licença. O mais provável é que não vos recebam com um bolo e confetis. Chegaram, momento dos beijinhos e tudo segue em frente. Menos para nós. 


É o que eu tenho para vocês, hoje. Mais dicas de mães que já tenham mais balanço? 

11.01.2015

Coisas que todas as mães fazem (e não admitem)


- tratam o pai da criança por "pai" quando juraram que nunca o fariam 

- fazem uma dança em modo de festejo depois de os adormecerem (ou, pelo menos, festejam por dentro)

- comem bolachas ou batatas ou chocolate às escondidas, em tempo record e sem deixar vestígios 

- limpam macacos dos filhos com as mãos 

- trauteiam músicas infantis vezes sem conta 

- desejam ter algum descanso mas, quando o têm, nem sabem muito bem o que fazer sem os filhos 

- constatam que eles estão "tão crescidos" todos os dias 

- chamam nomes ao pai da criança quando ele comenta o quão bem a criança dormiu durante a noite 



- e que mais?

10.10.2015

Querem ajudar as recém mamãs, é?

Toda a gente (ou quase) é muito bem intencionada quando nasce um bebé de um familiar próximo ou de uma amiga. 

Engraçado que também há precisamente o oposto: as pessoas que, de repente, desaparecem como se tivéssemos apanhado herpes na cara toda.




- Se puderem não visitar nos primeiros dias, agradecemos. 

Quando chegamos a casa, temos de encontrar a nossa sintonia com os bebés, com o sono, com tudo e, por isso, se se puderem juntar à manada de gente que vai ao hospital, melhor. Depois só dali a 3 meses. E com prendas sff. Para a mãe.

- Se levarem sopa ou se forem limpar a casa, podem e DEVEM visitar. 

Façam-no é sem mandar grandes bitaites sobre se o bebé devia estar a dormir de barriga para cima ou de pés para o lado, se cheiramos a leite azedo ou se devíamos pôr um pozinho para não parecer que fomos violentadas por um Sagui obeso.

- Não temos nada para contar. 

Não. Não, não temos. Podemos contar a história do parto outra vez, mas não nos apetece, ainda para mais se ainda tivermos o pipi todo cosido. Sim, podemos continuar a acenar com a cabeça a dizer que o miúdo é bonito, mas no fundo, no fundo, queríamos era estar a dormir ou sem estar a fazer conversa de xaxa. Sejam rápidos. Sejam tão rápidos como o desaparecimento do subsídio de férias da conta.

- Levem flores ou chocolates ou qualquer coisa para as mães.

Não que odiemos os nossos bebés, mas vai saber tão bem sentir que ainda importamos e que temos ali algo para nos deixar ainda mais felizes quando as pessoas sairem.

- Ofereçam-se para dar uma olhadela no bebé para irmos tomar banho. 

Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Tomar banho é um direito. Tomar banho com calma também. É do que precisamos mais. Mais disso do mais um par de sapatos para um bebé que ainda nem respirar decentemente sabe.

- Informem-se um bocadinho sobre amamentação ou qualquer coisa que seja útil. 

Assim também oferecem outro tipo de apoio à mãe. Um que ela precise. Principalmente não vão encher a cabeça da mãe (tão susceptível nesta hora) de coisas palermas que podem vir a fazer-lhe mal e, ainda para mais, totalmente bem intencionados, claro.

- Lavem as mãos. 

O bebé pode fazer imenso cocó mas, não é um corrimão das escadas rolantes do Colombo. Não é para toda a gente por lá a mão e pronto. É lavar para tocar no bebé. 

- Não venham a cheirar a tabaco.

Fumo passivo. Sim, eu sei que as fumadoras estão a rolar os olhos para cima. Eu sou ex-fumadora e esta conversa também me irritava, mas a verdade é que faz mesmo mal aos bebés e os pulmões ainda estão a maturar.

- Não nos digam se estamos feias ou com um aspecto horrível.

Alguma mulher que vocês conheçam desconhece quando está mal? Nós sabemos quando parecemos um ralo. Não digam coisas desagradáveis, porque vão ser multiplicadas por mil na cabeça da mãe.

- SEJAM RÁPIDOS.

Não venham para cá passar o sábado nem o domingo. Não venham ver a bola. Venham "dar um beijinho". A mãe e a nova família precisam de calma e de descanso. Depois o forrobodó. Depois podemos ter o mesmo nível de energia que o João Baião. Para já, não. 

E mais? ;)



9.28.2015

Antes de ser mãe não imaginava...

Antes de ser mãe não imaginava...





  • que fosse adorar o cheiro a cocó do bebé. - Sim, do bebé. Importante dizer de quem, para não haver mal entendidos. Não ficamos loucas por cocó no geral. Não começa a ser um fetiche e começamos a querer chafurdar-nos nuas na areia dos gatos. Gostamos quando eles fazem cocó (já sei que nem todas) e, principalmente quando não comem peixe e ainda estão a leitinho, o cheiro é bom. Cheira a iogurte.

  • que me passasse o mau feitio de ser acordada tão cedo. - Ser acordada às 5h da manhã e não ser mais ordinária ainda que o Fernando Rocha? Ou ter uma cara de tão mau feitio quanto o Miguel Sousa Tavares quando lhe falta o tabaco? Só mesmo com uma criança e minha. Se fosse a criança do vizinho, talvez me tentasse espetar contra os botões do fogão.

  • que fosse passar a adorar andar. - Eu? Andar? Ui. Até no trabalho designávamos uma pessoa para ir buscar o almoço de todos ou, então, eu nem ia almoçar só para não ter que andar uns metros. Agora é maravilhoso. Calma, não "maravilhoso" como aquela primeira sensação de que emagrecemos quando experimentamos umas calças de ganga e nos ficam mais largas, mas aquele "maravilhoso" de... "olha... não morri!".

  • que fosse passar a ter tanta fruta e vegetais em casa. - As minhas refeições resumiam-se a cereais (porquê "cereais" e não assumir logo Chocapic?) ou a Bolas de Neve ou a um bife de frango/perú (nunca os consegui distinguir até estarem descongelados) com imensa massa. De repente, tenho pêssego, manga, courgete, abóbora, gengibre em casa. O meu frigorífico está em choque.  Não tanto quanto todas as esteticistas nacionais com o bigodinho da Mariana Mortágua (e não é que também se nota no cartaz? É um statement? Percebo pouco de política...).

  • que achasse graça ter alguém a chamar o meu nome 43 vezes num minuto. - Ui! Se fosse um colega de trabalho a fazer-me isso, era espetar logo com metade de um bloco a3 de papel cavalinho pelo esfíncter anal (ou outro qualquer à escolha) acima ou abaixo, depende se estiver a fazer o pino ou não. 

  • que fosse por as minhas mamas de fora na rua. - Nunca tinha feito topless, muito à conta de ter umas mamas assim para o feiosas. Digamos que não me punham num calendário do barbeiro sem ser vestida com um kispo da Duffy. Agora, não quero saber. Mesmo quando a Irene não está em casa, faço questão de andar com as mamas de fora, fico mais fresca. A verdade é que, amamentando, não sinto que esteja a despir-me, sinto que estou a alimentar a minha cria. Nem me lembro que são as minhas mamas. Até porque já não o são. Digamos que são... as suas vizinhas de baixo. Muito de baixo.

  • que fosse ter sempre uma pessoa a todas as horas na minha cabeça.  - E que essa pessoa não fosse a filha da "dona" da Zara que deve ter um armário do caraças. Passa a ser uma constante no nosso cérebro. Somos nós mais um bocadinho, não parece ainda ser separado de nós. É incrível. É como se fosse um furúnculo, mas mais amoroso e sem nada a ver. 

  • que voltasse a querer estar grávida um dia. - Mesmo depois das últimas semanas tãaaao chatas do final da gravidez, mesmo depois de estar prestes a rebentar, das dores, dos xixis, das contracções, do parto, das noites mal dormidas, das preocupações, do cabelo a cair, dos pontos no pipi, do baby blues, das crises de choro, das crises de cansaço... querer repetir tudo e acreditar ser capaz de ser ainda mais feliz. 

O resto já imaginava. Não tão bom, mas imaginava. :)

9.07.2015

Não gosto, pá!

Sabem quando, ao vermos as outras pessoas, nos apercebemos de coisas que fazemos e não gostamos? Eis coisas que me tenho apercebido e que não gosto e, portanto, vou evitar fazer. Sogra e mãe, sim, algumas são inspiradas em vocês. É normal, são vocês que convivem connosco, está bem? 



- Falar de morte desnecessariamente. 

Não gosto. Passei a ser super sensível a isso. Dizer que que o boneco morreu por estar estendido no chão não me parece saudável, não entendo porquê. Claro que a morte é algo natural e que os miúdos devem saber do que se trata, mas andar a lidar com o luto dos bonecos 10 vezes ao dia, não me parece uma coisa agradável. 

- "Fez dói-dói? Ahh! Cadeira má! Dá tau-tau na cadeira!".

Não. Não se dá tau-tau em ninguém. Muito menos na cadeira que estava lá antes e que foi a bebé que não prestou atenção. Fez dói-dói, dá miminho e é seguir em frente sem violência. Um dia será a mãe que lhe faz dói-dói sem querer e depois leva meio tabefe que até anda de lado.

- "Não come mais? Menina feia! És feia, não gosto de ti!". 

Não. Ninguém é feio por não ter apetite. Nem se deve deixar de gostar de alguém por não o conseguirmos obrigar a comer. E ser feio não devia ser um castigo e muito menos estar ligado ao afecto que temos por essa pessoa. 

- "Olha, Olha, vem ali um memé, olha" 

Se não vier nenhum memé, se não vier nenhum pássaro, não se diz que sim. É errado mentir. É errado criar expectativas. A não ser achemos mesmo que possa vir um. A confiança é algo que se constrói. Estas técnicas depois deixam de funcionar e não ensinam grande coisa. A mim, se me disserem "é hoje que cai o salário na tua conta" e depois não cair, fico furiosa. 

- "Quer comer mais mulão? Mumiu bem? Vamos apertar o passato?"

Bom. Culpadíssima. Faço este reparo à minha mãe e sogra e ainda hoje lhe perguntei se ela queria comer mais uma tóta (tosta). É tentador, sim senhora, mas não é bom. A Irene, ainda por cima, consegue aprender facilmente palavras e ensiná-las mal é um desperdício e até confuso. 

- "Vá, a gente depois toma ali banho. Vamos já."

Mais uma vez, prometer coisas que não se cumpre só porque achamos que eles têm a memória curta. Podem não ficar a pensar nesta, mas ficarão ou ficaram noutra. Não é bom e não estamos a aprender a funcionar com eles. Só a mentir. 

- "Não."

Não gosto. Só não, não. 



Pronto. Foi isto que vocês sentiram. "Então, é isto? É não e pronto? E não explica?".


- "Ehhhhhhhh, festa!!!! Palminhas!!!!"

É comum. Eu provavelmente também o faria se não passasse tanto tempo com a Irene como passo, mas não entendo a necessidade de excitar os miúdos sem motivo. Estarem eles a andar, a explorar e estar a alguém a dizer BEM ALTO "olha isto, olha aquilo!". Tenho vindo a aprender um novo modo de apreciar as coisas que é: observando. Conhecendo-os. Para além disso, faz-me confusão fazer "festa" por nada. Se ela conseguir fazer algo, sim! Se vir algo que a deixa feliz, compreendo que queiramos partilhar esse momento, mas... por nada? 


- "Maminha??? Outra vez??"

A Irene anda numa fase em que mama de 3 em 3 minutos. Salto de desenvolvimento, dores de dentes, não sei. É aborrecido? É. É normal? É. Recriminar a miúda não está certo. Ela tem essa necessidade, que lhe faz SÓ bem. E este foi um erro meu. Sempre que ela pedia eu dizia "que chatice" para ela perceber que a mãe queria fazer coisas e... ela passou a dizer "que chatice" sempre que vem mamar. Já lhe passou, claro. Agora tento ensinar-lhe a frase "mas que belas e firmes mamas que tens" para que ela diga antes de se servir. 

- "Não fez nada dói-dói, não seja maricas!". 

Não tratamos a miúda por você mas, às vezes, pela 3ª pessoa do singular. É querido, pronto. Da mesma maneira que não gostamos que alguém negue os nossos sentimentos, não neguemos os deles. Se eles choram, ou ficaram magoados ou apanharam um grande susto. Validemos isso que é já metade da ajuda para tudo passar. 


Estas são as que têm andado na minha cabeça para reflexão. E vocês? Há alguma destas com a qual concordem? Outras que queiram sugerir?

8.23.2015

Aula de Preparação para o Parto à la Mãe é que sabe (#01)

Episiotomia, rolhão mucoso, APGAR, DPP, um sem número de termos novos que vão fazer parte das vossas vidas.

Aconselhamos aulas de preparação para o parto, aconselhamos sim, senhora. Mas quem não estiver muito para aí virado, fica com umas aulas grátis a la Mãe é que sabe, com parvoíce incluída e sem que o pai da criança tenha que adormecer ao vosso lado e fazer-vos passar a maior das vergonhas. O que não impede que os pais leiam isto, estão a ouvir?!! Também estiveram na hora H, não estiveram? Acham vocês.

Bem... vamos lá a isto.



AULA NÚMERO UM - começamos pelo fim.
Há um bebé na vossa barriga. Ou dois. Ou três. Já chega, não? Esse bebé agora está do tamanho de uma azeitona ou de uma manga. Mas quando estiver pronto a sair do forno vai estar do tamanho de uma melancia, mas com mãos e bracinhos, que no momento podem estar a dançar o Mila, do Netinho. Ora, poderão ter de levar um corte no pipi, a que se chama episiotomia. Ou apenas corte no pipi, se quiserem facilitar. Mas, na verdade, é um corte na zona do períneo, entre a vagina e o ânus.

- Os pontos caem por si, em princípio (fiquei com um a chatear mais uns tempos...)

- Vai custar-vos sentarem-se numa cadeira nos primeiros dias, ou semanas... (ajudava-me sentar-me com uma perna por baixo, tipo à chinês, mas perneta)

- Depois do banho, secar muito bem com uma toalha

- Gelo, muito gelo. O preservativo que não usaram quando estavam a brincar aos médicos e às enfermeiras, usam-no agora. Verdade! Repeti a técnica do hospital. Enchem o preservativo de água, põem-no a congelar e depois voilà. NÃOOO! Não é para enfiarem... (tosse, tosse). Acreditem que nada vai entrar nesse local sagrado nos próximos dias (semanas). Fica cá fora, mas ali coladinho.

- Se fizerem exercícios de Kegel antes do parto, ajuda depois na recuperação dessa zona - ver aqui o que são (eu já fazia anos antes, é muito importante, para prevenir a incontinência e para melhorar o desempenho sexual - nunca ouviram falar daqueles ovos/bolas de Kegel, muito popularizadas na China?)



Mães que já tiveram o prazer de saber o que é esta coisa da episiotomia, mais algum conselho?

8.16.2015

Ela que nem se atreva!

Claro que temos imenso tempo para nos prepararmos para responder à pergunta "de onde vêm os bebés" (eu já decidi que vou dizer que vêm do Carrefour de Telheiras, acho que é mais fácil para todos), mas há outras perguntas que, quando ela as fizer (se é que as vai fazer), vou ficar de todas as cores, mais ou menos.

Ela que se atreva a fazer estas perguntas quando souber falar decentemente (e não à Jorge Jesus, como agora).



O pipi do pai é esquisito, não é?

- É filha, é um bocadinho esquisito. Os pipis das senhoras têm vergonha e estão escondidos. Os dos meninos têm a mania que são bons e ficam de fora. 

- Os pipis dos meninos estão a tentar imitar aqueles arranjos foleiros de guardanapos de tecido que parecem cisnes. Vá, agora vai lá lavar as janelas da sala.



Por que é que as mães das minhas amigas têm as mamas mais acima que as tuas?

- Porque elas são mais altas. Vá, agora vai lá brincar com as facas de cozinha.



Também quero as pernas cheias de pêlo como as tuas e as do pai, para parecer um animal, pode ser?

- Pode. 



Se temos de andar vestidos para não ver os pipis e pilinhas uns dos outros, por que é que o pai, no outro dia, à noite, estava a ver pilinhas e pipis na televisão?

- O pai não sabe onde deixou a pilinha dele e então estava a ver se alguém na televisão tinha encontrado por aí. Olha, queres dar uma surpresa ao pai? Vai buscar aquilo ali que diz lixívia, mete com cuidado num copo e diz para ele beber de penalty.



Se o cocó é comida e há gente a morrer à fome, por que é que não comem o cocó deles?

- Olha, estão-me a chamar! Tenho de ir!

- Mas só estamos cá as duas, mãe.

- Então vou buscar alguém que temos pouca gente para fazer uma festa. Queres uma festa? Uma com mais sucesso que o "Sol da Caparica"? A não ser o dia de Xutos e de Agir que esgotou? Vá.



Por que é que a mãe tem bigode?

- Para, quando está sol, não apanhar um escaldão no lábio de cima. Funciona como toldo.



Quem é aquela amiga do pai que foi com ele buscar-me à escola?

- ?????????????? Olha, vai ali buscar o telemóvel do teu pai só para a mãe ver uma coisa. É um jogo.



Tens a barriga grande, vou ter um irmão?

- É provável, pergunta à amiga do teu pai.



Sabem o que é ser mulher, não sabem? Acabei de inventar esta situação da "amiga" na minha cabeça e estou toda irritada sozinha e sem motivo hahahahah. 


8.06.2015

10 perguntas sobre a gravidez.

Ou até antes. Estou a tentar viajar no tempo, para quando o Frederico, no inicio do nosso namoro, me perguntou: "... mas queres ter filhos? É que se não queres, não posso perder tempo, não quero ser pai velho". Disse-lhe que sim para se calar e depois acabei por querer e muito.  Raio do velhote! Útero 0 - Velhote 1. 

Quando pensava na gravidez e no parto, vinham-me algumas perguntas à cabeça. Pode ser que algumas de vocês sejam tão totós como eu e também tenham algumas na cabeça. 




1 - O pipi volta ao normal?

R: Acho que nalgumas volta ao normal. No meu caso, como tive de ser cosida (ai que bom), o sacana do Frederico até mandou a piadinha do "se puder dar mais um pontinho..." e foi o que aconteceu. Fiquei com um pipi mais... Não quero falar mais disto, que vergonha! Mas, pronto, perceberam!

2 - As mamas ficam muito grandes na gravidez?

R: Imaginem o que é olharem para as vossas mamas como balões e alguém vos estivesse a soprar no pipo. Ficam insufladas ao máximo, mas não "maiores". Só vão até onde a vossa pele permitir. Até se costuma dizer que a gravidez é "o implante dos pobres". 

3 - Vou conseguir fazer amor durante a gravidez?

R: Não só vais como te vai apetecer muito. Há vários casos de mulheres (as que não sofrem horrores com enjoos e náuseas) que até têm mais líbido e andam loucas a querer afagar os maridos a tempo inteiro. O Frederico achou que eu tinha feito uma asneira qualquer e estava a tentar compensar ou a distraí-lo, não está habituado a esse tipo de atenção. Aconselho a posição perú assado ou franguinho, como preferirem.



4 - Dói muito o parto?

R: Está tudo muito bem feito quando corre bem. Dói, claro, mas já estamos tão fartas de estar grávidas que até aceitamos as dores com algum agrado. Mesmo eu que tive 24 horas nisso. O pior é o "toque", quando têm que ver se estamos dilatadas e nos verificam os intestinos pelo pipi. No meu caso foram demasiadas vezes. Sendo que só uma já era demais. 

5 - Vou andar muito enjoada?

R: Não necessariamente. Há mulheres que, como escrevi ali em cima, sofreram muito com isso, há outras que só quando o marido fazia bochechas de porco com vinho tinto. Depende, mas é normal haver enjoos. Não sempre matinais. 

6 - O meu cabelo vai ficar maravilhoso?

R: Vai ficar melhor. Maravilhoso... não sei que não sei como é que isso está, mas é provável que sim.




7 - Vou ficar com a barriga toda escarafunchada?

R: Sim e não. No meu caso ficou exactamente igual ao que era antes. Sem estrias. Há mulheres que ficam muitas e que ficam muito tristes com isso. Há cremes que podem ajudar, nem que seja psicologicamente, na prevenção. Aconselho um que não tenha um cheiro forte porque dá para enjoar com o cheiro do creme (dei-me mal com o cheiro do da Barral, por exemplo). 

8 - Vou ter de comprar roupa nova? 

R: Podem sempre pedir a uma amiga ex-grávida, usar de fininho algumas roupas do marido ou fazer como já vi, usar um lenço ou um cachecol à cintura para cobrir o que falta de tecido das camisolas. Eu comprei tudo novo. Confesso que esbardalhei algum dinheiro nisso. Estava toda contente por poder usar roupas justas e por assumir visualmente que estava toda grávida. Deixei foi de conseguir usar a maior parte dos meus sapatos. Sniff. 

9 - Vou andar a lamber terra de vasos e a embuchar BicMacs todos os dias?

R: Se quiseres, sim. A vida é tua. :) Quanto a isso dos desejos, diz-se que o corpo pede o que precisa. As grávidas que têm vontade de comer terra é porque lhes falta algum componente que a terra tem (não me apetece ir ver qual é). Nem todas as grávidas têm desejos (eu não tive, só me apetecia comer mais maçãs), mas vamos dizer que sim para eles irem mais contentinhos comprarem-nos coisas a meio da noite. 




10 - Vou ter muitas dores?

R: Depende. Eu sofri muito de uma coisa chamada Nevralgia. Andei semanas acamada. Ah... andei e acamada na mesma frase que estupidez. Bem, nem deitada estava bem, vá. Depois vim a saber que tudo passava com um comprimidinho. Grrr. Nunca deixem de perguntar aos vossos médicos todas as vossas dúvidas. 


Lembrei-me destas agora enquanto janto, mas grávidas, aqui somos uma família ;) Aposto que se fizerem perguntas nos comentários que haverá mães cheias de vontade de vos responder!

7.29.2015

Técnica para a selfie com bebés.

Imaginem como era há uns anos. Quando as mães queriam aparecer nas fotografias e não queriam estar a chatear os pais com isso: "anda lá tirar-me uma foto, sff, com a miúda, para public... para pôr num álbum, vá". 

Adorava selfies durante a minha adolescência. Mas, na altura, como não havia muita gente a fazer, acho que se alguém visse a pasta "egocêntrica" no meu computador me mandava internar de fininho. Ainda bem que agora toda a gente gosta e faz. 

Tiro muitas selfies com a Irene. E tenho vindo a aprimorar a técnica. Era mais fácil quando ela não se mexia, verdade, mas agora também dá. Para ficarmos bem, aconselho algumas técnicas que já vos devem ser familiares: 


  • Olhar para a câmara e não para o visor!!! - Dah! (sim, dah!!!) Senão parecemos um bocadinho Rita Pereira. No que toca à única coisa menos boa que ela tem. Tem os olhos em processo de divórcio.

  • Ter o queixo direito e, até, se quiserem, esconderem-se um pouco por trás dos bebés. - Assim resolve-se a papada e alguma borbulha mais imbecil que tenham no queixo. Ou, talvez, o resto de banana com bolacha que roubaram ao miúdo. 

  • Abrir bem os olhos para não se notar que estamos a ser privadas do nosso sono de beleza há uns bons meses. - Queremos que eles depois vejam as fotografias e pensem: "se não fosse minha mãe, ia lá". Bem, se calhar não tanto, pronto.

  • Tentem ser muito rápidas para o bebé não entrar no modo de phonejacking. - É muita pressão, é verdade, mas não é mais difícil do que estar a mudar a fralda e ter que abrir um novo pacote de toalhitas ao mesmo tempo.

  • Se possível, apanhar luz de frente. - Estar de frente para uma janela ajuda muito. É como se fosse o filtro earlybird, mas natural (e depois ainda lhe podem espetar mais um filtro de instagram por cima, o que é maravilhoso).

  • Fechem os olhos e sorriam ao de leve (eu sei que há bocado disse o contrário) - É um clássico da maternidade e ficamos sempre bem, ficamos num momento de "ai que sou tão calma e bondosa e pareço a Virgem Maria adorando o meu menino". Só que sem ser Virgem. Sem ser Maria. Mas adorando o menino, claro. 

  • Façam caretas, mesmo que estejam cansadas. - Melhor truque do mundo para "ah, ela estava feia, mas era de propósito" e "que divertida que a mãe era". 

  • Quanto aos bebés: eles costumam ficar sempre bem a não ser que estejam a meio de um espirro, a meio de fazer um cocó ou se a câmara estiver a fazer um plano contra-picado. Tentem que a câmara os esteja a fotografar também ao nível deles, senão parece que pariram um pedaço de bacon fumado.

Pronto ficam aqui com algumas tentativas falhadas e duas muito bem sucedidas ;) Mais alguma técnica que queiram partilhar? Vá, para parecer que ainda estamos todas "no mercado", apesar de termos o filho deles ao colo ;)














6.28.2015

O que nos dizem que vai acontecer quando temos um bebé e o que é verdade.

Não vale a pena dizer que as pessoas falam demais quando sabem que estamos a planear ter um bebé, quando estamos grávidas ou quando estamos a parir ou quando já temos o bebé em casa. As pessoas falam demais no geral e nós também somos essas pessoas. 

No início enervava-me imenso que as pessoas me dissessem "aproveita para dormir" e "olha que passa muito rápido" e agora sou uma dessas pessoas. Oh well. Vamos lá ver se ajudamos as nossas futuras-mamãs e futuras-futuras-mamãs aqui com uma listinha do que dizem e do que realmente acontece. Eu começo!



# - Aproveita agora para dormir!!

- Calma, nem todos os bebés dormem mal e porcamente. Há bebés que, desde sempre, dormem mais de 10 horas seguidas ao ponto de deixarem as mães em pânico por não saberem se está tudo bem com eles. Há bebés que dormem muito. Há bebés que dormem pouco. Há bebés que acordam muito. Não sabemos que tipo de bebé vai calhar na rifa, mas pode ser que corra tudo pelo melhor. Agora, o mau sono começa normalmente na fase final da gravidez (no início também para quem sofra muito de enjoos e azias e afins - há grávidas que até têm de dormir sentadas para conseguir dormir). A verdade é que nunca mais teremos liberdade para dormir as horas que quisermos sem sermos interrompidas. Pelo menos até eles têm pêlos púbicos, digo. Depois também não dormirmos porque foram sair à noite. Bom, se calhar as pessoas até têm razão neste. APROVEITA PARA DORMIR!



# - Aproveita que passa num instante!!

- E é mesmo verdade! Passa muito rápido. O tempo, já por si, passa rápido. Quando nos estamos a divertir, passa ainda mais rápido. Quando temos um bebé, continua a passar rápido mas temos ali uma referência de que isso está a acontecer. Ainda para mais eles duplicam o tamanho no primeiro ano de vida e aprendem tudo de enfiada. É assustador. E como, em Portugal, temos uma licença de maternidade tão pequena, trabalhando e indo para casa, as coisas parecem passar ainda mais rápido. Confesso que estando em casa que passa rápido, mas não tanto assim. Parece que passa tão rápido quanto aquelas curtes de verão esquisitas que tínhamos quando íamos de férias para algum lado com os pais. Por que é que eu estou a falar disto na primeira pessoa do plural? Eu? Nã. 



# - Vais ficar com a barriga toda cheia de estrias.

- Sim, pode-se ficar. E então? É o processo natural das coisas. Não digo que seja "o preço" a pagar por termos este dom enorme de gerar a vida, porque não acho que seja "um preço", mas é algo relativamente insignificante comparativamente com o que ganhamos. Nem todas temos estrias. Depende da genética de cada uma, mais disso do que dos cremes, mas dá-lhes jeito que pensemos que não tivemos por causa deles, quando perguntamos à nossa mãe e ela não teve também. 



# - Vais ficar com a barriga toda flácida. 

- Sim e não. Há quem fique e há quem não fique. Há quem já tivesse antes e quem passasse a não ter depois. Há quem nunca tenha tido (o caso da Carolina Patrocínio, por exemplo). Se realmente nos importarmos com a nossa forma e se tivermos uma gravidez sem risco, podemos não prejudicar a nossa "forma e linha" de maneira alguma. Temos mesmo é de fazer um esforço. Teremos de querer. Além disso, pouco tempo depois da gravidez, podem-se praticar abdominais hipopressivos (falem com quem perceba disto) que ajuda facilmente a resolver a questão da barriga. Esqueçam o "facilmente". Eu não consegui. 





# - O casamento vai à vida... 

- Vai e não vai. Depende do tipo de casamento, depende das expectativas. Acima de tudo, ter um filho é uma decisão que deve ser muito bem pensada não só pela criança, mas também para nos prepararmos e percebermos o que poderá acontecer com a vinda da mesma. Digo-vos que é lixado não dormirmos nos primeiros meses, estarmos cheias de dores (podemos não ter) e hormonais e termos um parceiro que o compreenda sem se exaltar de vez em quando. E mais, muitas vezes até fazemos a festa sozinhas. Muita coisa muda, temos de estar preparadas para isso. E, melhor: mudar não significa que seja para pior, não é? 



# - Acabou-se a boa vida!

- É um bocadinho verdade. E ainda bem que as pessoas dizem isso, porque é mais uma das coisas que deve pesar no timing de se ter um filho. Se ainda estiverem muito agarradas a sair todos os dias à noite e apanharem grandes bezanas e acordarem ao lado dum tipo chamado Tiago que tem um cheiro esquisito, provavelmente não será boa altura. Se andarem numa de viajar pelo mundo todos os meses e de fazer interrails por países que nem saibam o que é um ben-u-ron, pensem bem no que estão a fazer porque... já perceberam, não é? 



# - O balúrdio que vai ser!!

- Gasta-se mais dinheiro com um bebé do que sem um bebé, claro (duh!), mas pode não ser esse balúrdio todo. Há escolhas que se podem fazer consoante o orçamento familiar e valores. Não há dinheiro para uma creche pipi? Fica na avó. Não há dinheiro para pagar à avó? Fica com a avó da melhor amiga. É preciso é ser tão flexível como gostaríamos que o nosso orçamento fosse. "Tudo se faz".  Por falar em flexibilidade, eu tenho a flexibilidade de um t0 em Pina Manique.



# - É a melhor coisa do mundo.

- E é. É mesmo. É um desafio constante? É, também. Se é igualmente gratificante? É. É muito importante não termos ilusões sobre o que é ter um filho. Ter um filho, não é ter um Nenuco. Ter um filho é ter uma mini pessoa que temos de amar educando. Temos de estas preparadas para amar muito muito ao ponto de sermos maiores que nós próprias todos os dias. Preparem-se para amar como nunca amaram antes. Preparem-se para ganhar paciência e forças onde nunca pensaram que fossem arranjar. Digo-vos uma coisa: até vão gostar de ver cocó de outra pessoa à vossa frente. 


Algo mais a acrescentar? ;)

6.21.2015

PRAIA: Lista de coisas a NÃO LEVAR

SOCORRO! Foi o que pensei quando pusemos os pés na praia hoje. Estava a ver já meio turvo e com a sensação de se desmaiasse até não era mal pensado porque ia finalmente descansar.

Aprendemos com os erros. Mas às vezes temos de errar não sei quantas vezes até acertar. Ora, no ano passado, arrendámos uma casa que ficava mesmo, mesmo em frente à praia. Era atravessar e pronto. Ia com a Isabel às horas das crianças para a praia num sling e púnhamo-nos em casa em menos de nada. Este fim-de-semana estivemos em Cabanas de Tavira, onde talvez fiquemos uma semana em Agosto. É muito bonito, sim senhor, não se tem de pegar no carro, mas ainda é um esticão até à praia. Pelo menos com filha. Pelo menos com malas. Pelo menos com lancheira. Pelo menos com brinquedos. Pelo menos com chapéu.

Fica a minha sugestão de ERROS que se comentem na hora de fazer as malas para ir até à praia:

- MALA DE VERGA. Em que é que eu estava a pensar? Fiquei com o ombro mais pisado que um bife do lombo. É que levar uma mala de verga da moda com uma toalha, um livro, um creme e uma garrafa de água, à solteiro, é uma coisa. Levar uma mala de verga com duas toalhas, a toalha dela, os cremes todos, os nossos e os dela, toalhetes, fraldas, roupa suplente, brinquedos, balde, máquina fotográfica... é ficar com o ombro cozido na certa.


Sugestão: aquele trolley de praia com rodinhas onde cabe tudo e mais alguma coisa ou uma mochila de alças.


- CARRINHO. A ideia é aparentemente boa. Vai no carrinho, pesa menos nas costas e ainda dorme na praia. ERRADO, pelo menos por aqui. Arrastar o carrinho pela areia fora, entrar no barco, passar por zonas enlameadas, mesmo com um carrinho todo-o-terreno é tarefa hercúlea.

Sugestão: uma mochila porta-bebés. Para dormir, dorme na toalha debaixo do chapéu de sol.


- SACO GIGANTE DE BRINQUEDOS. Para bem das nossas escolioses, a praia não tem de ser um parque de diversões. Aliás, com poucos brinquedos até pode ser que ganhem espírito de partilha e façam amigos mais depressa. Passam a ser os "teus e os meus".


Sugestão: Um balde, uma pá, uns dois ou três moldes e uma bola é mais que suficiente para eles se entreterem. Quando mais velhos, até podem levar um livro.


- DESPENSA. Com crianças pequenas não vamos ficar mais de duas, três horas seguidas na praia, por isso não vale a pena levar a casa atrás.

Sugestão: Fruta, iogurtes, água, umas sandes/wraps e está feito. Um saco-térmico dos pequeninos talvez seja suficiente.


- TOALHAS PESADAS: Convém levar toalhas, claro, mas para poupar nas idas ao fisioterapeuta, não aconselho a levar toalhas daquelas tradicionais, grandes e pesadas, quando molhadas. 

Sugestão: Umas toalhas fininhas, que demorem pouco a secar e que sejam leves e voilà.



- UM CHAPÉU DE SOL PARA CADA: gosto de observar um fenómeno que se verifica em muitas praias portuguesas: famílias que levam um chapéu de sol para cada elemento da família e muitas vezes sem se avistar vivalma. Marca-se os lugares, monta-se assim uma espécie de acampamento, com uns bons 20 metros quadrados, e depois não se põe lá os pezinhos. Deve ser este o conceito de praia exclusiva. Além de ser, como dizer, parvo, faz com que famílias com crianças como eu tenham de andar mais 4 km até arranjar lugar.

Sugestão: partilhar o chapéu com mais elementos da família. Parecendo que não, é muito giro. Joga-se às cartas, aos dados, conta-se histórias, partilha-se melão cortado aos bocadinhos, é mesmo engraçado.


Acho que para já, é isto. As nossas costas agradecem. É sempre bom não chegar à praia sem ser lavados em suor e sem uma tendinite. Se pouparmos nestas coisas, já podemos levar PÓ DE TALCO no saco. Pó de talco, perguntam vocês? Pois, pois, eu antes de me iniciar nesta coisa da maternidade só usava pó de talco naqueles dias em que adormecia e não tinha tempo de lavar o cabelo de manhã, para disfarçar a oleosidade (é um dos componentes, pelo que me explicaram, dos champôs secos). Passava na raiz um bocadinho, deixava actuar e depois tirava com uma escova. Um milagre.

Mas agora vou dar-vos esta dica: se passarem pó de talco nos pés dos vossos filhotes (ou noutras partes do corpo), a areia sai que é uma maravilha. Facto comprovado.

O que querem acrescentar à lista? :)

6.16.2015

Como sair do quarto de fininho.

As coisas mudaram cá em casa. Para quem não saiba, as mães que dão mama são umas sortudas e normalmente têm a vida muito facilitada quando é para adormecer os bebés. Foi o meu caso até há pouco tempo. À noite, para a adormececer, punha-a à mama, ainda a punha acordada na cama, saía do quarto descontraidamente e pronto.

Agora não. Agora a mama não está a funcionar (talvez porque ande a comer melhor e perca o interesse mais rápido quando a vou por a dormir, sei lá) e, por isso, pela primeira vez tive de ganhar skills para a adormecer. Grrr. Agora sou como aqueles pais que têm de sair do quarto de fininho, sem fazer barulho algum, senão o bicho volta a acordar. 



Para quem se esteja a iniciar nesta viagem de ter de sair do quarto "de fino", aqui vão algumas dicas: 

- MEIAS SEM ANTI-DERRAPANTES - Não se metam em pantufas ou de saltos altos. Muito menos daquelas meias com aqueles coisinhos por baixo. Acreditem que não querem ter feito o trabalho todo e depois, quando precisam de sair em silêncio, fazer o som de beijinhos com os pés. Se forem como o Frederico (meu marido) que sua tanto dos pés como eu do bigode quando ponho hidratante e tenho de subir a rua que vai do Rossio ao Chiado, têm mesmo de por umas meias, até para não deixar o chão todo suadinho - nojo.

- TER TUDO PREPARADO - Antes de pegarem ao serviço, verifiquem se têm tudo o que precisam convosco e ligado/desligado. Não há pior que ter tudo feito, ir a sair e termos que voltar atrás para ligar o intercomunicador. No meu caso, quase que arranco cabelos de nervos. Só não arranco na realidade porque prezo muito os meus 3/4 cabelinhos. 

- ESTAR ESCURO - A saída do quarto tem de estar minimamente protegida da luz. Estar a querer sair de fininho e o miúdo levar com um chapão na fronha não é agradável para ninguém. Eu cá não gosto. Tento sempre que o corredor esteja o mais escuro possível. Tanto quanto possível sem que o Frederico me diga "tu és só manias, só mariquices, ela adormeceria na mesma, agora tenho de fechar as janelas porque vais adormecer a miúda... ai!!" e depois dá-me um soco no cóccix. 

- ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO CONTROLADOS - Eu amo os meus gatos, mas se me acordam a miúda, estão a candidatar-se seriamente a uma espécie de tratamento Amish quanto saem da religião. Geralmente ficam na sala com o Frederico, para assegurar que está tudo em ordem. 

- PORTA ENTREABERTA E SEM BARULHOS - Se a vossa porta for daquelas que range tanto quanto a cara toda da Lili quando vai espirrar, o melhor é mesmo tratarem disso e olearem as (não sei o nome) coisas que seguram a porta à ombreira, pronto. Dobradiças? Será? E não fechem a porta porque o simples facto de a abrir pode fazer com que acorde o monstrinho. 

- VIZINHOS QUE NÃO SE ARMEM EM PARVOS - Têm vizinhos com vida social activa? Mudem-se. Se há coisa que me deixe louca é quando estou a adormecer a Irene e chegam uns 20 marmanjos à casa de cima para um jantar ou então para uma orgia esquisita que envolva loiça e talheres. 

6.15.2015

Lista de Essenciais para o Bebé (e para nós)

Tenho uma amiga que tem uma amiga que está grávida. (A sério que estás a começar este texto assim?, pergunta o grilinho dentro da minha cabeça.) E essa amiga da amiga, a Carla, pediu-me que a ajudasse com a lista de essenciais para o bebé. "Mas queres a lista para a maternidade ou para ter em casa?" "Tudo, por favor." Vou dar o meu melhor.

Já vos fomos dando algumas dicas, aqui e aqui. Mas cá fica a minha lista:

MALA DE MATERNIDADE DO(A) FILHO(A)

- Três babygrows fáceis de vestir (nada destes para os quais a Joana Gama chamou a atenção aqui que, por sinal, eram do género do primeiro que a Isabel vestiu e tive as enfermeiras em stress a tentarem vestir-lhe aquilo). Acho que, no verão, de algodão serão suficientes.
A primeira roupa da Isabel
- Três bodies de manga comprida, de algodão (compro os interiores e os pijamas todos na Primark)

- Três calças interiores ou collants

- Um casaquinho de malha

- Um gorro (perdem muito calor pela cabeça), mas depende muito do calor do hospital (o meu era uma estufa e só usou na primeira noite).

- Quatro pares de meias

- Fraldas q.b. (alguns hospitais dão as fraldas. E mesmo que sejam precisas mais, há sempre um pai ou um avô para ir buscar mais). Eu comprei Dodot, mas dizem que as Libero para recém-nascido são muito boas.

- Compressas (não usei toalhitas nos primeiros meses), limpava apenas com compressas com água quente

- Fraldas de pano (uma ou duas): no meu caso, fiz uns envelopes com as fraldas de pano para cada uma das mudas de roupa, selados com alfinetes de ama.

- Toalha para o banho

Não é necessário:

- Chucha (para não atrapalhar a amamentação) nem biberon
- Sapatos nem gangas e coisas desconfortáveis

Eu sou betinha, por isso levei uns conjuntos todos mariquinhas - mas práticos - com cueiros, divididos por dias, mas duvido que haja por aqui muita gente com paciência para isso, daí ter simplificado a coisa


MALA DE MATERNIDADE DA MÃE

- Três camisas de dormir (ou aquilo que for mais confortável para vocês, equacionando que têm de  despir para dar mama)

- Chinelos (de banho e de quarto, ou só de banho)

- Kit higiene + cremes 

- Soutiens de amamentação (dois ou três)

- Discos absorventes para pôr no soutien (caso tenham a subida do leite logo lá)

- Purelan, da Medela - pomada para os mamilos - os primeiros tempos da amamentação podem não ser a coisa mais maravilhosa do mundo, porque nem sempre a pega está a ser bem feita, por isso, usar Purelan ajudou-me bastante.

- Carregador telemóvel + máquina fotográfica (com cartão e bateria carregada)

EXTRAS QUE ME SALVARAM A VIDA:

- Elástico para o cabelo (parece ridículo, mas depois esquecem-se e dá tanto jeito!)

- Spray de água termal da Vichy - naquelas longas horas de espera em trabalho de parto em que não se pode comer nem beber, borrifar-me foi o que me safou, palavra! Sentia a cara e os lábios sempre hidratados.

- Tena Pants - Ah, pois é, minhas amigas, também eu pensava que me ia guardar lá para os 70 anos, mas segui o conselho não sei de quem, experimentei e não quis outra coisa (quer dizer, quis, quis outra coisa, mas enfim, teve de ser). Ainda experimentei uma vez um penso numa daquelas cuecas de rede que nos dão no hospital e não tem nada a ver, deslocam-se, saem de sítio e é desconfortável. Com estas cuecas-penso não há risco de nada sair de sítio, ajustam-se bem e estamos sempre confortáveis. Além de que se rasgam para despir, não tendo de fazer grande esforço para nos baixarmos. Recomendo, sem dúvida! 


COISAS QUE ME SALVARAM AS MAMAS EM CASA:

Além do Purelan e do leitinho materno aplicado nos mamilos, as almofadas de hidrogel (que vão ao micro-ondas e ao congelador) e as conchas colectoras foram tão minhas amigas! Andar com as mamas ao ar-livre também. Aconselho, aconselho, aconselho (mesmo que pinguem LOL).



EM CASA:

- Berço para estar coladinho à nossa cama: nos primeiros meses, pelo menos, o lugar do bebé é bem pertinho de nós. Emprestaram-me um antigo, de verga, lindão, mas há já imensa oferta por aí. Gostei deste da Chicco, por exemplo. Se quiserem poupar uns trocos, ou não puderem meter-se em mais despesas, a cama de grades colada à nossa também funciona, claro.

- Cama de grades: comprei a cama no IKEA e adoro. Barata e bonita. O colchão também é do IKEA, mas investi no melhorzinho que lá havia. Vão precisar também de resgardo para a cama, lençóis e uma manta. Ou um saco-cama, como preferirem.


- Trocador: é dispensável, se tiverem um armário de gavetas com uma largura considerável, onde possam pôr um muda-fraldas. Eu comprei o trocador no IKEA (Gulliver), com 3 prateleiras, que além do apoio à higiene (com fraldas e produtos dentro de cestas de vime da Zara Home), tem também, ao nível da Isabel, a biblioteca dela.
Como não apreciei as forras do muda-fraldas do IKEA, comprei uma linda da Blu Home.  Além desta forra de tecido, apercebi-me que teria de ter resguardos descartáveis, que se mudam assim que há alguém que decide mexer-se um bocadinho e “borrar a pintura” durante a muda da fralda. 

- Cadeira/ poltrona para amamentar e dar colinho.
Andei meses à procura de uma poltrona para o quarto dela, mas acabei por comprar uma cadeira de balouço branca que “forrei” com almofadas. Não sabia se seria prática, mas é! Era onde amamentava quando a mudei de quarto e onde lhe conto histórias e onde a embalo, nos dias em que se torna impossível adormecê-la na cama. 

- Tapete: quis o mais simples possível e encontrei na Quadrinhos da Mó um creme, fácil de lavar, que é só pôr na máquina.

- Almofada de amamentação: deu-me um jeitaço nos primeiros meses para a amamentar na minha cama e no sofá da sala

- Banheira: como não tínhamos espaço na casa de banho, pusemos uma banheira à nossa altura (acho fundamental para as nossas costas), que era simultaneamente trocador, no nosso quarto. Comprámos em segunda mão. Quando começou a nadar na banheira, e a molhar o chão todo, mudámos só a banheira (sem a estrutura alta) para o nosso WC, encaixando-a na nossa banheira.

CASA/RUA:

- Ovo para o automóvel: usei o do carrinho da Chicco que me emprestaram, mas nunca fui fã (comprei uma forra também na Blue Home, na imagem acima).
- Carrinho (se fosse agora, teria o que ando sempre a apregoar, porque é leve e prático, da Greentom)
- Espreguiçadeira (para quando precisamos de ir fazer um xixi, comer ou tomar banho e tê-los sempre debaixo de olho)
- Sling/pano/marsúpio: emprestaram-me um sling de argolas e adorei tê-la sempre pertinho de mim, levá-la a passear e até para fazer algumas coisas em casa
- Pano para Swaddle (neste vídeo mostra como fazê-lo: garanto-vos que os acalma muito!)

Não é necessário: esterilizador, biberons, leite adaptado, brinquedos (no primeiro mês não ligam e vão oferecer-vos também).

Mais alguma coisa a acrescentar à lista? O que tirariam da lista? ;)

5.23.2015

Querem stressar quando for para os por a dormir?

É capaz de ser a coisa mais simples de sempre. Stressar com algo que não controlamos é-nos quase inato. Stressar com algo que não controlamos e que, ainda para mais, não percebemos o porquê das coisas não acontecerem como nós queremos, ainda pior. 

Pô-los a dormir (falo de bebés até à idade da Irene que o resto não sei) pode ser das coisas mais enervantes de sempre. 

Piora se forem daquelas mães que têm de acordar muitas vezes durante a noite. Piora se forem daquelas que, quando não dormem, ficam as maiores cabras de todo o tamanho, apesar de terem consciência disso. Olá, sou a Joana. 

Querem stressar quando for para os pôr a dormir? Sim senhora. Isto é o que têm a fazer: 


1) Não ter nenhum critério para o momento em que os põem na cama. 

Interessa se o miúdo tem sono ou não? Interessa se já está acordado há 23 horas ou se acordou apenas há duas? Claro que não. Têm de dormir quando nós queremos, tenham eles sono ou estejam eléctricos por terem muito sono ou não tenham eles sono nenhum. Isto funciona com tudo o resto, não é? Nós queremos que eles comam e comem, nós queremos que eles comecem a andar e andam. 

2) Não ter nenhum tipo de rotina para os adormecer ou acalmar para os adormecer.

O melhor é apanhar os miúdos de surpresa. Estão a divertir-se a brincar com aquele brinquedo irritante que não dá para baixar o som e tungas! Sem avisar sequer, é enfiá-los na cama e dar de frosques. Por que é que hão de chorar? Não são pessoas nem nada. Só por estarem na cama, devia ser mágico e adormecer. Não é o que acontece connosco? Não.

3) Ter pressa.

Já ouvi várias vezes "quando eu mais quero que ele adormeça, é quando ele não adormece". E porquê? Porque não estamos calmas (eles sentem) e porque, geralmente, isso faz com que nos esqueçamos dos outros dois passos em cima. Por isso, se querem stressar quando for para os por a dormir é ter imensa pressa e imensa coisa planeada para quando os puserem a dormir.



4) Fazer birra.

Somos nós as adultas, mas achamos perfeitamente normal sermos nós a fazer birra. Não dorme? Ai vais ver se não dormes. Volta para a cama. Já. Deita-te. DEITA-TE. Por que é que não ficas deitado? Toma a chucha! Toma a chucha! Dorme! Dorme! Não dorme. Lidemos com isso. Não façamos birra a não ser que queiramos stressar quando for para os por a dormir, claro. 

5) Ter muito sono.

Quando temos sono, temos ainda maior probabilidade de fazermos tudo o que escrevi nos passos anteriores. Aproveitar todos os momentos de descanso deles é fulcral para mantermos a nossa sanidade mental e, se for caso disso, o nosso casamento. Querem stressar quando for para os por a dormir? Estejam cheias de sono. Ninguém é mais esperto quando não está bem dormido, se não estiver sob o efeito de nada. 

6) Ir com ódio.

Sim, o melhor é irmos já a pensar que vai tudo correr mal. Que vai ser mais uma oportunidade falhada. Que o raio do bicho parece que está a gozar connosco. Não está. Não estão é a ser feitas as coisas como é susposto para o bicho querer dormir. Se é para stressar, é para irmos logo super pessimistas e com vontade de esganar o bicho (não esse, que nojo, não era isso que queria dizer, ainda estava a falar do bebé, que horror)



Pronto. Isto é tudo o que faço quando as coisas correm mal. Parece que, às vezes, até faço de propósito.