Para as mães,
os filhos nunca são feios (ou são?). Devemos ter um mecanismo qualquer intrínseco, instintivo, de defesa da espécie (nunca li nada sobre o assunto, estou só a "mandar para o ar") que nos faz vê-los como seres lindos, perfeitos, mágicos. Quando a Isabel nasceu, toda amassada, torcida, de quem é tirado a ventosa, fui capaz de dizer um "oh tão linda!". E não, dias mais tarde, olhando para as fotografias do nascimento, ela não era (ou estava) linda. Mas era perfeita, assim mesmo. Era a minha filha, a minha bebé. Sempre muito expressiva, com pestanas enormes, olhos muito abertos, o sorriso mais bonito do mundo. Eu, com perfeita noção de que não era bebé de catálogo de roupa, mas também eu, longe de o desejar.
Desejava, e desejo-o agora mais do que nunca, que seja feliz, como eu sou (já o tinha escrito aqui). Nunca fui uma Sara Sampaio, mas sempre fui muito feliz. O meu marido não é o Brad Pitt e vejam lá a família maravilhosa que construímos! "Só se estraga uma casa", dirão as mentes mais maldosas (e escreveram-no já). Que mais casas estejam estragadas como a nossa. :)
"A Luísa é feia, como a irmã". Epa, não. As minhas filhas não são feias. E mesmo que fossem e mesmo que venham a ser (nunca o saberei e ainda bem). Vou ensiná-las a serem confiantes, agradecidas, com sentido de humor, felizes. Os amigos não são escolhidos por uma escala de beleza, os profissionais também não, os namorados, se forem decentes - não queremos cá dos outros - também não. São escolhidos pelo coração que têm. E o da Isabel, garanto-vos, já é enorme. Acho que a captei, por inteiro, nestas fotografias.