Se houve coisa que me conquistou
na creche que escolhi para a Isabel foi a área de recreio, as actividades ao ar
livre, as possibilidades de brincadeiras para apanhar ar puro. Mais do que os
planos pedagógicos, de aprender os números e as cores, mais do que a
aprendizagem das regras e das boas maneiras, o que eu quero é que ela brinque,
corra, dê gargalhadas com os amigos, aprenda a contar as pedrinhas do chão e as
pétalas de uma flor.
Um dia, veio a correr contar-me, triste, que tinha perdido
o chapéu. A educadora logo me explicou que o chapéu tinha voado com o vento
para o lago (nessa noite, ela até teve um pesadelo, coitadinha). Mas eu até fiquei
contente. E porquê? Porque era bom sinal. Assim como será bom sinal sempre que
me aparecer com umas calças rasgadas, uns sapatos sujos com lama, umas unhas
sujas de terra. Adorei quando me pediram toalha, fato de banho e protectores,
porque iriam ter todas as semanas, no verão, jogos de água e um dia de piscina
(numa piscina improvisada lá fora). Hipoteticamente, adoraria que tivesse esta
possibilidade pela vida fora.
Ainda me lembro quando o professor de Ciências do 5º ano nos levou a ter uma aula no exterior. Foi tão, mas tão marcante para mim, que ainda consigo ver o meu cabelo a dançar ao vento e ainda ouço o meu coração a bater (e eu a suspirar de amores por aquele professor). Paixonetas à parte, acho que iniciativas destas fazem a diferença. Por isso, fiquei muito contente com o Dia de Aulas ao Ar Livre, dia 6 de outubro, que já propus ao colégio da Isabel. Conheciam? Nem que seja apenas uma aula, já era fantástico, não era? O mais curioso é que há escolas pelo mundo inteiro a aderir (vejam no mapa, no site), por isso, nesse dia sabemos que até na Austrália ou no Chile os miúdos vão estar a ter aulas ao ar livre, como os nossos filhos.
Partilhem a iniciativa Skip. Vai valer
muito a pena, tenho a certeza!