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3.14.2015

Afinal Havia outra (#14) - Nunca mais fui a mesma.

É muito estranho dizer que engravidei às 23 horas do dia 23 de Outubro de 2012. Mas foi. E no dia 5 de Novembro senti com toda a certeza que estava grávida. Toda eu era fogo-de-artifício, arco-íris e haagen-dazs de felicidade.

E depois caiu-me a ficha. Ai Virgem Santa, e agora? Não que achasse que não dava conta do recado, mas porque queria dar conta da melhor forma possível. E antes que as hormonas do sétimo círculo do Inferno se apoderassem, decidi fazer as coisas como sei: em grande.

E assim começou.

Primeiro foram os livros sobre a gravidez, daqueles com fotos de grávidas giras com ar de quem só engoliu a criança e não em modo “os meus pés só cabem em havaianas e mesmo assim…”.

Depois foram os livros da moda como o do Dr. Oz, que me dizia para comer semente de linhaça quando me apetecesse um chocolate. Foi exatamente isso que fiz. Quando comia um snickers, imaginava um campo de linhaças ao vento.

E segui com os livros técnicos de desenvolvimento psicológico, psico-motor e comportamental das crianças, com nomes esdrúxulos e impercetíveis. E com um dicionário ao lado.

E, claro, o Brazelton e o Cordeiro, que passaram a ser meus companheiros de cama e sofá. (Até hoje juro que o meu marido tinha ciúmes!)

Preparações para o parto foram logo três. Assim de enfiada! Uma de ioga, para ela ter as energias equilibradas e porque me dava a desculpa perfeita para usar as únicas calças que me serviam. Uma aquática, não fosse a “piquena” ser meia peixe. E ainda uma teórica, onde me sentava na fila da frente, a apontar tudo com esmero e com sublinhados às cores. Sim, mesmo à totó!

E mesmo sendo naba nabíssima com as tecnologias, inscrevi-me no BabyCenter - coisa maravilhosa que ainda hoje tanto jeito me dá -, em blogs, em grupos de facebook e tudo o mais mamã-internético;

Ele foi tudo e mais alguma coisa. Papei tudo.

E quando a Maria do Carmo nasceu, a 24 de Julho de 2013, estava de facto calma e preparada. Preparada para a amamentação, para o mecónio, para as alterações hormonais e para todas as outras três mil coisas que acontecem com a maternidade.

Só não estava preparada para uma coisa: nunca mais ser a mesma pessoa.

Nunca mais ser o centro do meu mundo.

Nunca mais ser a pessoa que mais amo (imensamente egocêntrica, eu sei).

Nunca mais conseguir ver um telejornal sem chorar pelo menos 3 vezes.

Nunca mais conseguir ver qualquer reportagem sobre fome, maus-tratos ou negligência infantis. Não consigo simplesmente.

Nunca mais passar por uma criança sem lhe sorrir, meter conversa, perguntar a idade e o nome e todas as outras coisas absurdas que via os outros fazerem. Mas (ainda) não cheguei ao bilu bilu.

Nunca mais ver filmes parvos como o “Pai da Noiva” sem carpir este mundo e o outro.

Nunca mais acordar de mau humor, porque acordo com um doce “mamã” que já me faz ganhar o dia.

Nunca mais ter a mala maior quando vamos de fim de semana.

Nunca mais passar horas a preocupar-me com a nova coleção, com as tendências e com os coordenados. Pelo menos não em ponto grande…

Nunca mais ter um péssimo dia que um abraço tão pequeno não cure.

Nunca mais não ser mãe.

Felizmente.


Filipa Caroto Escórcio, mãe da Maria do Carmo, de 18 meses
Mãe Patinha

a Mãe sugere (#04) - Plasticina Caseira

Não sei se se lembram mas há uns tempos fui com a Irene a uma actividade de tintas comestíveis (aqui). Deu-me imensa vontade de começar a fazer estas coisas em casa, até porque acho parvo pagar tanto dinheiro por uma coisa que até eu consigo fazer. 

Pesquisei por plasticina caseira no Google e fui dar a um site do caraças! Não conhecia e além de ser muito giro (acho que todas vemos isso primeiro), parece-me ser óptimo! Está aqui a receita e o site. 

Tinha pedido à minha querida sogra, no dia anterior, para me trazer os corantes mas, sinceramente, acho que para primeiras experiências, eles estão a borrifar-se se a "massa" tem cores ou não. 

É tão giro vê-los a experimentarem uma textura nova. No caso da Irene arrepia-se toda enquanto faz cara de nojo. :) 

Não tinha também um dos ingredientes, aquele esquisito que só se compra em farmácias, mas também não me pareceu fazer muita falta. 

O único inconveniente é que, seguindo esta receita, é preciso por muito sal e assim não fico confortável que a Irene a coma... Que, claro, foi logo das primeiras coisas a fazer...








Vão experimentar?

3.13.2015

A mãe dá (#14) - Laços e touca Little i

Já repararam certamente que cabelo é coisa que não falta às nossas filhas. A Isabel já tem cabelo até à ponta do nariz e a Irene tem uma juba indomável que já é imagem de marca. A Isabel não dispensa laços para conseguir ver alguma coisa - e porque a mãe dela é muito vaidosa - e a Irene não dispensa laços para compensar as calças de fato de treino que a mãe lhe veste. Não aqui, que o momento era solene:

Foto José Sérgio/SOL
Na entrevista à revista do semanário SOL, os laços das miúdas não passaram despercebidos, até porque ocupavam dois terços da fotografia. Pronto, era essa a ideia. Ou é ou não é.
Ora, para mães viciadas em laços como nós, que gostamos que fiquem a fazer pendant (ou pandan ou como queiram) com a roupa, nada como a Little i que tem uma paleta de cores que alguém-me-acuda-quero-todos!








Do azul bebé ao rosa salmão, do rosa velho ao bordeaux... preparem-se para escolher 5 LAÇOS, porque a Mãe dá!




E como a Mãe é generosa, além dos lacinhos, no cabaz entra também uma touca daquelas mesmo à betinha como a Isabel é obrigada a usar. E fica de se comer! (Parecia mesmo uma beta agora a falar, não é?)




Para participar é preciso:
1) Fazer like na página Little i
2) Fazer like na página a Mãe é que sabe
3) Partilhar publicamente este link no vosso perfil do Facebook
4) Preencher o formulário em baixo

Condições:
O vencedor será anunciado no dia 20 de março de 2015, sendo aceites inscrições até às 23h59 de dia 19 do mesmo mês.
O vencedor será escolhido aleatoriamente através de random.org.
Só é válida uma participação por endereço de e-mail.

Boa sorte!

3.09.2015

Afinal Havia Outra (#13) - Desculpem lá o desabafo!

Vou entrando assim, no vosso dia, sem pedir licença nem nada, mas preciso de desabafar. As últimas semanas da minha vida têm sido caóticas. As “Joanas que sabem” estão à espera de um texto meu e eu nem sei o que escrever, porque não tenho tempo sequer para pensar.

A minha filha de dois anos teve varicela. Dez dias em casa da avó, pomadas para aqui, mais xaropes para ali, ir buscar uma à avó, a outra à creche, chegar a casa, dar banho com farinha Maizena – sim, ajuda a secar as borbulhas e é ótimo - dar jantar, deitar as miúdas e adormecer toda torta com elas, vestida e tudo e perceber que são quatro da manhã e a televisão lá em baixo ainda está ligada.

A varicela vai-se, vem uma infeção urinária, antibiótico e a miúda lá fica boa e regressa à creche. Eis senão quando aparecem as primeiras borbulhas na mais velha. Deixar uma na creche, outra na avó e por aí em diante - que eu preciso de desabafar mas escuso de estar a repetir-me porque vocês não têm culpa nenhuma. Eu cheia de trabalho, o pai cheio de trabalho e é ver um e o outro a adormecer em qualquer lado – tipo zombies – ao mesmo tempo que a roupa para lavar quase chega ao teto da casa de banho e a loiça nem sempre chega à máquina.

Depois de tudo isto - e livres da varicela - a mais velha fica com gripe, com direito a uma ida para as urgências a meio da noite e tudo. “Devíamos marcar um fim-de-semana em qualquer lado”, diz ele. Mas como, se as avós também estão as duas doentes? (Ainda não vos tinha contado estar parte, pois não?) Pois. E fica assim a possibilidade de ir substituída pela vontade de ir. Parecendo que não, sempre fica o coração mais quentinho por sabermos que ambos queríamos muito ir. Só que não dá.

Para ser sincera, acho que esta canseira toda já vem de muito antes das varicelas. Acho mesmo que a última vez que descansei a sério foi no dia de Natal. De lá para cá foram semanas desenfreadas atrás de semanas desenfreadas. Combinações de almoços com as amigas adiados, baldas a jantares de aniversário, duas peças de teatro que queria muito ter visto e não vi, já para não falar dos filmes que entram e saem do cinema e eu nada! Pela primeira vez na minha vida, não vi um único filme nomeado para os Óscares...  

E, de repente, esta semana lá se arranjou quem ficasse com elas e fomos jantar fora no dia do 16º aniversário de namoro. Vesti uma camisa preta que já não saía do armário há séculos e pus um risquinho nos olhos para “disfarçar”. Quando íamos a sair de casa até julgo ter sentido borboletas na barriga e não sei se era por estar a sair com o namorado ou simplesmente por estar a sair. O que eu sei é que foi tão bom conversar como dantes, com tempo para acabar todas as frases sem interrupções. Recordar os primeiros tempos de namoro – chiça, foi há tanto tempo, caraças! E renovar vontades: “Catarina, temos mesmo de ir os dois de fim-de-semana um dia destes senão caímos para o lado”. E aí, nesse pequeno oásis num deserto de cansaço e de tarefas para cumprir, percebemos que, mesmo cansados e muitas vezes desencontrados dentro de quatro paredes, estamos na mesma. E “na mesma” não é mau, é bom. É muito bom. Acho mesmo que era isto que o Kundera queria dizer quando definiu a felicidade como “o desejo de repetição”.

E pronto, agora que já desabafei, saio de fininho para ver se me lembro de alguma coisa para o texto que tenho de entregar...

Catarina Raminhos, mãe da Maria Rita e da Maria Inês

3.05.2015

Afinal Havia Outra (#12) - Quando o final não é o esperado.

Após um início conturbado, a minha gravidez foi decorrendo normalmente. Às 19 semanas uma indisposição e algumas dores na zona dos rins levaram-me à urgência. Análises, exames, ecografias… e as palavras mágicas: está tudo bem com o bebé, é uma criança saudável e as dores significam que a mãe tem que abrandar o ritmo. Saí do hospital naquele dia levíssima… tive a certeza naquele dia que ia ser mãe de um menino, estava tudo bem com o bebé e prometi a mim mesma que teria mais calma. Isto passou-se num domingo, e na sexta-feira seguinte tinha marcado a ecografia morfológica no Centro de Entrecampos. Desta vez nem ia nervosa, pelo contrário, ia extremamente confiante…

Mais ou menos 40 minutos depois de ter começado a ecografia o médico pede à assistente para ligar para Santa Marta para falar com o médico de serviço e em simultâneo pede-me para mudar para outra sala, porque havia qualquer coisa que não conseguia ver bem no bebé com aquele aparelho. Ok! Deve ser normal este procedimento, enquanto me instalo ele trata de outros assuntos, pensei para comigo! Entretanto começo a ouvir a conversa do médico com Santa Marta: “Podes atender uma paciente que aqui tenho… ela não é de Lisboa… sim, há qualquer coisa no coração do bebé que eu não consigo ver…. “Hããã? Como? Coração? Do meu bebé???? O quê?... (escusado será dizer que nesta época a minha ignorância levava-me a pensar que problemas de coração eram só para maiores de 50!!!). O meu coração parou com o choque, para a seguir disparar desenfreadamente. A minha vida ficou suspensa naquele momento, os meus sonhos desmoronavam-se, as palavras do médico ecoavam-me na mente, as lágrimas corriam livremente… o meu bebé tinha um problema, e agora?

Já passava das 22 horas daquele dia 14 de Março quando segui para o Hospital de Santa Marta onde tinha o Dr. Macedo à minha espera. Após um ecocardiograma e muitas perguntas saí sem um diagnóstico definido, o bebé estava atravessado e não era possível afirmar com certeza qual era o problema, voltaria daí a 15 dias para confirmar. Estava tão mal nesse dia que pedi ao médico que me adiantasse os diagnósticos possíveis e mesmo contrariado ele lá avançou as hipóteses: poderia ser uma CIV (comunicação intraventricular) – era o melhor diagnóstico – ou uma Tetralogia de Fallot, (levei semanas para fixar este nome) que seria a situação mais grave. Isto implicava que o bebé teria que ser operado ao coração pelo menos uma vez, ou mais, dependendo como a situação fosse evoluindo.

Foram 15 dias angustiantes… interiormente só pedia para não me perguntarem pelo bebé, estava de rastos e não conseguia perceber o que tinha corrido mal, e não era isto que esperava quando engravidei. Não sabia como lidar com tudo o que estava a acontecer, até que num desses dias o meu marido disse-me: “Estás grávida de 22 semanas e não há nada que possamos fazer, temos que o aceitar e que o amar independentemente de como ele vier!”. Acho que era aquilo que eu precisava ouvir.

No dia 27 de Março tive a confirmação… o meu bebé tinha uma Tetralogia de Fallot! Repeti-lhe todos os dias que ele seria um lutador e que nós estaríamos sempre lá para ele.

Passei a ser seguida na Maternidade Alfredo da Costa, nas consultas de alto risco e em simultâneo no Hospital de Santa Marta. No dia 20 de Maio, um mês antes da data prevista, entrei em trabalho de parto. Fui internada na MAC, onde ele nasceu no dia 21 de Maio. Foi para os cuidados intensivos de onde teve alta dois dias depois.

Passaram quase 18 anos, ele foi operado aos 2 meses, fez a cirurgia correctiva aos 16 meses, e teve que fazer nova cirurgia há cerca de dois anos. Prevê-se que daqui a 15 anos a válvula tenha que ser novamente substituída.

Ele é um menino extraordinário e muito especial. Não tem grandes limitações e faz a sua vida normalmente como qualquer jovem da sua idade. E é muito mais do que aquilo que eu sonhei... Com ele aprendi a ser mãe... a mãe que ele precisa... (Quatro anos após o seu nascimento demos-lhe um irmão, que nasceu sem problemas de maior!)

Quando o final não é aquele que esperamos e a mãe não sabe, a mãe aprende… e a uma velocidade surpreendente!

Alzira Maia Ferreira

3.01.2015

a Mãe sugere (#03) - Prendas para o Dia do Pai

Estas sugestões foram baseadas, claro, no meu marido e nos seus gostos. Acho que a partir daqui ficam a saber quase tudo sobre ele. :)

Espero que gostem de alguma coisa, depois contem se ajudei.



Só precisamos de saber que é um jogo de tiros e que eles gostam.




"É um óptimo cruzamento entre um gelado e um doce tradicional" - Frederico Pombares (meu homem) dixit.




Massagem Gin&Tonic no RitualSpa
(vamos ter uma para vocês oferecerem, querem? Agora já está.)





Carregador de comandos wireless da playstation
Comprámos na FNAC o nosso. Tentei procurar por vocês no site e da nossa marca já não há. É óptimo porque carrega sem fios e o carregador pode estar ao lado do sofá e, por isso, não é preciso levantar-se nem para ir buscar a porra do comando.



É, no fundo, para quem ainda não tem daquelas televisões espalhatosas com Internet. Assim dá para irem à net na televisão (apesar de ser uma seca por não terem teclado) mas, acima de tudo, transmitir aquilo que têm nos portáteis para o ecrã. Se forem Mac e só nalguns modelos, atenção. Nada como perguntar ao tipo da FNAC.




Auscultadores wireless
Imaginem um mundo em que estão na mesma sala que eles e não têm que ouvir as claques dos jogos de futebol a gritar quando é golo ou quando é um "ganda roubo"? Imaginem só. Pronto. Isto liga-se à televisão (não sei se são os da imagem, perguntem, lá está, ao senhor da FNAC) e, sem fios, eles ouvem o que quiserem sem nos aborrecerem a "molécula".

Assinatura SportTv
É uma sugestão periogosa, verifiquem se a saúde da vossa relação amorosa está boa antes de se meterem nisto. Aconselhada apenas se houver mais do que uma televisão em casa e os tais phones de que falei ali em cima.



"Esta e a Intermagazine são das melhores revistas de gastronomia" - Frederico Pombares dixit.




Ele desaparece durante meses se lhe derem isto. Pode ser bom ou mau. Atentem sempre ao modelo da consola para depois não terem de ir trocar.


Se quiserem um prolongamento do desaparecimento anterior. Atenção se ele tem PC ou Mac.


Voucher de Sexo
Um papel que diz sexo. Podem usá-lo quando quiserem, mesmo que estejamos a meio de uma conversa interessante, só para nós.


Ténis Newbalance
Têm um status diferente das outras marcas. É giro para acrescentar ao armário deles (e nosso também, há muito giros para nós, podemos sempre ficar à espera que se lembrem disso para o dia da mãe, mas o melhor é sempre sermos directas que eles não são lá muito espertos...). 




Uma nova máquina de barbear
Há quanto tempo têm a deles? Já imaginaram se ainda usássemos a mesma depiladora de há 15 anos? Se calhar agora até já inventaram uma que nos dá apalpadelas no rabo enquanto nos depila e não sabemos. O mesmo para eles.


Ficam com um hálito semelhante ao da sanita quando têm bebés em casa a dormir, mas é aperitivo de homem tuga. Para comerem no sofá.



Uma carteira que deixa que ponham tudo lá dentro (calma, Taveira) sem ficarem com grandes enchumaços nas calças ou que tenham de levá-la sempre na mão. Esta frase é só ordinária, mas não era para ser, ok? 

2.28.2015

Afinal havia outra (#11) - Ter um filho em Angola

Estava eu entretida a ler o vosso post fantástico quando começo a sentir uma certa vontade de escrever qualquer coisa com impacto suficiente para ir parar ao vosso blog.
 

"Vou escrever sobre o terror do meu parto!!!!
Hummm
É tão negativo e isto (a maternidade, leia-se) até é uma coisa bem fixe."

...

"Vou escrever sobre os primeiros meses!!!!!
Fraldas. Biberões. Choros indecifráveis. Entreter bebé que não dá feedback. Hormonas ainda meio loucas e deprimidas.
BOOOOOOOORIIIIIING!"

...

"Vou mas'é ter juízo, curtir o meu tempo livre a ver mais blogs e facebook (oh yeah!!!!! Cultura para cima!!!!) com o terrorista a dormir e deixar de me sentir a Shakespeare do momento."

Mas foi mais forte do que eu!!!!

"Calmaaaaa! Vou escrever sobre ter um filho em Angola!!!!"

Pois... é o caso!
Será suficientemente interessante?

Por aqui vive-se sem luz a maior parte dos dias, dependente do tanque de água, com medo das picadas dos mosquitos e a rezar para que as diarreias (porque as há de tempos a tempos) sejam ligeiras e pacíficas.

Então como é que é viver em Angola com um bebé desde os 4 meses?

Vive-se...

A primeira vez que pus a rede mosquiteira no meu filho fiquei em pânico. "Ai porque vai dormir mal! Vai-se sentir preso! Vai acordar e berrar porque vai ficar assustado com a rede!" Mimimimimi...
Nada. Pacífico.
Dormiu tranquilo. A rede mantém-se. Já tem uns valentes buracos graças a um gatinho maravilhoso que achou que era uma brincadeira gira, mas todos em lugares estrategicamente bem colocados para poderem ser "tapados".

O repelente... esse chateia-me um bocadinho porque a maior parte dos repelentes não faz porcariazinha nenhuma. Aliás, estive mesmo para empregar a outra palavra pior que porcariazinha, mas o vosso blog é tão mimoso que achei que não ia ficar bem. Continuando...
Os repelentes que repelem realmente os mosquitos dizem que é para maiores de 2 anos. Os outros... dá-me a sensação que os mosquitos ainda se lambuzam depois da picada. O ideal? Não sair com o puto depois das 17h. É! Não dá, não dá! Paciência. Mas tentamos manter este horário à risca.

Claro que entretanto tenho um artista que para além de saber fazer o som de não sei quantos animais sabe como se afastam moscas e mosquitos. A seguir ao "Então como é que faz a vaca?!" vem logo o "Então como é que se mata um mosquito?". É. Qualquer criança que cresça em Angola sabe como se mata um mosquito. (palmada no ar caso não saibam)

E qualquer criança que cresça em Angola sabe como é que se dança. Mas dançar a sério. Não são esses saltinhos e ondulações dos bebés normais. O meu filho levanta a perna e dança kuduro na perfeição. "Não faz isso Bela, não faz isso Bela, não faz isso B-B-B-Bela!" e é vê-lo a levantar a perna e a girar. Uma delícia.

E quando falta a luz?! "Lú lú lú lú!" E lá trepa ele por mim acima só para ter mais uma viagem ao quintal para ir ligar o gerador. E como é que se explica a uma criança de 1 ano que o gerador às vezes avaria e não há mesmo luz? Nem televisão? Nem Panda???!!!! Não conseguimos explicar. É escusado.

E a água? A água é um problema porque não é potável. No meu caso instalei uns super mega filtros, mas... a maior parte das pessoas não tem. Como é que fazem com bebés que adoram beber toda a água do banho? Dão com água fervida. Ou água engarrafada. Ou...
Não. É mesmo só uma destas opções.
Ou então já têm filhos com estômagos de aço como o meu que no outro dia ligou a mangueira (sem água filtrada) que estava apontadinha para ele e bebeu ali umas valentes litradas de água cheia de bichinhos e girinos e porcariazinhas que rimam com cólera, mas safou-se bem. Valente do miúdo que nem um cocó mole teve (sim, qualquer post de maternidade deve ter a palavra cocó incluída! Desculpem lá!)

E vais passear com ele onde?
Pois... é um problema. Nós cá em casa não somos muito fãs de praia. E as escolhas são praia, restaurantes, praia, esplanadas na praia, e.... ah, praia! Pois...
Havia um jardim fantástico, com escorregas, árvores, casinhas de plástico, baloiços, carrinhos, bicicletas, dava para todas as idades e tinha segurança. Sim pagava-se mas... ok. Faz parte. Fechou. Fechou! Assim. De repente. Sem aviso. Sem backup. Centenas de mães anti-praia ou fartinhas de praia sem opção.

Por aqui montámos uma mini piscina no quintal comprada num hipermercado qualquer e olha... tem resolvido o assunto "entretenimento" por uns tempos. Mas a piscina é mesmo mini. E esta malta cresce muuuuuito. E rápido. Por isso, acho que as Playstation vão ser uma opção aqui por estes lados.

Escola e cresches?
Tem e muitas. Mas caras! Caríssimas!!!! Com preços de fazer corar.
Eu fui burra: pus-me a pesquisar... a ver as fotos nos sites e no facebook, a apreciação de algumas mães... e fui excluindo uns, pondo de lado outros... depois via o horário, o tipo de ensino, as actividades extracurriculares... até que cheguei a 3: uma que muita gente fala mal, uma que é de uma língua que ninguém fala aqui em casa e outra que são 1800 dolares por mês.
Por isso este assunto tem sido tabu nos últimos tempos pois põe-me valentemente mal disposta.
O que é que vou fazer? Não sei. Ponto final!


E onde é que ele fica durante o dia?
Com uma babá. Que é muito comum por estes lados. O meu filho não tem avós cá. Tem uma babá a quem ele trata por mã. Que é muito carinhosa. Que vem trabalhar sempre de sorriso na cara. Mas que à primeira fralda que trocou quando o Gui tinha 4 meses se virou para mim e disse "o Gui si cagó". E eu fiquei verde. Roxa. Rosa flurescente. E depois voltei à minha cor amarelita normal e disse-lhe muito calmamente "fez cocó... O Gui fez cocó".
E assim tem sido ao longo deste ano e alguns meses: lutar contra o "si mijó", o "estou à vi", "o Gui não querO", "o Gui si páncou" e coisas do género. Mas sim... eu sei que mais cedo ou mais tarde, daquela boquinha fofinha do meu bebé, há-de sair uma atrocidade qualquer destas. É a vida. Paciência.

Por outro lado tem a vantagem de nunca ter posto um casaco mais quente do que um casaco de algodão ao meu filho. Vivemos no calor e vamos de férias ver a família em época quente. Se tudo correr bem neste próximo natal vai sentir o que é o frio. Calorento como é acho que vai gostar.

E a saúde?
Bem... eu trabalho na área da saúde. Tenho a vida facilitada e alguns conhecimentos. Mas quando ele partiu a cabeça (sim, ele é um pequeno terror com duas pernas e dois braços!), e nem houve discernimento para pensar a quem telefonar ou onde ir, fomos parar a uma primeira clínica que... "Ah, pois... aqui não damos pontos". Ok. Boa. Então e agora?
Lá fomos nós para uma segunda clínica.
Depois de passar por 4 médicos e um enfermeiro lá decidiram passar à acção. E não havia recursos materiais. Faltavam aqueles pensos que evitam dar pontos "Não temos!". E só foram à procura daquela linha absorvível porque eu fiz uma birra horrorosa a bater o pé que não voltava com o míudo para tirar pontos que não me apanhavam ali tão cedo.

Mas é o calcanhar de aquiles. A saúde. E depois ouvimos histórias... daquele e do outro que "estavam bem", "vê lá, era só uma apendicite e morreu coitadinho do pequenino", "não souberam ver que ele tinha uma sepsis"... QUERO FUGIRRRRRRRR! Mas não... depois ficamos... benzemo-nos... pedimos que seja só com os outros... e continuamos a nossa vida a pensar "quando voltarmos A CASA vai ser tudo tão mais fácil!"

(será que isto já vai na ordem do argumento do Benur?!...)

Depois tem coisas boas... bem boas. Há mais união entre o grupo de amigos. Estamos mais presentes. Temos mais tempo para saídas. Para lanches. Para conviverem as crianças todas. Há mais apoio. Passamos todos pelo mesmo. Uns com mais experiência que outros. Mas somos família. Família emprestada.

Voltar a casa vai ser bom. Mas enquanto não voltamos vamos vivendo felizes.

Ana Feijão

2.26.2015

Já somos famosas (#04) - Mustela

Joana Gama (JG): Cabra, cabra, cabra, cabra.

Joana Paixão Brás (JPB): Estás parva? Sabes que as pessoas da Mustela vão ver isto e começas o post assim?

JG: Não gostei de ter sido abandonada. Fomos ao evento Mustela para as embaixadoras e imprensa e a Joana teve de ir embora a meio para "trabalhar". 

JPB: Desculpa lá se tenho de fazer pela vida! Nem percebi essas aspinhas de caca.

JG: Cabra, cabra! Ainda por cima estava lá a Vanessa Oliveira que, muito querida, nos convidou para nos sentarmos ao lado dela e, por isso, ficámos na mesa das celebridades. Quando a Joana foi embora, lá fiquei eu só sabendo quem era a Rita Mendes. 

JPB: Pá, tu já nos vídeos não me deixas falar, nos posts escritos a meias também vai ser assim? Mau! Estás ressabiadinha por eu não ter ficado a parecer um lemur na foto como tu, não é?



JG: Nem sei por que é que fui ao melhor cabeleireiro que há por aí para depois não me pentear. Já viste os cabelinhos da tanga por causa da gravidez? Que nervos! E o que é que aconteceu ao meu colar? Achou por bem enfiar-se na minha axila. Fetiches. Tu, por acaso, ficaste muito bonita, Joana.

JPB: Tira a mão da minha perna!!! Não gosto desses climas esquisitos. 

JG: Vamos por o vídeo?

JPB: Para que é que o teríamos gravado, então? Que nervos.

JG: Está muito nervosinha, está a menina. Agora que fica bem nas fotos já ganhou moral.






JPB: Viram tantas coisinhas boas? Vamos só explicar-vos o que se passa. Assim que tivemos o blogue quisemos logo associarmo-nos à Mustela por ser a nossa marca preferida.

JG: Lá foi a escrava à reunião e acabamos por ficar embaixadoras Mustela, isto é, pessoas que gostam da marca e que fazem parte da família. 

JPB: Não diríamos que gostávamos, sem gostar. E não é por nos oferecerem cremes que iríamos estar a mudar a nossa opinião sobre as coisas. Aliás, somos nós quem pede os cremes, por isso não estamos a ser subornadas.

JG:  E hoje o evento foi muito para falar sobre isso. Em toda a investigação que está por trás dos produtos Mustela. Foi muita informação para a minha cabeça, por acaso.

JPB: Tu até a montar legos tens dificuldade, é normal. 

JG: Sou selectiva nas coisas que acho que valham a pena pensar, é mais isso. Olha, tu ainda não viste os sacos das prendas com atenção porque não tiveste tempo, estás a trabalhar, mas lá dentro acho que está a melhor invenção de sempre.

JPB: O quê? Um tira-buços por telepatia?

JG: Não. Isto!



JPB: Um saquinho? 

JG: Um saquinho que deita cheirinho a Mustela para por nas gavetas!! Eu não sei se vendem isto, mas se não venderem é por parvoíce! Acho que estamos perante um best seller.

JPB: Então oferecem-nos um saco com uma dezena de produtos para falarmos deles e explicarmos para que servem e tu centras-te no saquinho?

JG: Os produtos já conhecemos de trás para a frente. Aliás, se a Mustela é líder de mercado é porque a maior parte das mães que nos lêem também conhecem. Agora... o saquinho? Bem jogado, Mustela. Eu compraria isto para todas as gavetas lá de casa.

JPB: E como não há à venda e esperta como és, vais ter a brilhante ideia de encher as gavetas de creme, não vais?

JG: Não tens o Alta Definição ou o Fama Show para fazer? 

JPB: Sim, tenho de TRABALHAR, sim. Não estou de pijama sentada com a regueifa no sofá, não. 

JG:  Obrigada Mustela pelo convite!!

JPB: Mas, acima de tudo, pelo saquinho de cheirinho, já sabem... 



2.24.2015

Afinal havia outra (#10) - Ansiedade da separação


Esta semana fui tomar banho e fechei a porta e liguei o aquecedor porque queria que a casa-de-banho ficasse cheia de vapor, quentinha, uma maravilha de sauna mas sem a falta de ar. Entrei na banheira e pus-me debaixo do duche a ferver. Suspirei. Maravilha. Três segundos depois alguém a bater na porta e a dizer “mamã”. “Mamã, mamã, mã, mamã, mã” sempre intercalado com pequenos murros na porta. O banho todo. Ouvia o meu marido a dizer “ó filha, deixa a mãe, anda para ao pé do pai” mas é o vais. Pelo menos não chorou. Aquela história de não conseguir fazer xixi em paz? É verdadeira. Mas além da criança, também há um cão que adora beber água do bidé, pelo que normalmente somos três seres na casa de banho, uma na sanita, um a beber água e a outra a apontar ora para o cão, ora para as minhas pernas, ora para a sanita. “Sim, a mãe está a fazer xixi.” “É”, responde ela enquanto aponta para a fralda.

Quer colo a toda a hora, chora se eu saio da sala, se eu não lhe dou a atenção que ela acha que merece, abraça-se a mim quando vê outras pessoas, pendura-se nas minhas pernas e não me larga. Não me larga um bocadinho, só eu é que sirvo, só eu é que sei ler-lhe os livros, montar a torre de cubos. E é espectacular. O meu ego está mais insuflado do que as minhas pernas (pernas? Eu queria dizer mamas) durante a gravidez e eu estou a aproveitar cada momento desta coisa de ser o universo inteiro de uma pessoa porque sei que vai durar pouco tempo. Mesmo quando me queixo que não consigo ter tempo para mim, é tudo mentira quero lá saber de mim, só quero aquela miúda ao meu colo a rir-se e a dar-me festas sem que eu as peça, antes que se transforme numa parvalhona enjoada que não me suporta. 

Se alguma mãe se queixar que os filhos não a largam e que é uma chatice e que não pode ser, não acreditem. Está só a fazer género, por dentro o coração está em pleno carnaval.

Leididi