2.28.2015

Afinal havia outra (#11) - Ter um filho em Angola

Estava eu entretida a ler o vosso post fantástico quando começo a sentir uma certa vontade de escrever qualquer coisa com impacto suficiente para ir parar ao vosso blog.
 

"Vou escrever sobre o terror do meu parto!!!!
Hummm
É tão negativo e isto (a maternidade, leia-se) até é uma coisa bem fixe."

...

"Vou escrever sobre os primeiros meses!!!!!
Fraldas. Biberões. Choros indecifráveis. Entreter bebé que não dá feedback. Hormonas ainda meio loucas e deprimidas.
BOOOOOOOORIIIIIING!"

...

"Vou mas'é ter juízo, curtir o meu tempo livre a ver mais blogs e facebook (oh yeah!!!!! Cultura para cima!!!!) com o terrorista a dormir e deixar de me sentir a Shakespeare do momento."

Mas foi mais forte do que eu!!!!

"Calmaaaaa! Vou escrever sobre ter um filho em Angola!!!!"

Pois... é o caso!
Será suficientemente interessante?

Por aqui vive-se sem luz a maior parte dos dias, dependente do tanque de água, com medo das picadas dos mosquitos e a rezar para que as diarreias (porque as há de tempos a tempos) sejam ligeiras e pacíficas.

Então como é que é viver em Angola com um bebé desde os 4 meses?

Vive-se...

A primeira vez que pus a rede mosquiteira no meu filho fiquei em pânico. "Ai porque vai dormir mal! Vai-se sentir preso! Vai acordar e berrar porque vai ficar assustado com a rede!" Mimimimimi...
Nada. Pacífico.
Dormiu tranquilo. A rede mantém-se. Já tem uns valentes buracos graças a um gatinho maravilhoso que achou que era uma brincadeira gira, mas todos em lugares estrategicamente bem colocados para poderem ser "tapados".

O repelente... esse chateia-me um bocadinho porque a maior parte dos repelentes não faz porcariazinha nenhuma. Aliás, estive mesmo para empregar a outra palavra pior que porcariazinha, mas o vosso blog é tão mimoso que achei que não ia ficar bem. Continuando...
Os repelentes que repelem realmente os mosquitos dizem que é para maiores de 2 anos. Os outros... dá-me a sensação que os mosquitos ainda se lambuzam depois da picada. O ideal? Não sair com o puto depois das 17h. É! Não dá, não dá! Paciência. Mas tentamos manter este horário à risca.

Claro que entretanto tenho um artista que para além de saber fazer o som de não sei quantos animais sabe como se afastam moscas e mosquitos. A seguir ao "Então como é que faz a vaca?!" vem logo o "Então como é que se mata um mosquito?". É. Qualquer criança que cresça em Angola sabe como se mata um mosquito. (palmada no ar caso não saibam)

E qualquer criança que cresça em Angola sabe como é que se dança. Mas dançar a sério. Não são esses saltinhos e ondulações dos bebés normais. O meu filho levanta a perna e dança kuduro na perfeição. "Não faz isso Bela, não faz isso Bela, não faz isso B-B-B-Bela!" e é vê-lo a levantar a perna e a girar. Uma delícia.

E quando falta a luz?! "Lú lú lú lú!" E lá trepa ele por mim acima só para ter mais uma viagem ao quintal para ir ligar o gerador. E como é que se explica a uma criança de 1 ano que o gerador às vezes avaria e não há mesmo luz? Nem televisão? Nem Panda???!!!! Não conseguimos explicar. É escusado.

E a água? A água é um problema porque não é potável. No meu caso instalei uns super mega filtros, mas... a maior parte das pessoas não tem. Como é que fazem com bebés que adoram beber toda a água do banho? Dão com água fervida. Ou água engarrafada. Ou...
Não. É mesmo só uma destas opções.
Ou então já têm filhos com estômagos de aço como o meu que no outro dia ligou a mangueira (sem água filtrada) que estava apontadinha para ele e bebeu ali umas valentes litradas de água cheia de bichinhos e girinos e porcariazinhas que rimam com cólera, mas safou-se bem. Valente do miúdo que nem um cocó mole teve (sim, qualquer post de maternidade deve ter a palavra cocó incluída! Desculpem lá!)

E vais passear com ele onde?
Pois... é um problema. Nós cá em casa não somos muito fãs de praia. E as escolhas são praia, restaurantes, praia, esplanadas na praia, e.... ah, praia! Pois...
Havia um jardim fantástico, com escorregas, árvores, casinhas de plástico, baloiços, carrinhos, bicicletas, dava para todas as idades e tinha segurança. Sim pagava-se mas... ok. Faz parte. Fechou. Fechou! Assim. De repente. Sem aviso. Sem backup. Centenas de mães anti-praia ou fartinhas de praia sem opção.

Por aqui montámos uma mini piscina no quintal comprada num hipermercado qualquer e olha... tem resolvido o assunto "entretenimento" por uns tempos. Mas a piscina é mesmo mini. E esta malta cresce muuuuuito. E rápido. Por isso, acho que as Playstation vão ser uma opção aqui por estes lados.

Escola e cresches?
Tem e muitas. Mas caras! Caríssimas!!!! Com preços de fazer corar.
Eu fui burra: pus-me a pesquisar... a ver as fotos nos sites e no facebook, a apreciação de algumas mães... e fui excluindo uns, pondo de lado outros... depois via o horário, o tipo de ensino, as actividades extracurriculares... até que cheguei a 3: uma que muita gente fala mal, uma que é de uma língua que ninguém fala aqui em casa e outra que são 1800 dolares por mês.
Por isso este assunto tem sido tabu nos últimos tempos pois põe-me valentemente mal disposta.
O que é que vou fazer? Não sei. Ponto final!


E onde é que ele fica durante o dia?
Com uma babá. Que é muito comum por estes lados. O meu filho não tem avós cá. Tem uma babá a quem ele trata por mã. Que é muito carinhosa. Que vem trabalhar sempre de sorriso na cara. Mas que à primeira fralda que trocou quando o Gui tinha 4 meses se virou para mim e disse "o Gui si cagó". E eu fiquei verde. Roxa. Rosa flurescente. E depois voltei à minha cor amarelita normal e disse-lhe muito calmamente "fez cocó... O Gui fez cocó".
E assim tem sido ao longo deste ano e alguns meses: lutar contra o "si mijó", o "estou à vi", "o Gui não querO", "o Gui si páncou" e coisas do género. Mas sim... eu sei que mais cedo ou mais tarde, daquela boquinha fofinha do meu bebé, há-de sair uma atrocidade qualquer destas. É a vida. Paciência.

Por outro lado tem a vantagem de nunca ter posto um casaco mais quente do que um casaco de algodão ao meu filho. Vivemos no calor e vamos de férias ver a família em época quente. Se tudo correr bem neste próximo natal vai sentir o que é o frio. Calorento como é acho que vai gostar.

E a saúde?
Bem... eu trabalho na área da saúde. Tenho a vida facilitada e alguns conhecimentos. Mas quando ele partiu a cabeça (sim, ele é um pequeno terror com duas pernas e dois braços!), e nem houve discernimento para pensar a quem telefonar ou onde ir, fomos parar a uma primeira clínica que... "Ah, pois... aqui não damos pontos". Ok. Boa. Então e agora?
Lá fomos nós para uma segunda clínica.
Depois de passar por 4 médicos e um enfermeiro lá decidiram passar à acção. E não havia recursos materiais. Faltavam aqueles pensos que evitam dar pontos "Não temos!". E só foram à procura daquela linha absorvível porque eu fiz uma birra horrorosa a bater o pé que não voltava com o míudo para tirar pontos que não me apanhavam ali tão cedo.

Mas é o calcanhar de aquiles. A saúde. E depois ouvimos histórias... daquele e do outro que "estavam bem", "vê lá, era só uma apendicite e morreu coitadinho do pequenino", "não souberam ver que ele tinha uma sepsis"... QUERO FUGIRRRRRRRR! Mas não... depois ficamos... benzemo-nos... pedimos que seja só com os outros... e continuamos a nossa vida a pensar "quando voltarmos A CASA vai ser tudo tão mais fácil!"

(será que isto já vai na ordem do argumento do Benur?!...)

Depois tem coisas boas... bem boas. Há mais união entre o grupo de amigos. Estamos mais presentes. Temos mais tempo para saídas. Para lanches. Para conviverem as crianças todas. Há mais apoio. Passamos todos pelo mesmo. Uns com mais experiência que outros. Mas somos família. Família emprestada.

Voltar a casa vai ser bom. Mas enquanto não voltamos vamos vivendo felizes.

Ana Feijão

A Mãe dá (#04) - Carrinho da Greentom - Vencedor

Ainda se lembram deste post? 

Parece que foi há uma eternidade, não é? E foi. Estavamos ansiosas por dar o carrinho e vocês por receber. Antes de tudo queremos agradecer as milhares de participações que recebemos. Queremos agradecer também à Greentom PR por podermos oferecer um carrinho a uma mamã que o queira muito. É um bem necessário e, geralmente, bastante carote. 

Ficamos ainda mais contentes por estar a oferecer um carrinho 100% reciclado. Junta-se o útil ao agradável, não é? 


Só vai com a Isabelinha incluída à hora de a por na cama para o sono da noite que tem andado uma peste! :)

Bom, menos conversa e mais acção. Estilo filme porcalhote. Vamos lá a isso... E a vencedora é... A VENCEDORA é...

Filipa Rosa! Parabéns Filipa Rosa!

Apesar de ter sido das últimas a participar, a sorte assim o ditou. A Greentom PR irá entrar em contacto contigo por e-mail para escolheres as cores do teu carrinho novo. Em breve vamos encontrar-nos em Lisboa para fazer a sessão fotográfica da entrega do dito! ;)

Se, apesar de não terem ganho, tiverem ficado com "água na boca", vejam os modelitos no site da Greentom, aqui! 


2.27.2015

No ato, como gostam de ser tratadas?

Não!!! Parem já, que horror! Não queremos saber os vossos fetiches. No ato de ler o nosso blogue, onde é que vocês já iam? (Não foi nada sensacionalista este título, nada, nada).

Estamos com um grande problema, quase ao nível da decisão em prolongar a ajuda financeira à Grécia. Precisamos muito, mas mesmo muito da vossa ajuda.

Hoje durante a entrevista deparámo-nos com uma questão inquietante: por que nome vos tratamos, pessoas que nos seguem? 
A jornalista perguntava se vocês eram fãs. "Não, fãs não, mães". "Uhmmm, mães não que nem todas já são mães e há alguns pais ao barulho." Seguidoras? Na, estranhíssimo.

A rainha da blogosfera, a Pipoca mais Doce, trata os leitores por "pequenos póneis". E aqui? Como querem ser tratadas?

Queremos mesmo as vossas sugestões e iremos proceder a uma votação rigorosa, com a presença dos representantes da Santa Casa (senhores, estamos a brincar, voltem lá para os vossos sofás).

A minha é... Joanetes, em homenagem a esse grande animador das tardes de sábado da Sic há uns 15 anos: João Baião (e as suas Baionetes). E em homenagem aos meus, hereditários e inestéticos, ossos dos pés. 

Em 3, 2, 1... Chovam propostas!

Querido, mudei a parede

Houve quem perguntasse "então e como é que fizeste aquele lindíssimo painel que estava atrás daquela fantástica mesa da festa de anos?"

Ninguém perguntou? Ah, então foi só o meu alter ego. Mas cá vai, caso interesse a alguém como é que aquela "cabeceira de mesa", como eu lhe chamo, foi feita.

Em primeiro lugar: utilidade do bicho. Não está à vista? Impedir que um bolo mais nervoso, um cake pop com mau dormir ou uns brigadeiros a fazer moche, batessem com a fronha na parede.

Pensei em fazer um estendal de fotografias das aniversariantes e a Marta - que já escreveu connosco aqui no blogue -, disse: então, vais ao Leroy Merlin (juro que ninguém me pagou nada, mas se se quiserem chegar à frente...) e compras placas mdf e não sei o quê e não sei que mais. Sim, a minha memória para a bricolage ficou-se pelo mdf e mesmo para decorar a expressão tive de a associar a Mo(D)ther Fucker. Não se riam, cada uma encontra as estratégias que pode para sobreviver após 5 míseras horas de sono.

Cá está o vídeo da aventura que foi uma mãe a meter-se em terreno movediço:




Coisa mai linda, aquela cara de quem dormiu mal e porcamente e nem teve vontade de pôr um bocado de base. Tomei banho e já não foi nada mau!

O painel ficou bem artesanal, para não dizer amador (e para não dizer uma cagada), mas gosto de coisas imperfeitas e a intenção é que conta. Certo? Certo.

Quero ter dinheiro na conta, já!

Não devia ter ido ao site da Zara. :(














2.26.2015

Um dia... quero adoptar uma criança

Desde pequenina que sonho em ter um filho adoptado. Na altura ainda a Angelina Jolie não tinha adoptado nenhum filho, por isso acho que a minha vontade deve ter nascido com a novela brasileira Sonho Meu.
Alguém se lembra deste genérico? Meu Deus, que saudades!



Depois vi o filme Annie e chorei copiosamente. A seguir, na série Chiquititas, fiquei cheia de vontade de trazê-las todas para minha casa (até porque aquilo era uma animação).


Quando brincava com o meu nenuco e os bonecos de louça, a Alice e o Tomás, às vezes contava-lhes que eram adoptados mas que os amava tanto como se fossem meus filhos "de verdade".
Lembro-me de fechar os olhos, já na cama, à noite, e chorar, chorar, chorar a pensar nos meninos que não tinham uma casa e uma família. Até aquela cena do Sozinho em Casa, quando ele caminhava sozinho na rua na noite da consoada, e via, do outro lado da janela, famílias felizes, me deixava um nó na garganta. E dizia para mim mesma: um dia vou fazer um menino feliz.

Lembro-me bem quando uma pessoa próxima da família adoptou dois irmãos. E depois, passados uns anos, outra menina bebé. Aquilo sempre me fascinou, sempre olhei para ela como uma heroína e vê-los a crescerem tão felizes fazia sentido para mim.

Um dia, já com uns 15 anos, visitei uma casa de raparigas com os meus pais e nunca esquecerei aqueles olhos brilhantes e os sorrisos nervosos, como que a tentarem seduzir-nos, para as "levarmos" connosco. Aqueles olhinhos partiram-me o coração e deixaram-me um nó na garganta durante muito tempo.

Mais recentemente, a história da adopção do filho do Diogo Infante mexeu muito comigo. O facto dele ter adoptado um miúdo já mais crescido (não impôs nenhuma condição, nem ser bebé, nem ser caucasiano, nem escolheu o sexo) e de ter sentido, no dia em que lhe ligaram a dizer que tinham "achado" um filho para ele, que lhe estava a nascer um filho, é de uma grandeza insuperável. Quando se conheceram, o filho estava a jogar computador e a primeira coisa que lhe disse foi: "não gosto de polvo". Quão delicioso é isto?

Por agora, ainda não passa de um sonho. Mas quero acreditar que um dia terei coragem de passar pelo processo moroso que é a adopção, que terei força para enfrentar todas as dificuldades e que terei um coração suficientemente grande para amar incondicionalmente assim alguém. Um dia, o dia chegará.

Já somos famosas (#04) - Mustela

Joana Gama (JG): Cabra, cabra, cabra, cabra.

Joana Paixão Brás (JPB): Estás parva? Sabes que as pessoas da Mustela vão ver isto e começas o post assim?

JG: Não gostei de ter sido abandonada. Fomos ao evento Mustela para as embaixadoras e imprensa e a Joana teve de ir embora a meio para "trabalhar". 

JPB: Desculpa lá se tenho de fazer pela vida! Nem percebi essas aspinhas de caca.

JG: Cabra, cabra! Ainda por cima estava lá a Vanessa Oliveira que, muito querida, nos convidou para nos sentarmos ao lado dela e, por isso, ficámos na mesa das celebridades. Quando a Joana foi embora, lá fiquei eu só sabendo quem era a Rita Mendes. 

JPB: Pá, tu já nos vídeos não me deixas falar, nos posts escritos a meias também vai ser assim? Mau! Estás ressabiadinha por eu não ter ficado a parecer um lemur na foto como tu, não é?



JG: Nem sei por que é que fui ao melhor cabeleireiro que há por aí para depois não me pentear. Já viste os cabelinhos da tanga por causa da gravidez? Que nervos! E o que é que aconteceu ao meu colar? Achou por bem enfiar-se na minha axila. Fetiches. Tu, por acaso, ficaste muito bonita, Joana.

JPB: Tira a mão da minha perna!!! Não gosto desses climas esquisitos. 

JG: Vamos por o vídeo?

JPB: Para que é que o teríamos gravado, então? Que nervos.

JG: Está muito nervosinha, está a menina. Agora que fica bem nas fotos já ganhou moral.






JPB: Viram tantas coisinhas boas? Vamos só explicar-vos o que se passa. Assim que tivemos o blogue quisemos logo associarmo-nos à Mustela por ser a nossa marca preferida.

JG: Lá foi a escrava à reunião e acabamos por ficar embaixadoras Mustela, isto é, pessoas que gostam da marca e que fazem parte da família. 

JPB: Não diríamos que gostávamos, sem gostar. E não é por nos oferecerem cremes que iríamos estar a mudar a nossa opinião sobre as coisas. Aliás, somos nós quem pede os cremes, por isso não estamos a ser subornadas.

JG:  E hoje o evento foi muito para falar sobre isso. Em toda a investigação que está por trás dos produtos Mustela. Foi muita informação para a minha cabeça, por acaso.

JPB: Tu até a montar legos tens dificuldade, é normal. 

JG: Sou selectiva nas coisas que acho que valham a pena pensar, é mais isso. Olha, tu ainda não viste os sacos das prendas com atenção porque não tiveste tempo, estás a trabalhar, mas lá dentro acho que está a melhor invenção de sempre.

JPB: O quê? Um tira-buços por telepatia?

JG: Não. Isto!



JPB: Um saquinho? 

JG: Um saquinho que deita cheirinho a Mustela para por nas gavetas!! Eu não sei se vendem isto, mas se não venderem é por parvoíce! Acho que estamos perante um best seller.

JPB: Então oferecem-nos um saco com uma dezena de produtos para falarmos deles e explicarmos para que servem e tu centras-te no saquinho?

JG: Os produtos já conhecemos de trás para a frente. Aliás, se a Mustela é líder de mercado é porque a maior parte das mães que nos lêem também conhecem. Agora... o saquinho? Bem jogado, Mustela. Eu compraria isto para todas as gavetas lá de casa.

JPB: E como não há à venda e esperta como és, vais ter a brilhante ideia de encher as gavetas de creme, não vais?

JG: Não tens o Alta Definição ou o Fama Show para fazer? 

JPB: Sim, tenho de TRABALHAR, sim. Não estou de pijama sentada com a regueifa no sofá, não. 

JG:  Obrigada Mustela pelo convite!!

JPB: Mas, acima de tudo, pelo saquinho de cheirinho, já sabem... 



A minha mãe acha que fui trocada à nascença

Não a minha. A da Sara.

A Sara é esta criatura amorosa que aparece neste vídeo:


Hahaha. Bri-lhan-te. Adoro a dúvida escatológica desta miúda. Ora bem, a Sara cresceu e é a ilustradora deste fantástico blogue, o ponto alto da carreira dela, obviamente.

Nos tempos livres, colabora com jornaizecos, tipo o Público, ilustrou livros da editora do apresentador Fernando Alvim, coisa pouca.

E agora, dia 6 de março, a Sara-a-dias vai lançar o livro "A minha mãe acha que fui trocada à nascença", uma mini-enciclopédia ilustrada. Nesta novela auto-biográfica, podem chorar a rir com as peripécias de uma das pessoas mais divertidas que eu conheço! Desertinha para que chegue o meu, oubistes, Sara?!

Entretanto, podem segui-la no Facebook e comprar o livrinho aqui no site da editora, que já está à venda.

2.25.2015

Estou a um palminho de parecer a Sara Sampaio

Nem a propósito do post de ontem (antes e depois de ser mãe), cá está a transformação de uma mãe que acordou às 06h45 (ou foi acordada, rrrr) e que não dormiu mais de 3 horas seguidas. É um verdadeiro extreme mãekeover (este sim é à séria e não o da - armada ao pingarelho - Joana Gama, quando foi ao Renato Luís, aqui).


Ãh? Estou ou não a um palminho de parecer a Sara Sampaio? 

"É o melhor que consegues?", perguntam vocês, suas invejosas. É. Eu bem avisei que não dá para mais, foi a cara que Deus me deu.


Atenção: não usem marsúpios!

Senão, depois, não querem outra coisa...

Ela não parece contente, mas é porque estava a olhar para o Pai. ;)


Dei o meu melhor para esticar o pescoço e não se reparar na papada. O marido teve de cortar a foto assim por causa do buço. Do meu, claro. A Irene também tem mas a ela ninguém lhe diz nada, cabra. Sim, chamei de cabra à minha filha. 


Mas ela não parece muito importada. ;)



O circo já está montado

O meu homem chegou a casa e perguntou se não tinha sido convidado para a festa. Montei este circo só porque me dá gozo ver tudo e imaginar, imaginar, imaginar. E para vos mostrar também, qual blogue super trendy que dita tendências. Haha

Preparar a primeira festa de anos da Isabel (da Alice, sobrinha, e da Irene, que é como se fosse minha sobrinha) está quase ao nível de fazer o ninho, quando estava grávida. Passava horas agachada a arrumar as gavetas, a passar a ferro as roupinhas e a decorar o quarto, imaginando-a nele. Agora é mais ou menos o mesmo, mas com gritos de crianças histéricas a correr por todo o lado - os primos delas, porque das aniversariantes só uma anda, outra gatinha e a outra... a outra... "gatinha como se tivesse sido alvejada na guerra", palavras da mãe dela que eu não quero cá confusões. Imagino sumo a ser derramado sobre a mesa e dedos lambuzados de creme do bolo, mas tudo isso faz parte, se assim não fosse, íamos antes visitar um museu (para as nossas filhas era igual).

A verdade é que esta festa não é para elas, é para nós. Mas nós também merecemos celebrar 1 ano da maior experiência da nossa vida: ser mãe. Para elas, ficam as fotografias, que, tenho a certeza, vão adorar ver mais tarde, como eu sempre adorei ver as minhas. Então as fotos da minha festa dos dois anos e batizado, com um bolo de palhaço cheio de smarties, foram revisitadas vezes sem conta!

E foi este o tema escolhido para a festa: flores e passarinhos e , agora que vejo bem, riscas e bolinhas e xadrez e tudo e tudo. Parece o circo, mas eu cá gosto assim, até porque as coisas vão estar dispersas e misturadas com muito branquinho.






Gostam? Digam que sim só para mostrar ao meu marido e para ele ver que foram óptimas compras, por favor! :)

2.24.2015

Antes e depois de ser Mãe



Hahaha!
Obrigada, Sara-a-dias!

Afinal havia outra (#10) - Ansiedade da separação


Esta semana fui tomar banho e fechei a porta e liguei o aquecedor porque queria que a casa-de-banho ficasse cheia de vapor, quentinha, uma maravilha de sauna mas sem a falta de ar. Entrei na banheira e pus-me debaixo do duche a ferver. Suspirei. Maravilha. Três segundos depois alguém a bater na porta e a dizer “mamã”. “Mamã, mamã, mã, mamã, mã” sempre intercalado com pequenos murros na porta. O banho todo. Ouvia o meu marido a dizer “ó filha, deixa a mãe, anda para ao pé do pai” mas é o vais. Pelo menos não chorou. Aquela história de não conseguir fazer xixi em paz? É verdadeira. Mas além da criança, também há um cão que adora beber água do bidé, pelo que normalmente somos três seres na casa de banho, uma na sanita, um a beber água e a outra a apontar ora para o cão, ora para as minhas pernas, ora para a sanita. “Sim, a mãe está a fazer xixi.” “É”, responde ela enquanto aponta para a fralda.

Quer colo a toda a hora, chora se eu saio da sala, se eu não lhe dou a atenção que ela acha que merece, abraça-se a mim quando vê outras pessoas, pendura-se nas minhas pernas e não me larga. Não me larga um bocadinho, só eu é que sirvo, só eu é que sei ler-lhe os livros, montar a torre de cubos. E é espectacular. O meu ego está mais insuflado do que as minhas pernas (pernas? Eu queria dizer mamas) durante a gravidez e eu estou a aproveitar cada momento desta coisa de ser o universo inteiro de uma pessoa porque sei que vai durar pouco tempo. Mesmo quando me queixo que não consigo ter tempo para mim, é tudo mentira quero lá saber de mim, só quero aquela miúda ao meu colo a rir-se e a dar-me festas sem que eu as peça, antes que se transforme numa parvalhona enjoada que não me suporta. 

Se alguma mãe se queixar que os filhos não a largam e que é uma chatice e que não pode ser, não acreditem. Está só a fazer género, por dentro o coração está em pleno carnaval.

Leididi

Come a bolonhesa, Irene come a bolonhesa

E não é que é desta que vou começar a cozinhar?

Pelos vistos, já deveria ter introduzido a segunda parte da refeição da Irene e "ninguém me disse nada". Sei que não há timings perfeitamente certos para estas coisas, mas o facto de ela nunca estar entusiasmada com a sopa pareceu-me ser um sinal e, realmente, tem comido muito melhor.

Lembram-se daquele livro da alimentação infantil que demos um a Mãe dá há uns tempos? Este? Deicidi dar mais uma vista de olhos, sem ser para as sopas e decidi fazer a bolonhesa que há lá nas receitas dos 9-12 meses. 

Muito aldrabada, claro, porque me faltavam alguns ingredientes. Curiosamente, o mais esquisito era o que eu tinha: aipo. Coisas do meu marido. Ter aipo. Nem sequer sabia que isso existia. 

Quando era solteira, o meu jantar resumia-se a Coríntias e Chocapics (e não me custava muito hehe).

Agora dou por mil a fazer imensas sopas (para a míuda) e a tentar fazer comidinhas para ela. Gosto tanto. Odeio cozinhar, mas gosto imenso de vê-la a comer o que cozinho ou preparo. Já percebo as mães. 







Já que me estava a sentir toda super-mãe decidi experimentar pôr o resguardo da mesa no chão e ver como é que ela se entretinha a comer com as mãos. Valente estúpida (eu, não ela). Claro que a primeira coisa que fez foi virar o prato ao contrário.

Agora que penso nisso: qual é o problema? Que parvoíce. Devia tê-la deixado fazer um chavascal enorme. Era para isso que tinha lá a porcaria do resguardo... Grrr!!! Nós e a mania das limpezas. Ainda por cima com um resguardo!! A sério que só me apercebi disto agora. Bem, não é grave. Amanhã é outro dia e visto-lhe um bikini. 

Outra: já viram a quantidade de comida que lhe pus no prato? Ahah! Às vezes a minha cabeça não funciona. Ahah Aquilo é quase uma refeição normal para nós. 

Enfim. 

Mais comidinhas virão! 

Algumas receitas giras que os vossos miúdos com esta idade gostavam?


2.23.2015

10 coisas que te quero ensinar, filha

Nem sei bem por onde começar, filha. Há muitas coisas que te quero mostrar e tantas outras que te quero ensinar. Gostava de poder preparar-te para tudo, mas não posso. E a verdade é que a vida, cheia de surpresas, perderia o encanto.

Mas há 10 coisas que te quero ensinar:

#01 És capaz. Mesmo que te digam que não serás. Só tu poderás provar isso. Um dia um professor do 9º. ano disse-me que eu não poderia nunca ser jornalista porque era gaga. Provei (a mim mesma, estou a marimbar-me para ele) que sou capaz. Basta fazer por isso.

#02 Há pessoas parvas. Há quem goste de fazer mal, de dizer mal, só porque isso lhe dá mais gozo ou porque não conhece outra forma. É passar ao lado, afastarmo-nos ou simplesmente rirmo-nos disso. Não alimentar. Ou então, faz como eu, filha, que raramente me apercebo que elas existem, porque não as procuro e até me esqueço que as há. A ingenuidade às vezes ajuda: torna-as invisíveis e só elas bebem o veneno.

#03 Não te leves demasiado a sério. Não há pachorra para pessoas que têm os ombros sempre em tensão, que fervem em pouca água, que se alteram por dá cá aquela palha e que não têm um pingo de sentido de humor. Podes ser a primeira pessoa a gozar contigo e isso não significa pouca auto-estima, muito pelo contrário, significa que és confiante de tal forma que te dás ao luxo de poder errar.

#04 És bonita. Nem sempre irás concordar, nem sempre vais gostar do que vês ao espelho, mas se souberes que o és, mesmo que não o estejas, vais contornar o reflexo. Não faças como eu que uma vez chamei "assassina" à minha mãe porque ela me ofereceu uns calções, tinha eu uns 14 anos e dezenas de complexos em cima por ser "gorda". Do que é que isso me serviu? De nada. És bonita como és e ninguém to poderá negar. Nem tu, que eu não deixo. Nunca.

#05 É normal chorar. Ouviste-me chorar quando estavas ainda na minha barriga? Perdi o meu tio querido inesperadamente e chorei, chorei muito. Comigo funciona como catarse, liberta-me dos pesos e da garganta apertada. Não resolve nada, mas ajuda-me. Chora as vezes que for preciso. Mas não percas muito tempo nisso sozinha, pede-me ajuda, não há nada que um colo morno não amenize.

#06 Não escrevas "hades" nem "fizes-te". Ninguém é melhor do que ninguém por escrever bem, mas não dar erros não custa assim tanto e demora o mesmo tempo. Para isso, aplica-te nas aulas, erra muito, mas aprende. Não te recrimines, mas sê exigente e esforçada pela vida fora. Em tudo. Vais ver que compensa, mais tarde ou mais cedo.

#07 Brinca muito. A vida toda. Ver o mundo de forma pueril e divertida faz bem à alma. Canta, dança, suja-te, diz disparates, faz um strip ao teu namorado (mas só com uns 40 anos, antes não te dou permissão), não tenhas vergonha. Diverte-te, brinca, ri-te alto, bem alto.

#08 Ama. Ama muito, de coração cheio. Confia, entrega-te, desilude-te e volta a amar. Não há amores para vida, apesar de todos eles o serem. Todos eles te constroem, te acrescentam algo, mesmo que alguns só pareçam uma conta de subtracção.

#09 Muda. As vezes que forem precisas. Muda de casa, de trabalho, de opinião. Só assim se cresce, só assim se aprende. Não há nada mais digno do que humildemente recuar. Recuar para depois avançar, sem medo.

#10 Vai. Mesmo que isso me possa custar, vai, filha. Vai, vai viver, vai ser. Viaja, parte, recomeça. Aventura-te, arrisca, sê corajosa. No meu coração a palavra "regresso" vai estar gravada, mesmo que dele nunca partas.


Joana Paixão Brás

Até as princesas fazem cocó!

É por me ter rido quando vi este livro na FNAC que às vezes ainda penso que não tenho maturidade suficiente nem para ser mulher, quanto mais para ser mãe. O livro tem o óptimo propósito do desfralde com desenhos muito giros, é verdade.


A minha filha sai a mim e esta foi a cara dela quando leu o título do livro.



Sim. Até as princesas fazem cocó. Temo muito que ela ainda não tivesse pensado seriamente no assunto e, portanto, achei que fazia bem lembrar-lhe ou ensinar-lhe que toda a gente dispõe dum ânus e que tal serve para fazer poias. Se Deus quiser poias molinhas que as outras parece que temos a colecção inteira dos "Mineirais e Pedras Preciosas" dos anos 90  a sair-nos do esfíncter e não queremos. Eu não quero.

Irene: 

Vamos lá a ver do que se trata este belo livro que a minha mãe comprou por ser infantil já que eu nem estou ainda na fase do desfralde.


Ai que engraçado. Parece-me perfeito para babar isto tudo com a sopa de trampa que a minha mãe faz na Yammi. Ela julga que aquilo é um contentor e atira tudo lá para dentro, sem fazer separação. Como a mesma sopa todos os dias há um ano, caca de Mãe. Bem, vamos em frente. Não eu, que apesar de ter 11 meses gatinho como se tivesse sido alvejada na guerra. 


Olha e não é que está aqui algo que me faz lembrar da sopa da mãe? Serão poias? Ai... Queres ver? 


Mesmo que não queiras ver, aqui está. São mesmo poias. Afinal o livro tem o formato de uma retrete (sim, a mãe diz retrete e não sanita e o pai acha delicioso por ela parecer "da terrinha") e acharam giro por lá ou poias ou Kinders Surpresa.


São. Confirmado. São mesmo poias. Obrigada pelo livro, Mãe. Gostava de dizer que é um livro de merda, mas ainda não tenho idade para piadas tão cocós. 


Não precisamos de dia dos namorados para nada!

As maiores lições de vida às vezes aprendem-se nos testes ranhosos do Facebook. Sim, acabaste de ler isto. Nunca fui moça para prestar atenção a essas coisas, nem nas revistas quando era mais nova, mas isto de estar em casa todos os dias com a miúda faz com que até esses testes me pareçam divertidos. É mais ou menos a síndrome do tipo menos feio numa discoteca (mas que é horrível na mesma): mesmo sem álcool passa a parecer um tipo normal pelos outros parecerem vomitáveis. 

Isto tudo para dizer que sim, fiz um teste no Facebook. Era um teste para dizer, se não me engano, qual era a palavra que melhor me definia. E eu, em vez de perguntar a alguém que me conheça, não. Tive curiosidade para ver o que um teste engendrado por alguém que, provavelmente só percebe de informática, fez. 

Acho que a palavra foi guerreira. Aqui entre nós, adorei que fosse essa. Senti-me toda pumped up e cheia de forças. 

Bom... qual foi a lição de vida que aprendi? Uma das perguntas do teste era: "gosta de ser surpreendido?". E eu pensei: "Duh! Claro, quando são coisas boas!". 

Depois veio outra pergunta que era: "gosta de fazer surpresas?". E eu respondi que não. Não gosto. Não gosto porque ou dão trabalho ou não correm bem ou tenho medo que a pessoa não aprecie o suficiente e fico amuada. Qualquer coisa.

Não me pareceu justo gostar de surpresas e não as fazer. É normal que as pessoas não nos dêem se não lhes dermos também.  Não podemos esperar maçãs se não plantarmos uma árvore. Certo? Certo? 



Acho que devíamos dar mais miminhos aos nossos amores (maridos, namorados, o que for) e esquecermo-nos um bocado de nós. De que nós é que gostaríamos que eles nos convidassem para jantar fora, para passear, para um fim-de-semana romântico, etc. 

Nós somos as maiores, sabemos disso. Apesar de sermos nós as "mães" e as Mães é que sabem, eles passam por muito também. Basicamente, aturam-nos para caramba e o que nós conseguimos ser insuportáveis. Ui. Se conseguimos. E sabemos enquanto estamos a sê-lo. Sabemos tão bem, mas continuamos. Porque podemos. 

Era o que dizia um artigo qualquer aqui na net: "Ela vai descontar em você, mas porque não pode ralhar com o bebé". Eles levam por tabela. Claro que nunca vamos admitir que às vezes errámos (estou a brincar, vocês podem admitir à vontade), mas subtilmente podemos dar-lhes uns miminhos fora dos aniversários, dos dias dos namorados, etc. 

Que tal?

Se nos sabe tão bem, a eles também saberá. 

Se forem de comprar coisas, o meu marido reagiu muito bem ao Call of Duty para a PS4. 


Outra história: Por falar nisso do Call of Duty, nem estão bem a ver o que aconteceu. Comprei-o na FNAC. Trouxe-o para casa, ofereci-o ao Frederico e ele, quando o abriu, encontrou, em vez do cd original, um cd gravado e todo riscado do filme REC2. Wtf? Imaginem a minha cara quando pensei que tinha de ir lá trocar aquilo: "Ah, comprei agora este jogo e lá dentro tinha um cd gravado de um filme de terror espanhol!". Por acaso foi tranquilo (foi o Frederico trocar), mas acho que o empregado fez uma cara do género: "Erm... sim... claro...". 

*imagem We Heart It

2.22.2015

Sexo? Prefiro dormir!

Calma, não fui eu quem disse isto. E se fosse, também ninguém tinha nada a ver com isso.


Na já tão badalada grupeta privada que temos no Facebook (mamãs de março de 2014), fala-se de tudo. Um dos últimos temas foi sexo depois de se ser mãe.


(Pedi à Isabel para me ajudar aqui a manter o anonimato da publicação e a minha filha nunca me desilude.)

Neste criterioso e científico estudo com p'ra lá de 16 participações (upa upa), cerca de 90% das inquiridas confirma que prefere uma boa noite de sono a uma noite de sexo. As restantes 10% falam de barriguinha cheia (e pelas noites de sexo às tantas a expressão já é literal hehe) porque os filhos lhes dão umas belas noites. Cerca de 20% diz que vontade não lhes falta, mas que se sentem cansadas.


Ora bem, este já não é um assunto novo aqui no blogue. A Joana Gama deu, de forma humorística, dicas para recusar fazer sexo aqui (Dicas para fazer recusar sexo como uma mãe) e eu já falei no sexo depois do parto aqui (Sexo depois do parto?).

Agora algo que nunca aqui foi falado: eles. Eles, os maridos, os namorados, os pais das crianças, os companheiros, o que for. A pessoa com quem dividimos a vida e a cama.

(Voltei a pedir a colaboração da minha filha para preservar o anonimato desta mãe. hehe)

Muitas mães diziam o mesmo: que eles contavam as vezes, que se sentiam mal, mas que o cansaço muitas vezes vencia. Percebo que não seja fácil lidar com a situação e que para alguns casais este possa ser um motivo de afastamento e que a relação possa esmorecer. Quantas histórias já ouvimos de que a relação arrefece depois de sermos pais? Mas também não cola aquele discurso machista, como se a mulher tivesse de estar à disposição do seu amo e senhor, do "ah! mas ela não lhe deu o que ele precisava, foi procurar fora" ou "se eles não têm em casa, mijam fora do penico". Se isso acontece nesta fase de grandes transformações das nossas vidas, então não me parece que ele seja O homem da nossa vida. 

Mães que têm preferido uma noite de sono (ou umas horas) a fazer amor, já perceberam, não estão sozinhas. Façam, todas juntas, umas rezas e esperem que isto passe (ou façam por isso, se for o caso, porque às vezes o segredo está em (re)começar).

Mães que andam a ter uma vida sexual mais activa que a do Redtube, dicas para as outras mães, ófaxavor.


Vá, tambem podem comentar este texto como anónimas, não se apoquentem.

Afinal havia outra (#09) - Martim

O teu primeiro toque em mim, embora leve e tímido, representou o maior dos terramotos, o mais impactante e estrondoso tsunami. Foi um toque de vida, de dar vida e receber ainda mais de volta. Ninguém está completamente preparado para a responsabilidade de, apenas para todo o sempre, ter a preocupação com lugar cativo no coração, ter o sono mais leve que um balão e, lançar a sua imagem para segundo plano, em todas as decisões, em tudo o que respeita a este mundo.

Nada continua igual e ainda bem, ser mãe é difícil  mas é o difícil mais feliz. O teu toque é, não digo mágico, porque isso é demasiado esotérico e tu és tão real. O teu toque tem uma base de bondade e um efeito reparador em todos os meus poros. Por ti e graças a ti a minha existência é mais atenta, mais generosa, mais ambiciosa e lutadora.

Não consigo prever o futuro como cobiço, e nisto de ser mãe o futuro pode trazer angústia, medo do desconhecido e a vontade avassaladora de te proteger. Nos meus sonhos entoamos sempre em uníssono, a simbiose perfeita como já fomos outrora. Tu cresces a olhos vistos e o teu toque será cada vez menos frequente, sou egoísta em sofrer com a tua liberdade.

A ideia de saber que um dia não serás somente meu, que não estarei a amparar as tuas quedas, que não partilharemos o mesmo ar e o que o papel principal irá fugir-me entre os dedos é tenebrosa. Dou-te tudo de mim e isso implica perder parte de mim, essa estará sempre contigo, nos caminhos que percorreres, nas decisões que tomares, nos valores que escolheres e nas conquistas que alcançares. Não me percas pois eu, no nosso ninho, permanecerei até ao último suspiro.

Lénia Freitas
mãe do Martim