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9.29.2019

Não senti nada pela minha filha quando nasceu.

Bem, tal como algumas vocês dizem (às vezes de maneiras menos charmosas): "vamos por as mamas da Joana Paixão Brás" de parte. Só durante um bocadinho. Ainda que, com aquele aconchego, suspeito eu que nunca tenham estado tão juntas.


Bom, falemos de coisas mais... coiso. 

É bem polémico este título, mas não deixa de ser verdade. Quando a Irene nasceu, houve algo em mim que pareceu não funcionar. Pelo menos de acordo com aquilo que eu esperava e tinha visto nos anúncios de televisão ou que as outras mulheres me tinham contado. Será expectável? Terá sido consequência de um parto atribulado? Ou apenas o desenrolar previsível de alguém que estava aterrorizada com a experiência de ser mãe? Seja como for, há coisas que todas nós podemos tentar garantir para termos partos melhores. Ouvindo os relatos umas das outras talvez nos dê mais ideias daquilo do qual nos podemos tentar proteger e até sugerir. 

Este foi o post que escrevi em Dezembro de 2014 que reuniu muitos comentários de mães que passaram pelo mesmo. Somos muitas: https://bit.ly/2mKIANj








Podem seguir-nos no instagram em www.instagram.com/amaeequesabe.pt




Um podcast que podem ouvir no Spotify, Soundcloud, Anchor FM e Apple Podcasts. ;)



E ainda uma iniciativa para a qual convidamos marcas parceiras. O "a Mãe é que sabe ajudar". A Joana e eu vamos a casa das mães vencedoras dar uma mão naquilo que precisem e também levamos ajudas preciosas. Quem nos queira contactar, poderá fazer através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com. 


5.01.2019

Não tenho saudades de amamentar

É uma das coisas por que eu não esperava. Se tenho saudades de estar grávida, se tenho saudades de ter um bebé pequenino, talvez fosse expectável que tivesse saudades de amamentar. Eu que gostei tanto de o fazer, principalmente na segunda leva. Mas não. Nenhumas. Tenho saudades de ter um bebé coladinho a mim só a fazer aqueles esgares e com aquele cheirinho e aquela pele de seda, mas de amamentar propriamente não.

É como se tivesse tido a sua fase, que foi boa para ambas mas que no fim já me estava a começar a causar uma certa... (como dizer isto sem parecer brusco mas sem falinhas mansas?) aversão. É isto mesmo, vou chamar os bois pelos nomes. Assim que comecei a sentir que aquilo já não estava a ser bom para mim, assim que me começou a causar repulsa, eu que ADORAVA dar de mamar, decidi começar a deixar de fazê-lo, quando ela tinha dois anos e picos: primeiro fiz o desmame nocturno; depois aproveitei uns dias de férias só com o pai para tentar o desmame completo - e assim foi. Contei-vos aqui a minha intenção e aqui o resultado. Assim contado parece que foi algo brusco, mas foi feito com cabeça tronco e membros, com muito coração e calma. Tive sorte. Ela estava preparada e foi muito pacífico e até emocionante, para mim. 

Por isso, ficou tudo muito bem resolvido: para ela e para mim. Foi um percurso muito importante, já que com a primeira filha foi tudo muito atribulado. Teve momentos terríveis até. Outros foram lindos. Aos 9 meses, acabou-se e ficou uma sensação agridoce a pairar. 

Da segunda, teve um princípio um bocadinho difícil, ainda com algumas dores, mas lá demos a volta: Como sobrevivi ao primeiro mês de amamentação ajudou algumas mães e ainda bem.

Agora, se vejo um bebé e se o pego ao colo fico cheia de saudades de ter um ou de voltar a ter as minhas assim pequeninas - nem sei bem - mas não de amamentar. Foi bonito enquanto durou, mas não sinto falta. Está lá. Faz parte da nossa história.


3.24.2019

Os 3 principais conselhos para quem quer amamentar

Amamentar sempre foi algo que eu quis fazer: fazia parte do meu projecto enquanto mãe. Acho que por saber todos os benefícios e por sentir que seria algo natural, biológico. Fazia-me sentido. Mas acho que o principal motivo era muito emocional e estava centrado nas fotografias que eu já tinha visto da minha mãe a amamentar-me "até tarde". Até tarde porque ela me dizia que naquela altura já havia muita propaganda ao leite de fórmula e que não conhecia muitas mães que o fizessem até aos dois anos. Foi o meu caso. 

E ver-me na praia, no final do dia, com aquela luz mágica, no colo da minha mãe, com os pezinhos já grandes e gordos despidos e todo aquele amor, fez-me querer replicar aquela experiência.

Agora, não foi nada fácil. No entanto, tinha a minha mãe e o David à minha volta a darem-me força mas também a dizerem-me que eu seria igualmente excelente mãe se pegasse num biberão. Não o quis fazer. Não o fiz. E superei aquele primeiro mês mais complicado. Depois veio a fase boa. Depois da boa, muitas fases menos boas (quando tive de voltar a trabalhar aos 3 meses da Isabel) e outras boas, de superação. 


Mas, depois da minha experiência, e de ter procurado ajuda e de ter recibo muito amor, mas também muita informação (que gostava de ter tido antes), senti como que uma missão ajudar outras mães que quisessem amamentar. Muitos textos foram escritos sobre este tema por mim e pela Joana Gama.

Desta vez, aproveitámos a nossa visita ao Centro do Bebé para colocar esta questão à Constança Cordeiro Ferreira: quais os 3 conselhos mais importantes para quem quer amamentar?


Vejam o vídeo, subscrevam o nosso canal do Youtube, e sigam o Centro do Bebé no instagram e no Facebook e contactem-nos não só para o curso de preparação para a parentalidade e para o pós-parto, mas também caso tenham algumas dúvidas e dificuldades na amamentação.

Esperamos que gostem!

Querem deixar alguma dica que vos "salvou" a amamentação?



2.25.2019

Já não há maminha para ninguém.

Há, mas é para mim. Agora, passados uns bons meses do desmame total da Irene, já consigo falar mais à vontade disto. Não porque tenha custado imenso, mas sim porque há sempre um período de recobro depois de cada acontecimento marcante antes de ter vontade de escrever sobre isso no blog. 

Quem geralmente fica chocado com a "falta de privacidade" que as pessoas como eu têm ao exporem tanto as suas vidas, talvez percebam assim que é um processo muito transparente mas nem sempre tão descontrolado quanto parece. Porém, já houve alturas em que escrevi aqui sem pensar ou achando que tinha pensado, mas nem dormia, estava bêbada de hormonas, acontece. Não sou jornalista (ehehe). 

Foram quatro anos e meio a dar de mamar. Começo terrível. Continuação terrível e cansativa, mas com tantos e óptimos momentos pelo meio. Tomei boas decisões. Tive de ter muita força de vontade, muita determinação e a minha dose habitual de loucura, mas não me imagino a agir de outra forma. Foi a melhor maneira para nós. Estou feliz.

Um bebé não vai deixando de mamar progressivamente de forma linear. Há fases em que mama mais outras menos, até que, quando é maior, já se poderá negociar com ele quando e quantas vezes se dá. A Irene e eu aprendemos assim também a falar uma com a outra. Aos poucos, com carinho e empatia indo delimitando o que é o corpo da mãe e o da Irene, o que são vontades da mãe e as vontades da Irene.

Ajudou-nos a ultrapassar a separação uma da outra quando começou a dormir em casa do pai.

Aconteceu aos 3 anos dela. De certa forma, a mama, depois de dormimos a primeira vez separadas e a segunda e a terceira, assegurava que a nossa ligação continuava idêntica, uma segurança importante para ambas. 

Agora que olho para ela... lembrei-me de vocês. E tantas de vocês que nos lêem há já tanto tempo. Ainda a Irene tinha as perninhas assim. Obrigada por fazerem parte das nossas vidas. A todas, mesmo aquelas que não comentam mas que torcem por nós, tal como nós torcemos por vocês. 

Claro que essa segurança, para as mães que não amamentem é seguramente feita de outras formas, no nosso caso, tendo em conta a nossa história. Era esta. 

Lembrei-me de vos escrever este post, porque o fim-de-semana passado era fim-de-semana "do pai" e apesar de ter aproveitado esses 2 dias para "arejar" e passear (nem por isso, passei o fim-de-semana a trabalhar e muito aqui no blog, até, eheh), estava a morrer de saudades dela. 

Estamos a entrar agora numa fase mais fácil. Estamos mais sintonizadas. Não há birras de manhã, não há levantar a voz da parte de nenhuma... tem sido tudo maravilhoso, por enquanto. Tal como a mama, nada nisto é linear. Talvez apenas distanciando-nos uns 10 anos dos eventos, ahah. 

Estava cheia de saudades dela e, para a adormecer, sugeri dar-lhe um pouco de colo já com a luz apagada. Pu-la na antiga posição que antes era a de dar mama (mesmo nas alturas em que ela rejeitava estridentemente a mama como poderá acontecer frequentemente por volta dos 3 meses ou até em desmames precoces). Ainda não o tinha feito porque não sabia se ela já se via a si própria como uma criança não amamentada e não queria criar mais uma situação em que tivesse de lhe dizer que não iria dar-lhe maminha. O colo ganhou, atrevi-me. E dei-lhe colo durante uns bons minutos, as duas de luz apagada, na primeira noite que dormia cá em casa depois do fim-de-semana com o pai.

Amamentamo-nos de certa forma (não se ponham já a ligar aos serviços sociais, sff).  A Irene não é muito fã de abraços e beijinhos (ainda, ahah) e, também por isso, este colo soube-nos pela vida a ambas. Não nos queríamos largar e foi super importante para nós. Tal como no outro dia ter-lhe dito que sim a tomar banho com ela e tê-la deitada de barriga para cima em cima de mim. Houve até alguns minutos de silêncio. Imaginem... 

Foram quatro anos e meio. Um curso muito intensivo para mim de maturidade e maternidade. Nunca se sabe tudo, nunca acaba, mas confesso que foi uma tareia de amor, persistência e "sacrifício" voluntário ;)

Há coisas que vos deixem curiosas sobre o percurso de 4 anos e meio a amamentar? Ou como aconteceu o desmame? Deixem nos comentários que poderei responder num próximo post, why not?

Já escrevemos MUUUUUITO sobre amamentação neste blog, artigos e desabafos muito úteis para quem esteja a amamentar ou queira amamentar. Leiam-nos e partilhem-nos por quem achem que beneficie. 



12.20.2018

Os 6 melhores livros de maternidade.

Aqui está, garotas. Sabem que sou a mãe que lê deste blog. O que quer dizer apenas isso. Vocês que não costumam ler sobre maternidade, não estão a fazer mal, é outro estilo. No entanto, por muitas leitoras saberem que sou eu a geek disto (pelo menos comparativamente com a outra autora aqui da loja), têm pedido para dar sugestões de livros sobre maternidade e aqui vão elas.

É mais um vídeo no nosso novo canal de youtube. Subscrevam e, já agora, deixem aqui em baixo as vossas sugestões, pode ser? 






10.02.2018

Caminhos para o sucesso do Aleitamento Materno

Com este título parece que vos vou apresentar aqui uma tese, mas longe disso. Vou antes apresentar-vos uma excelente iniciativa. Ainda não tinha ouvido falar, mas vamos já no III Encontro Amadora e Sintra.

Desta vez o tema é falar-se dos Caminhos para o Sucesso do Aleitamento Materno e partilhar-se-ão (uh conjugação de verbo aqui) experiências dos vários oradores em várias fases. No meu caso, falarei sobre Amamentação Prolongada e Em Público.

Estão todas e todos convidados a surgir, a 16 de Outubro, das 8h30 às 16h no Anfiteatro do Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, EPE.

Só têm que se inscrever até 12 de Outubro com nome, profissão, instituição, contacto e e-mail para os contactos nas imagens em baixo.

Tantas vezes desabafamos sobre quem nos rodeia não ter a informação correcta ou de termos tido tanto que nos esforçar para a termos que, com eventos como este, tudo se torna mais simples para todos.

Inscrevam-se, passem a palavra (é gratuito) e lá estarei à vossa espera a partir das 14h.




Querem vir? Dúvidas que tenham? Precisam de ajuda? Há imensas ajudas na Internet, imensos grupos de mães. Estamos cá para nos ajudarmos umas às outras, não têm que se sentir sozinhas. De todo. Falemos.




8.16.2018

Chegou ao fim.. com a maior das ternuras!

Tenho sempre um bocado de medo de falar de desmame e de vos condicionar ou precipitar a fazê-lo também. De se regerem por mim em vez de escutarem o vosso coração, os vossos timings e os timings dos vossos filhos.
Esta foi a nossa história. Uma história que chegou ao fim da forma mais tranquila e delicada que só me deixa saudades e nada de amargo.
Amamentar a Luísa foi mágico. Foi um processo muito especial, um triunfo quando a minha primeira experiência tinha tido muitos altos e baixos, muitas lágrimas e muitas dificuldades. Não que agora não as tenha tido, mas foi tudo muito mais calmo, muito mais namorado, muito menos stressante.


A Luísa mamou em livre demanda e em exclusivo até aos 6 meses e 4 dias; continuou a mamar sempre que pedia até ao ano e meio; quando entrou na creche, passou a mamar só quando estava comigo; com quase dois anos, fiz o desmame noturno; com dois anos e dois meses
mamou pela última vez, de manhã (já só mamava de manhã). Vou lembrar-me bem desse momento, gravei-o na memória. Conversei com ela depois. Acabou por ser a nossa despedida, antes de ir 4 dias de férias com o pai. Quando eu cheguei, não pediu na manhã seguinte, nem na outra, nem na outra. Num dia, viu-me nua e lembrou-se: "maminhas!" gritou, rindo-se de seguida. Eu disse-lhe a rir-me e bem disposta "já não tem leitinho!" e ela deu-me um beijinho. Comecei a fazer-lhe cócegas e a desviar a atenção. Passou. Ontem viu-me outra vez, lembrou-se e disse "não tem!" e seguiu a vida dela. Resolvida, alegre, tranquila. E eu fiquei muito agradecida por este processo ter sido tão pacífico. Comovida. A minha bebé cresceu. E esta nossa história acabou. Vieram e virão muitas outras.

7.25.2018

Amamentação: vamos fazer o desmame.

Amamentar a Luísa foi das melhores experiências da minha vida. Nunca encarei a amamentação apenas e só como forma de alimentar as minhas filhas, sou do team que acha que amamentar é apego, é amor e é conforto para o bebé (não é a única forma, claro). Já muito escrevi sobre este tema, senti-me muito feliz quando soube que ajudei muitas mulheres a conseguirem fazê-lo, a procurarem ajuda, desmistifiquei algumas questões e passei-vos, acima de tudo, a minha experiência e sensibilidade sobre o assunto. Acredito que seja o melhor para o bebé e até para a mãe. Mas acho também que tem de ser algo desejado e tem de ser uma dança a dois. Sou das que acha que não compensa se a mãe não gostar da experiência e não julgo quem não o faz. Nem sempre percebi, mas sempre fiz um esforço consciente para não o expressar: se não gosto que metam o bedelho nas minhas escolhas, também não tenho o direito de fazê-lo aos outros. Acho que sou assim um bocadinho com tudo na vida e tenho bem presente a máxima que a minha mãe usava muito: "se não tens nada de bom para dizer a alguém, cala-te". "Nada de bom" no sentido de "nada construtivo", acho.

O que faço com amigas próximas que estão com dificuldades e querem amamentar (é nessas que concentro esforços) é ajudá-las a encontrarem ajuda especializada, perguntar a quem sabe e passar-lhes informação, responder-lhes com o que li, aprendi ou vivi e estar lá para todas as decisões que tomem. A amamentação é um tema que me apaixona, talvez por ter sido amamentada até aos dois anos e tal e por ter essas imagens fotográficas na minha cabeça toda a vida. Talvez por ter tido uma experiência difícil com a Isabel (e ter durado até aos 9 meses apenas). Talvez por ter tido uma experiência maravilhosa com a Luísa (nem sempre, mas com as dificuldades a serem ultrapassadas).

Amamentar durante a noite já não estava a ser bom para mim e parei de o fazer há cerca de dois meses. Contei-vos aqui como fiz o desmame nocturno. No nosso caso, foi fácil, ela estava preparada, reforcei só os momentos de conexão com ela (só as duas, durante o dia), para que não fosse um corte abrupto. Rapidamente percebeu que maminha, a partir dali, era só de manhã. Passou a ser só por volta das 6h30, acordava, mamava e voltava a dormir. 

Até que comecei a ter cada vez mais presente a minha vontade de desmamar. É uma coisa meio esquizofrénica porque aqui e agora, quando vos escrevo, sinto saudades. Quando a estou a amamentar não sinto grande vontade de o fazer (não que não goste, mas não tiro especial proveito e não me apetece quase nunca) e sinto que já está pronta. Durante o dia, ela não pede - acho que só pediu uma vez e eu disse, com calma e compreensão, "amanhã de manhã, amor". Aceitou. 

Combinei com o David que vamos aproveitar as férias para o fazer (ou pelo menos tentar - sim, que eu sou menina para voltar atrás se achar que está a ser violento). Esta semana já aproveitei para ir dizendo que a mãe está cansada e que as maminhas precisam de fazer mais óó (foi a desculpa que arranjei para ela não mamar à noite e ela aceitou). Eles vão mais cedo para o Algarve os 3, vai estar 4 dias sem maminha e depois tentarei arranjar alguma coisa para fazer com ela, nem que tenhamos mesmo de nos levantar às 6h30 e ir dar uma volta, tomar o pequeno-almoço no jardim, eu lá me lembrarei de substituir esse momento por outro qualquer. Vou aproveitar que vou estar duas semanas só para elas (e em que devo fazer um detox de internet, como vos falei aqui) para facilitar todo o processo.

Depois conto como correu. Para já, segurança na minha decisão e afastar culpas, remorsos e medos. Foram dois anos e 3 meses maravilhosos. Ela é uma criança muito amada e feliz. Vamos continuar a ser uma da outra, de muitas formas possíveis e para sempre.

Atenção: cada criança e cada mãe têm contextos únicos, timings e sensibilidades diferentes, não tomem decisões baseadas nas minhas, ponderem bem e peçam ajuda de especialistas para alguma dúvida. O desmame deve ser feito, de preferência, de forma gentil e não tem sequer que ocorrer por pressão dos outros, deve ser uma decisão pessoal, da mãe e/ou do bebé (de preferência de ambos). Não tem de obedecer a nenhuma ou data lançada por outros - é até mãe e filho quererem. 

Fotografia que eu adoro: Isabel Saldanha

No último verão


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6.11.2018

Estamos a fazer o desmame noturno!

Tenho algum receio de que estes post possa incentivar-vos a que tentem também o desmame sem que estejam preparadas (vocês e eles). Aconselho-vos, primeiro, a tentarem perceber o vosso bebé, a lerem, pesquisarem, a falarem com Conselheiras de Aleitamento Materno, de forma a que o façam da forma mais delicada e menos abrupta possível para todos. 

Conto-vos a minha história. Estou muito contente com a forma como está a correr o desmame noturno, agora que a Luísa já fez 2 anos. Foi fácil, muito mais do que eu imaginei. Se calhar também só foi fácil porque ela já está preparada, não sei. 

Já há algum tempo que, durante a noite, não me apetecia dar-lhe mama e tentava dizer-lhe que tinha de fazer óó, pegava-a ao colo ou dava-lhe festinhas, pedia ao David ou dizia-lhe que as maminhas estavam a dormir. Normalmente, ela zangava-se e eu raramente levava aquilo até ao fim, até porque não gostava de vê-la sofrer nem queria que a casa fosse abaixo, acordasse a irmã ou o prédio todo. Desisti.

Na semana passada, depois de falar com a Patrícia Paiva (quem me tem ajudado com a amamentação, desde sempre, enchi-me de coragem e calma, e que é CAM na Amamenta Setúbal), fez-se luz: precisava de reforçar outros momentos de conexão com ela durante o dia - e só com ela, em exclusivo. Assim o fiz, dei-lhe banho, sozinhas as duas, li-lhe uma história na cama e, quando ela me pediu maminha (o nosso ritual antes de dormir), eu disse-lhe apenas que à noite as maminhas têm de fazer óó e que já estavam a dormir. Expliquei que estavam cansadas e que precisavam de descansar. Choramingou (mas eu esperava todo um berreiro, que não chegou a acontecer). Disse-lhe que a mãe estava ali e que íamos dormir agarradinhas. De manhã, com a luz do sol, as maminhas acordariam e já podia. E não é que ela entendeu? Adormeceu relativamente rápido para o que eu estava à espera e dormiu melhor que o costume.

Segundo dia igual e desta vez tive de a adormecer ao mesmo tempo que a Isabel. Isto tudo já no quarto delas (desde que pede para dormir no chão que temos tentado mudá-la e está a correr bem). Demoraram mais um bocadinho (quando são as duas põem-se a falar e a brincar), mas a noite depois foi muito melhor. E já vamos no quinto dia, ou quinta noite. Demoram mais a adormecer e a Luísa acorda às 6h, é verdade, mas tem dormido a noite toda, o que, para mim, e dadas as mudanças, é um autêntico milagre. [Atenção que o desmame não significa que eles acordem menos vezes (até sei de um caso que piorou bastante. No nosso caso, não sei se ainda irá regredir e voltar a acordar - já não alimento grandes expectativas quanto a este assunto ;) ].

Parece-me estar óptima durante o dia. Faz conversa, lá com o português dela, sobre o facto de durante a noite não haver maminha mas de forma tranquila, parece-me. De manhã, é ouvi-la rir-se muito de felicidade por poder mamar.

Ainda não a sinto preparada para o desmame total (ela adora mamar) e quero fazer tudo com muita calma, não tenho pressa nenhuma. Durante o dia, não me incomoda mesmo nada, até gosto. Não ofereço e só dou quando ela pede, sendo que às vezes tento adiar e que perceba que, às vezes, tem de esperar. Durante a semana, só acontece de manhã e, às vezes, depois da escola. Durante o fim-de-semana, pede mais uma ou duas vezes.

Tudo certo.




P.S. Tentem não gogglar muito sobre este assunto, que já encontrei por aí umas supostas "estratégias de desmame" que têm suposta informação a sustentá-las muito pouco científica...
Este artigo, porém, é muito fixe.


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5.28.2018

Roupa para quem amamenta?

Na verdade, é roupa para quem se quer sentir confortável, para grávidas, para quem amamenta ou para quem não o faz: roupa para todas as mulheres! Desde t-shirts com cortes na zona certa com molas escondidas, a vestidos com fechos invisíveis a um macacão verde (o que tenho vestido) com fecho para botar a mama para fora e amamentar onde for preciso - e tudo com estilo, tudo giro! Quem amamenta sabe a dificuldade que é por vezes conseguir vestir um vestido (sem ser decotado) ou um macacão. Tudo tem de ter algum decote e largura suficiente para não ter de mostrar o que não se quer. 

A Joana Gama já vos tinha falado aqui da Mamii, mas eu juntei-me agora ao barco para apoiar estas duas mães empreendedoras que sentiram falta de roupa gira e confortável para amamentar e a necessidade aguçou o engenho. Além desta óptima ideia, têm também no site - além da loja-, uma plataforma de apoio à amamentação. Well done, miúdas, parabéns!



Oh pr'a ela apanhada desprevenida a ler, tão culta.

Não me lembro se falávamos de rolhão mucoso ou de algo assim bem fofinho

A giraça da Inês Ponte Grancha com um vestido que tem umas molas ali na zona do V 


Mal se nota o fecho no vestido! Para compensar, as minhas pernas esfoladas e todas negras estão um must ;) 

Fotos Pau Storch

Roupa Mamii
Ténis Vans
Sandálias Zilian (do ano passado)

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4.15.2018

Quem disse que não se pode usar vestidos enquanto se amamenta?

Wrooooong!!

No meu tempo (já posso dizer isto que ela já tem quatro anos) tive que me privar de usar vestidos enquanto a amamentava. Quando abria o armário para escolher a roupa, o critério "isto dá para pô-las bem de fora?" era sempre a primeira coisa em que pensava. Ok, é mentira. Era a segunda. A primeira era: "serve?". 

Fiquei feliz quando soube que uma das minhas bff, a Filipa Galrão (já vão 10 anos de amizade e de trabalho na mesma equipa), ia lançar uma linha de roupa que servisse a todas as mulheres e em todas as fases das suas vidas, inclusivé quando amamentam. Também deve ter sido por isso que fui convidada para a sessão fotográfica, deve ser para testar o tamanho 40 dentro do tamanho único das peças, ahah. Guess what? Lindona. 


Este é o vestido Bethânia ~ Linho grosso da cor da areia com pregas moldadas e costuradas à mão.
Tem dois fechos ocultos na zona do peito que permitem a amamentação prática e fácil 🤱




São peças-investimento. Peças que além de serem feitas à mão e com muito carinho não só na manufactura, no desenho, mas também pela mulher. A mulher que não é sempre a brasa dos 20, mas que é brasa em todas as formas e tamanhos e fases. Não somos um bolo. Não temos de caber numa forma. 

O que isto me teria ajudado na minha altura. Confesso que nunca amei as minhas mamas e, por isso, amamentar em público não foi algo que me surgisse facilmente. Experimentei a técnica do avental (comprei o mais giro de todos na net), depois vi que não resultava. Depois tentei amamentar em casas de banho de restaurante, fechada no carro, dar antes de sair de casa e assim que chegava (o que fazia com que passeássemos a correr e com tempo contado e cheia de nervos), mas desisti. Amamentar é natural e é para isso que servem as mamas em primeiro lugar. Não tinha era roupa que me facilitasse a tarefa. E tinha saudades de usar vestidos (é a roupa que me ficam melhor por ser coxuda). 

Vocês agora vão poder usar vestidos e lindos. Não só o Bethânia que me viram toda tesudona aí em cima mas também, por exemplo, este que a Catarina Beato do Dias de uma Princesa está a usar: 

"Coco Dress"

Para além dos vestidos há também outras peças muito giras que podem ver no site aqui. Depois faço um post com mais fotografias das outras peças que isto o scroll já vai longo e se estiverem a ver com dados no vosso telemóvel, devem estar quase a receber uma mensagem a dizer para acalmarem o... :)

Entretanto, além das peças da Mamii têm mais um motivo para recomendar o site às vossas amigas. É também uma plataforma de ajuda e aconselhamento na amamentação, em parceria com a Clínica Amamentos.  

Mas, não se esqueçam, a maior chave para o sucesso de tudo aquilo que queiramos fazer (em qualquer fase em que estejamos) é ter o melhor apoio do mundo e o da Filipa é muito o da Joana Machado que a tem feito acreditar que tudo é possível e lhe tem dado uma força enorme. 

Por isso, parabéns a vocês, miúdas por acreditarem e conseguirem e... parabéns a todas nós que temos roupa que nos respeite e ajude!


Fotografias: Pau Storch
Roupas: Mamii
Nota: o Facebook decidiu mudar o seu algoritmo e a partir de agora vai mostrar-vos mais posts dos vossos amigos e menos de páginas onde fizeram like. Querem saber quando publicamos coisas?
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2.26.2018

E vais amamentá-la até ela ir para a faculdade?

No outro dia, como algumas de vocês terão reparado, fui à SIC dar o meu testemunho de alguém que amamenta a filha com 4 anos. O que se tem chamado de "amamentação prolongada/tardia" mas que, realmente, não é nada mais nem nada menos que amamentação.

E, enquanto estava a ser entrevistada, fui-me apercebendo da quantidade de cenários imaginários que deverá haver na cabeça das pessoas que nunca passou por esta situação. À semelhança dos rapazes que, quando são novos, perguntam: "Se usas tampão, como é que consegues fazer xixi?". 

1) A Irene come outras coisas. 

A Irene toma pequeno almoço, almoço, lanche e jantar "como as pessoas". O leite materno não entra como complemento em nenhuma refeição. Consome bebidas vegetais e ocasionalmente um iogurte ou outro, mas nada frequente. 

2) Eu não ofereço mama à Irene. 

Eu não ando atrás da Irene para ela mamar, nem lhe ofereço mama. Eu amamento-a ainda por estar a respeitar o ritmo e a vontade dela. Creio que pouco terá que ver comigo a este ponto.




3) A Irene não pede mama ao longo do dia. 

A frequência das mamadas vai desaparecendo com o tempo (às vezes com previsíveis retrocessos em alturas que estejam mais carentes ou em saltos de desenvolvimento/crescimento). Neste momento só mama antes de adormecer (diariamente à noite ou, ao fim-de-semana, antes da sesta). A semana passada, por estar mais carente (e meia adoentada) pediu também mama de manhã, mas não é comum. Quando era mais pequena nem contava o número de vezes que ia à mama e é por aí que também passa a "livre demanda" (a maneira ideal de amamentar os bebés). 

4) Quando pede mama, espera. 

Eu que nunca fui a pessoa de "ahhh são só mamas, amamento onde for". Sempre que amamentei em público me senti um pouco desconfortável (por mim, mesmo que não houvesse comentários), mas tive de passar a fazê-lo. Era impossível fazer a nossa vida sem considerar essa hipótese e amamentar em casas de banho (e tinha de amamentar em pé que, em crises, era só assim que a Irene aceitava) não é de todo agradável. Nunca me apetece comer quando me cheira cocó. Mas isso sou eu. E, por isso, já desde há muitos meses que quando ela pedia mama e estávamos na rua eu explicava: "quando chegarmos a casa". 

5) Já não me doem as mamas ou pingo leite

Quatro anos depois a amamentação não é de todo o mesmo que no início. Já nem exerce a função alimentar (a de carinho, apêgo e de fornecimento de defesas e ajuda na construção de defesas) como incialmente. Pelo que as mamas não incham, não doem, não tem que se tirar leite, etc. 

6) "Mas isso não é já só vício?"

Nope. As crianças têm mesmo necessidade de sucção e até estando elas associadas à mama da mãe, vão gerindo a sua necessidade com algumas limitações, sendo que a mãe, por esta altura, já não está em todo o lado. Durante a noite também dormem sem ter que chuchar (se calhar há uns que, entretanto se habituaram à chucha e não tem mal :)), na escola não podem levar a mama da mãe atrás, etc. Faz sim, parte de um ritual, isso sem dúvida. Já reparei que, quando vamos dormir a outros sítios, há menor probabilidade dela se lembrar que quer maminha antes de adormecer.

7) "Mas vais amamentá-la até ela ir para a faculdade?"

Não. Até porque ela não vai ser obrigada a ir para a faculdade. Escolherá o seu caminho, sendo que a faculdade será apenas uma das opções (ahah, ela tem só 4 anos mas já pensei nestas coisas). Apesar de querer que seja o ritmo dela que determine grandemente a amamentação, o meu conforto e vontade também é importante. A idade "normal" de desmame na nossa espécie é entre os 2,5 e 7 anos de idade. Se aos 9 ainda mamasse, a situação teria de começar a ser gerida de outra maneira. Quanto mais aos 18. Ahah Nem imagino, ela estar a ouvir a Mega Hits, a fumar um cigarrinho entre mamadas (ahah).

8) Não te dói com os dentes? 

Miúdas, para quem teve um início de amamentação complicado, a fase dos dentes é só a coisa mais tranquila do mundo. No caso da Irene, ela mordeu uma vez, olhei nos olhos e comecei a fingir que estava a chorar e ela percebeu que me magoava. Tive sorte que me percebeu bem. Agora, com 4 anos de mamanço em cima, já ela sabe mamar a fazer o IRS ao mesmo tempo e eu também.




9) E as mamas? Têm ficado cada vez mais mirradinhas? 

Honestamente, até já começaram a melhorar. Dantes notava diferença quando estavam cheias e vazias, agora já estão sempre "neste estado". Não têm piorado, nada disso. Até tenho bicos nos mamilos, coisa que nunca tinha tido e que me faz sentir toda tesudona. Acho que até amamento só por causa disso.


10) Mas isso ainda faz alguma coisa?

Faz. Ajuda a passar defesas para o bebé e também ajuda na construção das suas próprias defesas. Isto além da questão emocional. Um bebé que sempre tenha mamado e que possa fazer o desmame ao seu ritmo tem uma experiência mais calma do processo. É como ouvirmos a nossa música preferida e, em vez de a ouvirmos até ao fim, alguém desligar a meio (enquanto dançamos e curtimos) e sem conseguirmos entender "porque é que me fizeram isto?". E, já agora, essa música preferida ser "a mãe" e ter sido a "mãe" a desligar.


Tudo o que já escrevemos sobre amamentação aqui. 
Fotografias: Joana Hall
Macacacões: Little Jack

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