1.09.2017

A minha família basta-me.

Desde que tenho bonecas que sinto apelo maternal. Sempre soube que queria ser mãe. Dava nome aos bonecos e brincava com eles com todos os passos supostos, era preciosista. Dormia com eles, dava-lhes banho, dava-lhes colo, levava aquilo muito a sério. Brinquei até tarde.

Na faculdade, já sentia o relógio biológico a fazer tic tac. Acabei por pôr a carreira à frente, depois quis aproveitar alguns anos de namoro, a dois, e o meu sonho cumpriu-se aos 27 anos. Depressa soube que queria ter mais filhos. Agora tenho duas e sinto-me realizada. Não sei se sempre será assim, se sentirei o apelo mais alguma fez (se sentiremos, deixem-me usar o plural), se fará sentido daqui a uns anos aumentar a família. Para já, não digo que sim nem que não. O mais provável é que não. A ser sim, só por descuido ou daqui a muitos anos.
Esta é a minha família. E ela basta-me. Ver a Luísa, cujo corpo é fogo de artifício e tambores assim que vê o pai, completamente apaixonada. Ver a Isabel a acordar e a perguntar se a mana já acordou. Ver-me a conseguir dar colo às duas, valham-me as minhas cruzes, e a tentar gerir tudo o melhor que sei, valha-me a minha sanidade e o meu coração.

Ainda não faço malabarismos arriscados, ainda não me sinto capaz de cuspir fogo enquanto faço um mortal encarpado, mas já consigo não chorar quando o número de circo não corre como sonhei. Já relativizo. Pus na cabeça que vai melhorar, que vai ser menos difícil, que as dinâmicas e as rotinas vão passar a fazer parte, de forma natural, das nossas vidas.

Ainda não arranjei grande solução para as crises da Isabel, naturais da idade e do impacto de ter um irmão a roubar-lhe algum protagonismo, nem sei bem ainda o que fazer quando está a chover e tenho de por as duas no carro sem que se molhem, e por aí fora. Mas, um dia, tudo se fará e não serão uns pingos de água que me vão amedrontar.

Por enquanto, gozo a Luísa ao máximo, aproveito esta fase maravilhosa da Isabel, que me faz soltar gargalhadas e conjugo tudo o melhor que consigo.

Amo esta minha família. Adoro ser mãe. E tenho a agradecer, todos os dias, este privilégio.



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o Pai também sabe - Miguel Costa

Miguel Costa

Nome: Miguel Costa
Alcunha: R: Rolha 
Filhos: 2, Luísa de 4 anos e Teresa de 2. 


Olá Miguel, não pretendemos de todo fazer uma espécie de Alta Definição, até porque a outra Joana cá da casa e o marido dela não me deixariam plagiar a onda (são da equipa), porém queremos saber mais sobre ti no papel de pai e vou ser intrometida, ok? Vá, que já te vi algumas vezes "por aí" e sei que até és porreirito! :)


1 - Fechou-se a loja ou ainda vem mais uma filhota? 

R: Ainda não sabemos! eheheheh… Nada foi planeado, nem as nossas filhas. Foram desejadas e a vontade em sermos pais sempre existiu, mas o segredo é não planear… O segredo é não planear mas ao mesmo tempo planeamos, no sentido de organizarmos o nosso tempo e a nossa disponibilidade financeira. Não queremos mais filhos só porque sim, para termos mais filhos temos de ter a certeza que teremos condições para isso. A ideia não está posta de parte :)

2 - Eram duas raparigas que querias ter? 

R: Nunca tive preferência. Rapazes ou raparigas, seriam sempre bem-vindos(as). Se tivermos mais filhos pode ser mais uma rapariga. Aliás, confesso que aproveitamos muita coisa da Luisinha para a Teresinha, por serem duas raparigas. Roupas, etc...

3 - Os nomes foram escolhidos por serem bonitos ou existe alguma história por detrás? 

R: Por gostarmos muito dos nomes. Por acaso, a minha mãe chama-se Luisa e a mãe da Joana chama-se Teresa, mas foi mesmo por serem nomes bonitos! No dia em que as avós lerem isto, vai ser complicado, mas é a verdade. 

4 - Qual foi o teu papel nos primeiros meses de cada uma? O que é te calhou na rifa? 

R: Sempre quisemos fazer tudo os dois, eu e a Joana. Não há o pai que ajuda a mãe: há o pai e a mãe que cuidam dos filhos. É por aí. Agora, infelizmente, não tenho o dom de gerar um bebé dentro de mim e transportá-lo durante 9 meses na barriga, mas gostava. Até para aliviar o desgaste da minha mulher, porque pode ser um privilégio, mas é também uma tareia. Voltando à vossa pergunta, sempre fizemos tudo os dois. Mas acho que a Joana é a melhor mãe do Mundo e acho que fez ainda mais e melhor que eu.



5 - Que mudanças notaste na tua mulher desde que passou a ser mãe? 

R: Muda tudo, nela e em mim. Muda para melhor, porque as nossas filhas nunca vieram para tentar segurar uma relação. Antes pelo contrário, vieram porque a relação é excelente. Não é perfeita, atenção… mas é excelente. O que mudou na minha mulher? Os instintos maternais revelaram-se da melhor maneira. O tempo não se multiplica logo, se as nossas filhas exigem bastante tempo, sobra menos tempo para o resto: vida social, desporto... Por outro lado acho que passamos a organizar melhor o tempo e a aproveita-lo melhor. Até porque os programas a dois continuam a ser muito importantes. São em menos número, mas aproveitamo-los bem.

6 - Sentes falta de alguma coisa da tua vida anterior a teres filhos? 

R: Não. Porque sempre quis ser pai. Estou a viver uma fase diferente e nova para mim, logo é algo que me deixa muito feliz. Mas, pensando bem, sinto falta de dormir, às vezes, e alguns programas com amigos. Mas o que veio é diferente, é único, e é o melhor que já senti: o amor pelas minhas filhas. 

7 - Aproveitas as tuas acting skills para levares a tua avante com as traquinas? 

R: Às vezes, a contar histórias para as convencer a comer a sopa toda. Ou para as distrair, no bom sentido, quando por algum motivo estão com uma birra, ou doentes. E confesso que me custa as vezes ser mais firme, tenho de vestir a pele de um personagem, mas acredito que é tudo para o bem delas.

8 - Achas que, por serem miúdas, sentes uma preocupação acrescida em protegê-las? 

R: Boa pergunta. Sinceramente não sei porque não tenho rapazes. Teria de ter um termo de comparação. Mas acho que sim, porque a mulher é mais sensível, mais delicada (são elogios) e tenho esse comportamento mais protector porque sou mesmo muito protector. Sou muito atento ao que se passa com elas. Mas nunca as inibi de viverem, calma! Andam na escola desde pequeninas, com menos de um ano, logo interagem com outras crianças desde sempre, com outros adultos. Vão a festas com outros miúdos, tentamos que vivam muito ao ar livre, praia, campo, bicicleta, etc. Mas são as meninas do papá e serão sempre. :)



9 - Tens liberdade para seres tu a escolher-lhes as roupas? E corre bem? Não na tua opinião, mas na da mãe? ;)

R: Acho que temos gostos parecidos, mas a decisão da mãe prevalece, quase sempre. Eu gosto de escolher roupas para elas, mas como me identifico muito com o gosto da Joana, não me custa que a decisão que prevaleça seja a dela. Há vezes em que eu decido só por mim. :) Mas há coisas que eu tenho de aperfeiçoar a vestir as minhas filhas: collants, por exemplo. Sou terrível a vestir collants às minhas filhas, demoro horas e ficam muitas vezes todos tortos…!

10 - Depois das duas gravidezes a que assististe, estar grávido parece-te um estado de graça ou de desgraça?

R: Acho que já respondi em cima. Para mim é as duas coisas: um privilégio por um lado, e uma tareia pelo outro. A capacidade de gerar um ser dentro de si, é um sinal que o sexo feminino é claramente o mais forte e eu vivo muito bem com isso, mas ao mesmo tempo as alterações hormonais, o peso, dói tudo, as costas, as pernas.

11 - Quais são as três principais características de cada uma das tuas filhas neste momento? 

R: De cada uma, porque são muito diferentes. A Luisinha é delicada, muito feminina, muito criativa. A Teresinha é um furacão, é transgressora, desafiadora, mas ao mesmo tempo muito querida e comunicativa.

12 - O que sonhas para elas?

R: O melhor que há na vida. Que tenham muita saúde, que sejam muito felizes, que tenham sempre a sua volta pessoas que lhes queiram bem. Desejo o melhor que há para elas! O melhor! E no que depender de mim, espero dar-lhes sempre isso: o melhor.



13 - O que gostarias de dizer a todas as mães grávidas que nos estão a ler? 

R: Que não stressem, que os filhos são o melhor que temos, que nunca irão sentir um amor tão forte por nada nem ninguém, que são muito mais fortes que nós homens porque aguentam esses 9 meses!

14 - E às mães no geral?

R: Que temos muita sorte em sermos pais, mães e pais. É um privilégio sem igual.

15 - E a mim? 

R: O que dizem os teus olhos? Ahahahah…não, não, não vou por aí, apesar de gostar muito do trabalho do Daniel Oliveira. Gostava de te agradecer esta excelente entrevista, foi muito boa mesmo, e que desejo-vos um grande ano, um anão, como costuma desejar o meu amigo David Almeida (dos meus melhores amigos).

16 - Vá, é a nossa "o que dizem os teus olhos": a mãe é que sabe? 

R: É, a mãe é que sabe, mas eu também sei qualquer coisinha, o que é bom porque nos complementamos, não competimos.



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1.08.2017

Vamos mudar de escola. Está decidido.

Foi uma decisão que muito nos custou. 

Não é de ânimo leve que se fazem mudanças tão grandes. Ainda para mais aquelas que significam que tudo "deu para o torto" e que têm uma influência tão grande no crescimento da Irene. 

Lembro-me quando andei a visitar escolas com o Frederico no ano passado, estar a dar em doida por sentir que não tinha grandes critérios, parecia não ter "conhecimento de causa" e, por isso, sentir-me perdida. Tivesse eu encontrado, por exemplo, este artigo que me deram a conhecer no outro dia (obrigada, Ana). 

Fomos a imensas escolas, a maior parte delas tinha algo negativo perfeitamente incontornável para ambos: condições que deixavam a desejar, crianças com aspecto pouco feliz (não vos sei explicar mais do que isso) ou sítios onde parecia que o caos imperava (não o caos infantil - que acho positivo e expectável - mas institucional). 

De todas as que vimos, gostei imenso de uma onde senti que tinha criado uma ligação especial com a coordenadora pedagógica. Tinham imensas "mariquices" (senti isto assim e esse foi o meu erro, já tento explicar) que me agradavam, nomeadamente uma atenção virada para o desenvolvimento emocional da criança, com actividades em prática para tal - não sendo apenas uma coisa escrita ali no site e pronto. Tinham meditação de manhã, trabalho frequente com uma psicóloga (acho eu) que lhes apresentava as emoções e ferramentas, música à hora de almoço, etc. Faltava um bom espaço exterior. De todas as que vi, parecia-me perfeita. A partir daí nem liguei muito às seguintes. 

Uma das seguintes foi para onde foi a Irene. Quando entrei senti um frio grande na instituição. Senti uma organização extrema e disciplina, mas não senti aquele colinho que queria encontrar e que me deixaria mais descansada quando entregasse a minha filha. Lá tinha eu deixado a escola que estava dentro de uma quinta com animais para trás por visitar porque me tinham dito que não tinha bom aquecimento (apesar de não ser a que mais gostei, essa sempre me deixou com água na boca). 

Não me pareceu nada de tremendamente mal. A alimentação deixou-me triste em praticamente todas as escolas, ainda para mais nos casos em que diziam que as ementas eram supervisionadas por pediatras e ou nutricionistas. Pensei que teria de ceder nalgumas coisas e cedi. Além de que, quanto mais investigamos cada escola, mais feedback negativo aparece e acabou por acontecer isso com a minha preferida. Tinham saído de lá uma ou duas turmas para a escola que acabou por ser a da Irene. Engoli uns 30 sapos e porque "temos gente conhecida que tem lá os filhos e adora" e porque parece bem (ou porque "não parece assim tão mal e talvez eu esteja a ser maricas") lá ficou.

Fiz mal. O que eu queria, as coisas que eu procurava e que acabei por achar que eram "mariquices" de toda a gente me dizer que sim, eram realmente as coisas que eu achava mais importantes para a minha filha. Reparei agora à procura de uma nova escola para a minha filha em que, há mais frio, mas em que existem 1000 outras coisas pequeninas que me deixaram feliz, radiante, aliviada e expectante em relação ao futuro, ao crescimento dela. Senti que havia uma continuidade do nosso trabalho em casa e que não teríamos de estar constantemente a desdizer as coisas que eram feitas na escola ou de dizer "isso fazes na escola, aqui não". Tem de haver coerência. 

Quando dizem para ouvirmos o nosso "instinto", acho que é isto: fincarmos pé, especialmente connosco próprias e de não nos contentarmos com menos. Não acharmos que queremos demais. 

Como diz uma amiga minha da antiga escola da Irene (por quem estou muito apaixonada, digo já aqui ahah) "não vais encontrar a escola perfeita, é sempre preciso trabalho". Acredito que sim. Porém, uma coisa é o ADN da escola e temos mesmo de encontrar uma escola que vá ao encontro com os nossos princípios até para não ser frustrante para ambas as partes. Não digo que esta escola fosse má, há de ser excelente até porque essa minha amiga ama lá estar e tem lá os seus 59 filhos. Não é o que quero para a Irene. 

Quero amor, compreensão, empatia, escuta, conversa, cuidado, consciência, calma, respeito, jardim. Quero abraços espontâneos, explicações com vontade, ferramentas variadas e atenção. 

Quero muita coisa e, por isso, não me vou contentar com metade. Mesmo que custe ter que o explicar, mesmo que custe ter que mudar, mesmo que custe. 

"Para melhor, muda-se sempre". 

Acho que foi o que aconteceu. Sou das pessoas mais sensíveis que irão conhecer, é um facto. E este assunto é dos mais importantes para mim, é outro facto. Quando assisti ao que se passava nesta nova escola e que tudo, além de coerente, transpirava amor, senti que a minha vida tinha começado ali. 

Mudamos a Irene de escola principalmente porque já não vamos morar lá para o pé como tínhamos pensado (num futuro próximo), mas há males que vêm por bem. Estamos os três muito mais felizes, descansados e orgulhosos. 



Esta situação, apesar de desnecessária, também ajudou a que algumas das pessoas que achavam que os meus quereres eram "mariquices" (eu incluída) percebessem a importância de pequenas coisas como respeitar o ritmo de cada criança ou sua sensibilidade. 

Não parem de procurar. O que vocês querem é importante. 


Os putos estão a dormir? Ainda não fizeram tudo na sanita? Então leiam mais isto: 

Mais sobre a mudança de escola da Irene aqui

Quais eram os nossos planos aqui

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Isto também vos deixa tristes?

Desculpem. Não queria contribuir com algo negativo para o vosso fim-de-semana. Porém, como é mesmo a reflexão que ando a fazer desde há um dia ou dois, não consigo evitar. 


Cada vez julgo menos as mães. É injusto falar "à boca cheia" quando não conheço o contexto. A única coisa que gostaria é que todas nós conseguíssemos ter vontade de ganhar novas ferramentas para, quando chega o momento em que já não conseguimos pensar, conseguirmos optar. Optar por algo mais oportuno para ambas as partes, com menores danos (visíveis ou invisíveis) e com menos culpa e maior eficácia (mesmo que a médio/longo prazo). 

*We heart it 

Estou em vários grupos no Facebook (hoje mais uns 16 graças à Jhuaninha, ahah) e num deles - onde sinto que as mulheres são mesmo muito cruas e onde se criou um espaço de partilha sem cerimónias - fala-se de sexo, traições, inseguranças e até já houve uma menina que eu muito admirei que publicou algo a dizer que se sentia sozinha e que precisava de amigas. 

No meio de tanta partilha (umas que me fazem lembrar aquelas coisas que circulavam por mail nos anos 90 ou assim), encontrei um post que me deixou triste e que me deu vontade de refletir. Por motivos óbvios não digo o grupo, nem vou referir os nomes das participantes. Grupo fechado é fechado e é para respeitar. 

Houve uma rapariga disse "Digam uma frase que a vossa mãe dizia e que mais vos marcou a infância.". Já vai em mais de 600 comentários até ao momento da escrita deste post. Vou transcrever alguns (a mim também me deu vontade de rir de vez em quando na primeira leitura, confesso, mas depois deu-me mais para pensar): 

Nota: estou a seleccionar as mais comuns e as que mais me deixaram triste

"As meninas feias têm de ser simpáticas!"

"Engole o choro!"

"Nem mais um pio!"

"Quando chegar o teu pai vais ver!"

"Já chega de chorar, senão ponho-te a chorar com vontade!"

"Levas uma lamparina que até andas de lado!"

"Para de rir, para, olha que apanhas mais!"

"Se for aí e encontrar levas com ele na cara!"

"Viro-te a cara para onde tens o cú!"

"Vou-te partir o focinho!"

"O primeiro a chorar, leva!"

"Diz a verdade que a mãe não te bate... Pumba!"

Já sei que nem todas pensamos da mesma maneira e que muitas de nós pensam que "uma palmada na hora certa, blá blá". Porém, acho que quando tivermos uns minutos (ou presas no trânsito ou naqueles dias em que podemos ficar mais um minuto ou dois na sanita) podíamos pensar se isto tem tanta graça assim como poderá parecer à primeira vista. O que sentirá a criança em cada uma destas situações (que obviamente, depois de ditas 50 mil vezes, já não devem "furar" mais do que já está "furado")? E o que isto quer dizer de cada mãe em cada situação? 

Ser perfeito é impossível, mas nada nos impede de irmos crescendo também à medida que eles vão crescendo. Aprendi qualquer coisa com este post e queria que vocês também vissem algo especial como eu e que vos ajudasse a pensar, caso achem que precisem. Isto de tentar melhorar diariamente, reconhecendo os nossos erros acaba por ser um desafio engraçado e produtivo. Vemos os resultados diante de nós. É gratificante também. Talvez não seja no próprio dia, mas já não somos nós crianças de querer tudo logo na altura, não é? :) 

Gostei muito de um livro que me ajudou a ganhar algumas ferramentas para contornar (até agora) situações mais complicadas: é este. 


E "oiçam", não sou nenhuma expert, não sou a melhor mãe do mundo, hoje tive duas ou três situações delicadas com a Irene em que estive muito perto de me passar. Numa até me passei um pouco mais do que queria, mas amanhã é um novo dia e estou a fazer tudo o que posso.

Nota2: Às meninas do fabuloso grupo, não duvido que as vossas mães sejam maravilhosas e que tenham dado mundos e fundos para que vocês se tenham tornado nas mulheres que são hoje. O que é importante agora, poderá não ter sido o que era importante na altura e, mais uma vez, não julgo. Quero só propor que façamos melhor. Talvez, se elas fossem mães de crianças nesta altura, também tentariam fazê-lo. :) Ou, se calhar não e vocês virem-me a cara para onde tenho o cú. 


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a Mãe dá - Bilhetes para o Gato das Botas

Talvez não se lembrem de que a Irene foi ao teatro com a escola. Nunca tinha ido e, de repente, estava aqui uma oportunidade para ir numa carrinha com os seus amigos e educadora e conhecer a história do Gato das Botas. 

Tive algum receio de que tivesse medo por causa do escuro, música muito alta, maus, etc, mas não. Antes pelo contrário: desde que foi ainda não parou de dizer que quer ir outra vez! 

Achamos que deviam experimentar e, por isso, estamos a oferecer no nosso instagram 2 bilhetes duplos para dia 21 de Janeiro às 15h na Casa do Artista, em Lisboa. 

2 bilhetes duplos, 4 bilhetes, portanto!






Mais infos sobre O Gato das Botas aqui.

1.05.2017

Afinal Havia Outra - Juramento de Mãe



Meus filhos,

Prometo solenemente consagrar a minha vida ao vosso serviço – mas não abusem. Atempadamente ensinar-vos-ei a cozinhar, limpar, passar a ferro e preparar umas torradinhas com leite quente para o vosso querido pai, que já sabemos que não dorme direito sem a sua preciosa torrada.

Darei aos meus pais o respeito e conhecimento que lhes são devidos – porque agora tenho um filho com o meu feitio exato e não é fácil gerir tanta energia e actividade. Benditos paizinhos que eu tenho.
  
Exercerei a minha arte com consciência e dignidade – porque tomar conta de vocês dois e manter-vos limpinhos, cheirosos, bem alimentados e educados é uma verdadeira arte.

A saúde dos meus filhos será a minha primeira preocupação – e por isso já somos conhecidos no atendimento urgente pediátrico do Hospital. Porque uma unha encravada também é motivo de preocupação.

Mesmo após a vossa adolescência respeitarei os segredos que me tiverem confiado – e prometo nunca contar às vossas namoradas as vezes que vierem a fazer xixi na cama.
 
Manterei por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão de mãe – os cabelos despenteados, o vício do café, as raízes por pintar, as unhas por fazer,...

As outras mães serão minhas irmãs – Sai um “Amén, sister!” para todas as mães que tentam domar as mini feras nos espaços públicos sem causar uma cena.
 
Não permitirei que quaisquer considerações alheias mal intencionadas se interponham entre o meu dever e os meus filhos.

Guardarei respeito absoluto pela vossa Vida desde o seu início, mesmo sob ameaça e farei uso dos meus conhecimentos para vos educar livres e felizes.

Faço estas promessas solenemente, livremente e sob a minha honra de MÃE.




A Rita Ferreira Bastos tem 28 anos, é do Porto e é mãe do Dinis (3 anos) e do Duarte (7 meses). 

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1.04.2017

É tudo uma farsa!

Achei que não me iria interessar por festas de aniversário com alguma organização, decoração e preocupações, porque neste tipo de coisas mais desnecessárias prefiro simplificar. Porém, no ano passado, quando fui à festa de uma colega minha do trabalho, não pude deixar de reservar aquele espaço enorme que, além de ter imensa relva para as crianças correrem, ainda têm uma tenda tipo "casamento" caso chova. Visto que a Irene faz anos em Março, é arriscado pensar numa festa só "no exterior". 

Olhei para aquilo e pensei: a ver se não deixo tudo para a última da hora para sair uma coisa bem feita. O tempo foi passando e enviei menos de uma dúzia de e-mails e "já é Janeiro". Lembrei-me que talvez a Joana Paixão Brás quisesse juntar festas já que as miúdas fazem anos com 3 ou 4 dias de diferença (oh amor, troco-me sempre toda, desculpa). 

Ela disse que sim, mas depois veio a chapada. 

"Não quero ter trabalho nenhum. Quero só chegar e desfrutar da festa". 

Vamos lá a ver se entendemos aqui uma coisa: a menina pode ser muito querida e chegar ao coração de muita gente, mas não lhe pedi para fazer uma presença. Se a convidei foi porque achei que, de alguma forma, iria também ajudar a organizar as coisas visto ser algo que você adora anunciar ao mundo: "ai, 'migas, adoro organizar eventos e decorações e sessões e cupcakes e merdas, mas quando chega a altura de ter que o fazer, até a Joana Gama serve para safar". 

Transcrição de conversa no Whatsapp: 
(já não tenho a conversa, pelo que poderá não estar 100% fiel)

JPB: Ai adoro folhos e golas.

JG: Pois adoras. Olha, queres fazer a festa em conjunto? 

JPB: Das miúdas? Ai, adoro. Vou já ver que bandeirolas pôr e arranjar maneira de termos algumas loiças giras, coisa descontraída que é o que se quer. 

JG: Boa, gosto de ver que estás entusiasmada!

JPB:  Olha, afinal não. Este ano não quero trabalho nenhum. Faz tu tudo.

JG: O quê? Como assim? Hã? Mas eu convido-te e não me serves para nada? Tens noção que vou pôr imensos garrafões de água em cima das mesas [ela odeia], croquetes partidos ao meio para parecerem mais, guardanapos daqueles da casa de banho das empresas e reciclados e toalhas de plástico com alguns galos de Barcelos, alguns já meio gastos.

JPB: Parece-me muito giro! Adoro o conceito! Força, tu consegues!

JG: Joana!!! Vou lá deixar cinzeiros com beatas de outra festa!

JPB: Wow! Que criativa! Estou contente por ti, Joana!

E é esta a sacaninha com a qual lido diariamente e que vos vende ideias do género: "ai, as mães têm de ser amigas umas para as outras, #tamojuntas, o que conta é o interior..". A verdade nua e crua é esta. 

Posto isto... quem me ajuda com a festa da Irene? 

As minhas ideias: 

- Quero um catering super saudável ao máximo. Pelo menos 70% dos comes e bebes gostaria que fossem sem açúcares, sem coisas processadas, etc. 

- Também tem de haver coisas para as pessoas "normais", claro. 

- O tema é, claro, Patrulha Pata. 

- Queremos música, mas direccionada mais para os pais do que para as mães. 

- Gostaria que alguém me ajudasse na decoração da cena porque senão atiro para lá uma colcha do gato preto e digo a todos que é algo minimalista. 


Ah, entretanto, a sacaninha que afinal está cheia de tempo que até faz printscreens de conversas já me enviou a verdadeira conversa. Não está muito longe da original. 







Adicionar legenda



A minha beta falhou-me! Help! Dicas! A festa será em Carcavelos, São Domingos de Rana.

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As Prendas de Natal da Irene (#02)

Esta teve mesmo que ser. Estava à espera de ter um debaixo da árvore, mas por circunstâncias várias não chegou a acontecer. E, então, dia 26, quando fui ao ginásio de manhã, aproveitei para dar um salto ao centro comercial e não resisti: comprei-lhe a malinha de médico da Imaginarium. 

Surpreendentemente, apesar de algumas más experiências com médicos (na óptima da Irene, claro), ela continua muito interessada por tudo o que tenha que ver com esse mudo. Ajuda imenso na altura de lhe dar medicamentos. É ela quem dá comprimidos ao pai, quando ele precisa e me lembra de tomar "a vitamina" de manhã. Tenho de a pôr a lembrar-me de tomar a pílula - não me posso esquecer. Já me esqueci. Que chatice. 

O estetoscópio era a única prenda que a Irene tinha pedido no Natal e eu tinha-lhe prometido. Além disso ainda recebeu um penso, uma seringa (espero que ajude depois nas vacinas), caixas de comprimidos, termómetro, instrumento para ver os canais auditivos e umas quantas mais coisas (tudo para criança, não lhe dei isto a sério haha). Já tenho máscara de Carnaval, a juntar à bata deste post

Apresento-vos (novamente) a Dra. Necas! 









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Os putos estão a dormir? Ainda não fizeram tudo na sanita? Então leiam mais isto: 


- Não quero que a minha filha seja médica

- "Mais um jogo, mãe!"

- Que doçura 

Sabem qual é a palavra mais bonita de sempre?

Achavam que eu ia dizer "mãe", não era? Errado. É "pai". Experimentem ter uma filha maeaólica e, depois de uns dias de férias com pai, começa a chamar por ele às vezes! Noites incluídas! Se não é o som mai lindo do universo! :)


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1.03.2017

A Luísa tem um andador

Na altura da Isabel andei indecisa se lhe comprava ou não um andador. Ela não era muito de espreguiçadeira e às vezes queria tê-la entretida enquanto tinha de dar um jeitinho à casa, fazer o jantar ou tomar um banho. A pediatra disse que, como em quase tudo, usado com moderação não lhe faria mal, sempre com a casa preparada para tal, os cuidados devidos, e estando sempre de olho. Acabei por não comprar na altura. 

Desta vez, a Luísa tem um e adora! Não pretendo que aprenda a andar ali, longe disso. Encaro-o como uma voltinha no carrossel, uma forma de se divertir um bocadinho, enquanto faço um xixi, enquanto faço a cama ou enquanto lhe preparo o almoço (que, já agora, é feito de pedaços de comida cozinhados: brócolos, batata doce, cenoura... aderimos ao Baby Led Weaning, depois conto-vos melhor a experiência). Há dias em que faz parte da faxina comigo na mochila (Boba 4G ou Ergobaby), há bocadinhos em que fica no parque, há momentos na cadeira da papa, outros no tapete sentada, a rebolar e a arrastar-se - vamos variando ao máximo.

Ela gosta muito de dar saltinhos (este modelo, o Kamino, tem uma posição com molas) e meter a música a tocar e foi essencialmente isso que me seduziu. Gostei também do facto de ser possível retirar o assento, quando estiverem na fase dos primeiros passos, e de serem eles a andar e a empurrar o andador (tem umas pegas para isso). Achei-o estável, base sólida e larga e tem umas almofadas antiderrapantes e um redutor de velocidade, que trava quando se aproxima de escadas (que é o maior medo das mães quando pensam em andarilhos). De resto, os cuidados que tivemos a nível de segurança são os mesmos de quando começam a andar: ver tudo o que possa estar ao alcance deles, destralhar a casa, ver se há fichas e cabos no chão etc, etc.






Podem ler também:
Obrigada 2016, foste um bom ano
Este ano quero...


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