Adorei estar grávida. Foi, a seguir a ter a minha filha nos braços - e os 17 meses que se seguiram -, a melhor fase na minha vida. Senti-me bem, radiosa, apaparicada. Tive sorte, também.
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Grávida de 37 semanas |
O que correu muito bem:
- Trabalhei quase até ao fim (37 semanas e alguns dias), tive a Isabel nem duas semanas depois, o que significa que não foi uma gravidez de risco, que tive energia e que estive distraída (não me lembro de sentir aquela fase da espera e do cansaço de estar em casa sem fazer nada e a pensar nas dores nas costas e não sei quê).
- Comi um pouco de tudo (tirando as saladas fora de casa), tive alguns cuidados mas sem exagero, não tive grandes desejos e não engordei muito (10kgs).
- Não sei o que é azia (acho que só tive um dia e nem tenho a certeza se era bem aquilo).
- Não sofri de medos do parto. Nunca tive medo, apenas muita curiosidade, ao ponto de ter visto uns 30 vídeos de partos no Youtube.
- Não ganhei estrias (a não ser duas ou três nas mamas, onde já tinha algumas, aliás).
- Fiquei com mamas. Finalmente (mas foi sol de pouca dura! Buáaaaaaaa!!!).
- Fiquei com um óptimo cabelo, uma pele bastante razoável (durou pouco tempo também, um e outro).
- Andei muito bem-disposta, divertida, sentia-me sexy, feliz e cheia de pica para passar a ferro, decorar o quarto, trabalhar, fazer amor, etc e tal.
- Não fiquei com pés inchados (estava cheia de medo, porque já calço o 41...) e sempre me consegui mexer bem, sem afrontamentos e coisas do género.
- Vem por último, mas encabeça tudo: senti-la. Inexplicável. Mesmo quando me dava porrada. Eu gostava!
Ouvi-la, nas ecografias. Vê-la. Imaginá-la. Amá-la desde o primeiro minuto.
O que detestei:
- Enjoei muito nos quatro primeiros meses (quer dizer, nas 6 primeiras semanas, não), ao ponto de ter de sair disparada de uma sala para ir vomitar no caixote de lixo mais próximo. Mesmo com Nausefes no bucho. // PARTE BOA: Não ganhei peso nos primeiros meses (o que foi bom para ganhar créditos até ao fim da gravidez).
- Um episódio de perda de sangue, em que chorei baba e ranho a caminho do hospital, a pensar que o pior tinha acontecido. // PARTE BOA: Ouvir o coraçãozinho da formiga mais uma vez e amá-la ainda mais.
- Um episódio de descarga eléctrica horrível no rabo/perna/cóccix, em que me ia partindo toda e podia ter corrido mal. // PARTE BOA: Passou.
- Quando a médica me disse que muito provavelmente teria de ser cesariana, pela posição da Isabel. Chorei, porque não estava à espera e sempre tinha sonhado com um parto natural. // PARTE BOA: Falei com muita gente (histórias lindas e muitos finais felizes), li muito, preparei-me e já estava mentalizada e calma com a situação. // PARTE BOA, MAS BOA: Não foi necessário.
- Ter tido um sono inexplicável no primeiro trimestre, ao ponto de ter adormecido uma vez em frente ao computador. // PARTE BOA: Dormi muito, muito, muito. Nem me lembro bem dessas férias de verão, acho que não fiz outra coisa além de dormir e vomitar.
- Ficar com a memória de um peixe (bem dizem que ficamos um bocado lelés e comigo confirmou-se. A minha memória, que já não era grande coisa, foi pelo cano abaixo). // PARTE BOA: Não há.
- Fazer aquele teste da glicose. O horror. O drama. O vómito. // PARTE BOA: Foram só duas horas e picos.
Assim de repente é disto que me lembro. E vocês, grávidas e ex-grávidas, o que me contam?